sábado, 29 de outubro de 2022

Adaptações Na Sala Regular Para Receber O Aluno Com Autismo

 



     Olá! Seja bem vindo(a)! Hoje veremos como podemos receber o aluno com autismo em nossa sala de aula de ensino regular.

     Alguns pontos importantes:

  • o professor deve sempre se certificar de ter a atenção desse aluno, tomando cuidados como: sentá-lo na primeira fila, falar seu nome várias vezes durante a aula e verificar seus cadernos várias vezes para ter certeza de que está executando as devidas tarefas;
  • o aluno com autismo, pode apresentar dificuldades de organização e de memorização de suas responsabilidades. Portanto, pode ser necessário ter um roteiro especial de apoio à organização do aluno, como uma agenda ou um caderno com fotos das atividades. No caso das salas da educação infantil, uma agenda contendo o roteiro dos trabalhos do dia em forma de fotos é quase indispensável;
  • embora não seja aconselhável que o aluno tenha um acompanhante exclusivo, pode ser que necessite de um acompanhante para ajudá-lo nos primeiros dias a organizar-se de acordo com a rotina da sala ou em algumas atividades específicas, como por exemplo, em aulas de educação física;
  • embora nem a rotina original da sala nem o "currículo" devam sofrer alterações para receber o aluno com deficiência, outras atividades devem ser incluídas para facilitar a interação desse aluno com os outros alunos da sala e vice-versa, como montar uma escala de tarefas para os alunos da sala que inclua o aluno com autismo, para atividades como ajudar a servir o lanche ou distribuir materiais para os outros alunos;
  • a autoridade do professor é a segurança desse aluno. Até que o professor não o compreenda totalmente e não tenha a situação sob controle, ele não deve falar excessivamente com o aluno, sob pena de ter de enfrentar mais tarde problemas de comportamento que podem, inclusive, comprometer o aprendizado da criança;
  • se o aluno apresentar, em situação de trabalho, algum tipo de esteriotipia (movimentos repetitivos) ou ecolalia (repetição de palavras ou frases), o professor deve tentar interromper a situação, dirigindo a atenção do aluno novamente para a atividade na qual ele deveria estar envolvido ou para alguma atividade com sentido;
  • a colaboração estreita da família, tanto para os trabalhos de casa como para resolver eventuais problemas, é muito importante, assim como o apoio do professor responsável.

1.3 - Estratégias para estimular a interação do aluno com austismo com os outros




     É importante que o professor seja realista quanto às dificuldades de seu aluno com deficiência. Uma das maiores dificuldades, em geral, é a dificuldade de interação desse aluno com os colegas.

     É muito comum, em salas de educação infantil, que as meninas tendam aproteger e amparar esse aluno. Esse comportamento deve ser incentivado com naturalidade. A interação não deve ser imposta, mas deve ser incentivada e se necessário, estimulada por meio de algumas estratégias.

     Nos programas desenvolvidos para o apoio à inclusão escolar da criança autista devem ser planejadas atividades nas quais um colega:
  • ofereça-lhe coisas interessantes, como comidas ou brinquedos;
  • ofereça-lhe ajuda;
  • peça-lhe ajuda;
  • faça-lhe algum elogio (elogie um desenho ou atividade executada com sucesso);
  • dê-lhe sinais de afeto, tal como levá-la pela mão ao parque;
  • faça-lhe perguntas;
  • obtenha a sua atenção;
  • persista até obter a resposta da criança autista.
     Jogos, nos quais cada aluno tenha que esperar sua vez são importantes para todas as crianças.

     No próximo post veremos como se dão as adaptações do currículo. Abraços e até lá!😏

                                                                                                                   fonte: Saberes e práticas da inclusão - MEC.
     


 







 



sexta-feira, 21 de outubro de 2022

A Inclusão Do Aluno Com Autismo Na Escola - Adaptações



A Inclusão Do Aluno Com Autismo Na Escola - Adaptações





     Olá! Seja muito bem vindo(a)!

    A prioridade de todas as crianças com necessidades educacionais especiais é seu desenvolvimento cognitivo, o desenvolvimento social virá mais tarde, quando possível.

     Acredita-se que a inclusão de crianças com necessidades educacionais por apresentarem autismo deve ser realizada de modo criterioso e bem orientado, o que vai variar de acordo com as possibilidades individuais de cada aluno.

    Para viabizilar a inclusão na escola regular é indispensável contar com salas de apoio e professores especializados para que seja realizada com êxito a inclusão desses alunos.

     Esse professor especializado não necessita ser exclusivo de uma escola, podendo atender a um grupo de escolas, mas deve ser especializado e saber realizar avaliações, organizar sistemas de trabalho, avaliar sua eficiência, avaliar problemas de comportamento e definir estratégias, mas principalmente deve saber demonstrar, atuando diretamente com a criança, tudo que quer transmitir ao professor.

     O primeiro passo para a inclusão desse aluno consiste na aplicação pelo professor, de uma avaliação. A avaliação é necessária para definir os apoios que atendam às necessidades específicas de cada aluno.

     Para poder tomar a decisão de realizar a inclusão com sucesso desse aluno em uma sala do ensino regular, devem ser observados três pontos:

  • o primeiro é que o aluno deve ser inserido preferencialmente, em uma sala de aula que tenha alunos cuja média de idade seja a mesma de sua idade cronológica. O máximo que a idade cronológica do aluno inserido pode ultrapassar a idade média dos outros alunos da sala de aula é de dois anos;
  • o segundo é que o aluno deve ser inserido em uma sala com nível de desenvolvimento semelhante ao dele;
  • o terceiro é que se deve evitar o aparecimento, no ambiente de sala de aula, de problemas de comportamento que comprometam a convivência dessa criança, ou que tais problemas, se aparecerem, tendam à extinção por meio da interferência rápida do professor, com apoio do responsável.

1. O aluno especial em sala comum do ensino regular

1.1 - Preparação dos alunos para receber o colega com necessidades educacionais especiais

     As perguntas dos outros alunos devem ser respondidas à medida que forem  feitas, sem acrescentar nada mais à estrita resposta do que foi perguntado, mas o professor deve estar muito atento ao surgimento espontâneo de situações que envolvam rejeição.

    Cada situação deve ser tratada estritamente no contexto em que apareceu; se o contexto for individual deve ser programada uma conversa com o aluno que trouxe o problema, mas se for coletivo, deve ser programada uma conversa com toda a sala, tomando-se o cuidado de encarregar o aluno com necessidades educacionais especiais, de alguma tarefa externa para evitar constrangimentos.

     Essa conversa coletiva com a sala deve ser pautada por dois princípios básicos:
  • a conversa deve girar estritamente em torno da diferença do aluno relativa ao incidente a ser discutido;
  • a conversa sempre deve incluir alguma outra diferença desse aluno que possa implicar na admiração de seus colegas, como por exemplo, alguma habilidade extraordinária que ele apresente, seja na área musical, seja em relação à memória, desenho etc.
     No próximo post, daremos continuidade falando sobre as adaptações na sala para receber o aluno com autismo. Até lá!😏

                                                                                                                   fonte: Saberes e práticas da inclusão - MEC. 
     


quinta-feira, 13 de outubro de 2022

A Inclusão Do Aluno Com Autismo Na Rede Regular De Ensino


A Inclusão Do Aluno Com Autismo Na Rede Regular De Ensino


     Ao longo das duas últimas décadas, o mundo vem discutindo, no campo da educação, o que vem a ser inclusão e como fazê-la.

  Considerando a prioridade de todas as crianças com necessidades educacionais especiais é seu desenvolvimento cognitivo, o desenvolvimento social virá mais tarde, quando possível. 

   Acreditamos que a inclusão de crianças com necessidades educacionais especiais por apresentarem autismo deva ser realizada de modo criterioso e bem orientado, que vai variar de acordo com as possibilidades individuais de cada aluno.

     Para viabilizar a inclusão na escola regular é indispensável contar com salas de AEE (Atendimento Educacional Especializado) e professores especializados para que seja realizada com êxito a inclusão desses alunos.

     Não é necessário que esse professor seja exclusivo de uma escola, podendo atender a um grupo de escolas. Deve ser especializado e saber realizar avaliações, organizar sistemas de trabalho, avaliar sua eficiência, avaliar problemas de comportamento e definir estratégias, mas principalmente deve saber demonstrar, atuando diretamente com a criança, tudo que quer transmitir ao professor.

     O primeiro passo para a inclusão desse aluno consiste na aplicação pelo professor especializado, da avaliação do aluno.

     A aplicação da avaliação é essencial para definir os opoios que atendam às necessidades específicas de cada aluno, lembrando que esse aluno deve ser inserido preferencialmente, em uma sala que tenha alunos cuja média de idade seja a mesma de sua idade cronológica.


     O Aluno Especial Em Sala Comum Do Ensino Regular

1.1 - Preparação dos alunos para receber o colega com necessidades educacionais especiais

     Perguntas dos outros alunos devem ser respondidas à medida que forem feitas, sem acrescentar nada mais à estrita resposta do que foi perguntado, mas o professor deve ficar atento ao surgimento espontâneo de situações que envolvam rejeição. 

   Cada situação deve ser tratada estritamente no contexto em que apareceu; se o contexto for individual, deve ser programada uma conversa com o aluno que trouxe o problema, mas se for coletivo, deve ser programada uma conversa com toda a sala, tomando-se o cuidado de não constrangir o aluno com deficiência.

     Essa conversa coletiva com a sala deve ser pautada por dois princípios básicos:

  • a conversa deve girar estritamente em torno da diferença do aluno relativa ao incidente a ser discutido;
  • a conversa sempre deve incluir alguma outra diferença desse aluno que possa implicar na admiração de seus colegas, como por exemplo, alguma habilidade extraordinária que ele apresente, seja na área musical, seja em relação à memória, desenho, etc.

1.2 - Adaptações na sala para receber o aluno

     Alguns pontos importantes:
  • o professor deve sempre se certificar de ter a atenção desse aluno, tomando cuidados como: sentá-lo na primeira fila, falar seu nome várias vezes durante a aula e verificar seus cadernos várias vezes para ter certeza de que ele está executando as tarefas;
  • o aluno com deficiência, por apresentar autismo, pode apresentar dificuldades de organização e de memorização de suas responsabilidades. Portanto, pode ser necessário ter um roteiro especial de apoio à organização do aluno, como uma agenda ou um caderno com fotos das atividades. No caso das salas de educação infantil, uma agenda contendo o roteiro dos trabalhos do dia em formas de fotos ou um roteiro que fique à mostra na parede quase indispensável;
  • embora não seja aconselhável que o aluno tenha um acompanhante exclusivo, pode ser que necessite de um acompanhante para ajudá-lo nos primeiros dias a organizar-se de acordo com a rotina da sala ou em algumas atividades específicas, como por exemplo, em aulas de educação física;
  • embora nem a rotina original da sala de aula nem o "currículo" devam sofrer alterações para receber o aluno deficiente, outras atividades devem ser incluídas para facilitar a interação desse aluno com os outros alunos da sala e vice-versa, como montar uma escala de tarefas para os alunos da sala que inclua o aluno com deficiência, para atividades como servir o lanche ou distribuir materiais para os outros alunos;
  • a autoridade do professor é a segurança desse aluno. Até que o professor não o compreenda totalmente e não tenha a situação sob controle, ele não deve falar excessivamente com o aluno, sob pena de ter de enfrentar mais tarde problemas de comportamento que podem, inclusive, comprometer o aprendizado da criança;
  • se o aluno apresentar, em situação de trabalho, algum tipo de estereotipia (movimentos repetitivos) ou ecolalia (repetição de palavras ou frases), o professor deve interromper a situação, dirigindo a atenção do aluno novamente para a tividade na qual ele deveria estar envolvido ou para alguma atividade com sentido;
  • a colaboração estreita da família, tanto para os trabalhos de casa como para resolver eventuais problemas é muito importante, assim como o apoio do professor responsável.

1.3 - Estratégias para estimular a interação do aluno deficiente com os outros alunos

     É importante que o professor seja realista quanto às dificuldades de seu aluno deficiente. Uma das maiores dificuldades, em geral, é a dificuldade de interação desse aluno com os colegas.

     É muito comum em salas de pré-escola, que as meninas tendam a proteger e amparar esse aluno. Esse comportamento deve ser incentivado com naturalidade. A interação não deve ser imposta, mas incentivada e se necessário for, estimulada por meio de algumas estratégias.

     Nos programas desenvolvidos para apoio à inclusão escolar da criança autista devem ser planejadas atividades nas quais um colega:
  • ofereça-lhe coisas interessantes, como comidas ou brinquedos;
  • ofereça-lhe ajuda;
  • peça-lhe ajuda;
  • faça-lhe algum elogio (elogie um desenho ou atividade executada com sucesso);
  • dê-lhes sinais de afeto, tal como levá-la pela mão ao parque;
  • faça-lhe perguntas;
  • obtenha a sua atenção;
  • persista até obter a resposta da criança autista.
     Jogos, nos quais cada aluno tenha que esperar sua vez são importantes para todas as crianças.

   Por outro lado, deve ser incentivado que a criança autista seja responsável por alguma atividade importante, tal como distribuição de material ou lanche.

   No próximo post, veremos como funciona o currículo para o aluno autista e o que a escola e o professor precisam fazer. Até lá!😊

                                                                                                                                                                                                fonte: Saberes e práticas da inclusão - MEC.

sexta-feira, 7 de outubro de 2022

O Desafio Da Construção Do Conhecimento Da Criança Autista


O Desafio Da Construção Do Conhecimento Da Criança Autista


     Olá! Seja bem vindo(a)! 

   Hoje veremos o grande desafio na construção do conhecimento da criança com autismo, que é a integração das habilidades adquiridas.

     O processo que conduz a essa integração passa pela estimulação simultânea do desenvolvimento em todas as áreas, mesmo que cada área se encontre em um ponto inicial diferente de desenvolvimento e pela relação dessas habilidades com as questões da vida diária.

     Alguns fatores porém, dificultam a evolução dessa criança, tais como: birras, gritos, recusa em engajar-se nas atividades, ou choros aparentemente sem motivo.

     Saber colocar limites é importante e a forma de colocá-los deve ser muito bem avaliada. Primeiro é importante saber que colocando-se limites adequadamente pode-se melhorar as condições de aprendizado e sociabilização da criança.

     Um dos recursos mais bem sucedidos é ignorar o comportamento inadequado, não interrompendo as atividades, mas talvez tornando-se mais curtas e elogiando a criança sempre que ela tiver um comportamento inadequado.

     Integrar o conhecimento é uma das tarefas que exige bom senso do professor.


     A Expressão Dos Sentimentos, Afetos E Emoções

     Para uma criança com necessidades educacionais especiais, os sentimentos e emoções são muito confusos para uma criança. Além dos sentimentos confusos, a comunicação, tanto receptiva quanto expressiva, também é difícil.

     Essas crianças podem chorar repentinamente sem causa aparente e a tentativa de consolá-las pode resultar totalmente frustada ou pode desencadear um processo no qual a criança chore sempre que se encontrar em uma determinada situação, para desencadear determinado sentimento no professor.

     O primeiro passo é ajudar essa criança a se organizar e se desenvolver, para que ela possa relacionar-se consigo mesma, perceber que existe alguma consistência em seus gostos e que há coisas que a agradam e coisas que a desagradam. O caminho do desenvolvimento cognitivo é o caminho do desenvolvimento da consciência.


     Uso Da Linguagem Expressiva

     Algumas dessas crianças não vão falar nunca. Precisamos ter isso em mente desde o começo.

     Apesar disso, devemos nos empenhar para que todas aquelas que têm condições adquiram uma, ou alguma linguagem verbal expressiva.

     A comunicação com figuras ajuda muito, pois associa a palavra a um objeto ou pessoa concreta e conhecida.

   É importante introduzr a linguagem aos poucos, apoiando-se em ações e objetos concretos, conhecidos e muito claros e avançando de acordo com as possibilidades das crianças.


A Linguagem Pictória E Representativa

   Existe uma gama de  possibilidades no desenvolvimento da linguagem pictória e representativa dessas crianças que são afetadas pelas dificuldades no uso da imaginação.

     Podemos encontrar crianças que nunca tentaram representar a realidade por meio de traços no papel e outras com uma forte tendência a desenhar tudo o que lhes chama a atenção, de forma extremamente detalhada e obsessiva.

     É importante pensar que , no segundo caso, o desenho tem de ocupar um tempo não demasiadamente grande a ponto de prejudicar o contato da criança com o ambiente. 

    Isso às vezes é difícil e algum meio de negociação tem que ser encontrado para que a criança não seja prejudicada no seu aprendizado e contato com o meio.

    O primeiro caso é definitivamente o mais difícil, principalmente em crianças que não apresentam Deficiência Intelectual. É muito comum uma criança com autismo aprender a ler por conta própria antes dos quatro anos de idade, mas nunca conseguir aprender a escrever por não ter habilidade para segurar um lápis e não tentar nem mesmo fazer um rabisco.


     fonte: Saberes e práticas da inclusão - MEC.

sábado, 24 de setembro de 2022

A Construção Do Sistema De Comunicação E Linguagem Da Criança Com Autismo

 O Desafio Da Construção Do Conhecimento Da Criança Autista


    Olá! Seja bem-vindo (a)! 

    Hoje veremos como a criança com autismo, mas sem deficiência intelectual, precisa de muita ajuda para poder construir um sistema de comunicação e linguagem.

     A comunicação envolve em si um conceito de troca ou de causa e consequência que parece inexistente para essas pessoas.

     Muitas dessas crianças distanciam-se da normalidade desde seu nascimento, pois o bebê fixa seus olhos na mãe com poucos meses de vida e começa a desenvolver a habilidade de imitação desde cedo.

    Antes de completar um ano já é capaz de apontar objetos, não por desejá-los, mas para compartilhar uma experiência com a mãe.

   As crianças com autismo parecem não utilizar esse meio de aprendizagem no qual a maioria das crianças utiliza. Por isso, é fundamental dar início ao processo de aprendizagem o mais cedo possível.

     Quando a criança não aponta o dedo, mostrando o que deseja, é necessário que isto lhe seja ensinado por meio de apoio físico.

     As dificuldades da tríade (comunicação, interação social e uso da imaginação) fazem com que as relações de causa e consequência não se estabeleçam, ou o façam de uma forma muito demorada ou ineficiente.

     Por isso essas crianças necessitam de ferramentas de apoio para desenvolver essas relações de causa e consequência, levando-se sempre em conta suas potencialidades.


     Aprendendo a estabelecer relações

     O primeiro passo para possibilitar o estabelecimento de relações é o aprendizado das comparações que deve ser iniciado através do conceito de igual e depois das várias formas de diferente.

     Devemos levar em consideração que a criança tem muito mais facilidade de relacionamento com o universo concreto do que com as ideias abstratas, além disso, no início, podemos trabalhar somente com os acertos.

   Somente após o aprendizado inicial tiver sido consolidado é que podemos incluir técnicas de aprendizado por tentativas de acerto e erro.

   O ensino do conceito de igual inicia-se pelo que costumamos chamar de "pareamento" ou "empareamento". Devido a importância desse conconceito e das próprias características da criança, deve-se iniciar esse conceito com poucos pares de objetos familiares e concretos. Podem ser utilizados por exemplo quatro colheres e quatro garfos.

     Esses objetos devem ser apresentados de forma estruturada. Exemplo: utilizando duas caixas como modelos, isto é, uma caixa com uma colher e a outra com um garfo. 

     O professor segura em suas mãos as quatro colheres e os quatro garfos da atividade, dá uma colher para a criança, dizendo igual e a incentiva a colocá-la na caixa onde está a colher modelo; em seguida, faz o mesmo com o garfo e assim por diante.

     Isso deve ser feito com a criança sentada em frente ao professor. O professor deve iniciar a atividade chamando a criança pelo nome e apoiando seu rosto para que ela olhe para ele. Depois de pouco tempo, deve-se passar a dizer, "colher, igual", "garfo, igual", etc. O professor deve variar os objetos utilizados.

    Deve-se sempre variar os períodos de aprendizado com períodos de descanso, nos quais a criança pode fazer algo que a agrade, desde que não seja algo destrutivo.

     A construção da comunicação deve ser feita de forma que ela esteja diretamente relacionada com a vida da criança, de forma que ela possa utilizá-la da forma mais ampla possível.

     A criança pode por exemplo, aprender a parear pratos de um lado e copos do outro, aprender a utilizar o copo como indicador de que está com sede, aprender a parear calças e camisetas e depois vestí-las. Esses são alguns exemplos, pois existem inúmeras possibilidades de aprendizagem.

   Aprendido o conceito de igual, começamos a trabalhar com o diferente e podemos introduzir escolhas iniciando pelas óbvias.


Estabelecendo sistemas de comunicação

   O sistema de comunicação, mesmo que simples, é importante. Deve ser desenvolvido baseado inicialmente, na linguagem não-verbal, através da utilização de objetos concretos ou figuras.

     Se a criança conseguiu evoluir a ponto de parear não somente objetos mas também figuras ou fotos, poderemos utilizar esse recurso. Caso contrário, podemos utilizar objetos concretos diretamente relacionados a ações, como prato para indicar comida ou copo para indicar bebida.

     Através de objetos ou figuras podemos organizar um painel com a sequência de atividades do dia, que a criança poderá consultar, diminuindo assim a angústica do que vem a seguir ou "o que faço quando isso terminar".

     Um sistema de cartões ou figuras pode constituir-se em recurso para indicar necessidades ou pedir algo desejado.




Organização e estrutura

     A organização e estrutura devem estar incorporadas ao sistema de comunicação da criança. A organização da sala de aula facilita em muito a compreensão da criança do que vai acontecer ali dentro, diminui a sua angústia e ajuda no desenvolvimento de seu potencial.

  Estímulos desnecessários devem ser evitados e sempre que um elemento novo for introduzido na sala de aula deve ficar visualmente clara para a criança a razão da introdução desse novo elemento.

   Os materiais, mesmo que simples, devem ser apresentados aos poucos e organizados de forma a comunicar à criança a atividade que deve ser desenvolvida.

   Atividades físicas ou brincadeiras devem levar em conta os mesmos princípios organizadores com utilização de referências, limites físicos e marcadores.


Referências, limites e contadores

     Referências, limites e contadores são exemplos de elementos de apoio à organização e estrutura.

  • Referências: são pequenas orientações (possíveis de serem compreendidas pela criança) com indicações de onde colocar a mão, o pé, o copo, o prato, etc.).
     Muitas vezes, uma criança dá a impressão de não saber executar uma determinada tarefa, quando na verdade ela fica confusa por não saber o local exato onde ela deve colocar alguma coisa. A referência é uma importante indicação visual de como realizar uma tarefa.

  • Limites: são barreiras físicas para delimitar a direção esperada do movimento da criança. Os limites são muito utilizados em atividades de ducação física, por exemplo, em atividades onde podemos colocar cordas limitando o espaço no qual a criança deve andar em um circuito.
  • Contadores: podem ser moedas ou pedras coloridas que apoiem a criança no número de repetições de determinada atividade. Ao ver o número de contadores a criança tem uma indicação visual da duração da atividade.
     Se a criança precisa percorrer três vezes o mesmo circuito, ela pode ter três moedas qua vai colocando em um cofrinho a cada volta. Assim ela poderá ter uma orientação sobre o término da atividade.

     No próximo post, veremos como se dá o desafio da construção do conhecimento da criança com autismo. Até lá!😉

     

     

     

     


     

terça-feira, 13 de setembro de 2022

Aprendizagem E Desenvolvimento Da Criança Com Autismo


Aprendizagem E Desenvolvimento Da Criança Com Autismo


     Olá! Seja bem vindo!

     Ao iniciar o processo de inclusão de uma criança com necessidades educacionais especiais associadas ao autismo, o professor pode sentir-se incapaz de interagir com essa criança. 

     O professor pode ter a sensação de que a criança se recusa a interagir e a aprender qualquer coisa proposta por ele. 

     Essa situação pode acontecer porque algumas habilidades necessárias para o aprendizado e presentes mesmo em crianças com deficiência intelectual, consideradas pela maior parte dos professores comuns a todas as crianças, não são encontradas nas pessoas autistas.

     É comum que essa criança possa ter, além de deficiência intelectual e problemas de aprendizado, problemas relacionados às áreas de perceptão, comunicação (tanto receptiva como expressiva), interação social e comportamento, característicos do autismo e fundamentais para o desenvolvimento da aprendizagem.

     O ponto de partida é a chamada tríade de dificuldades - comunicação, interação social e uso da imaginação presente na criança com autismo e tem como consequência:

  • a maior dificuldade em receber e transmitir comunicação por meio da troca de cartões do que por meio da linguagem verbal;
  • a dificuldade de imitação da maioria dessas crianças e o porquê da convivência de ensinar por meio da estrutura dos materiais ou do apoio físico em vez da demonstração ou da comunicação verbal;
  • a facilidade que a maioria dessas crianças tem em memorizar sequências de objetos em contrapartida à dificuldade em memorizar ideias em sequência;
  • a dificuldade em estabelecer relações entre eventos;
  • a dificuldade da maioria dessas crianças, em especial nos três primeiros anos de vida, em aprender por exploração do ambiente ou por tentativas, o que torna necessário ensinar o "acerto", pois caso contrário, a criança poderá aprender o "erro";
  • a ausência de reações a demonstrações de afeto ou elogios de pais e professores, o que impede, nessas crianças, o aparecimento de um mecanismo comum à maioria dessas crianças, de aprender para agradar os pais ou os professores.
As Necessidades Educacionais Especiais

    A criança com autismo, do seu nascimento até os três primeiros anos de vida, precisa que lhe seja ensinado quase tudo o que uma criança sem autismo aprende espontaneamente através de observação e de experiência.
 
      A entrada  dessas crianças na escola deve ser cuidadosamente planejada porque:

  • a criança tem problemas de interação social que não se resolvem simplesmente por estar cercada de outras crianças.
  • a criança não aprende por exploração do ambiente ou por observação voluntária;
  • o tempo é um elemento irreversível.

As Possibilidades De Cada Criança

     As possibilidades de desenvolvimento são diferentes para cada criança. Os recursos limitados do trabalho são as limitações da criança e as limitações da própria escola.

   É importante tentar utilizar todos os recursos disponíveis de modo a potencializar o apoio ao desenvolvimento de cada criança individualmente.




A Dimensão Lúdica

  Como mencionado anteriormente, a criança com autismo é afetada por uma tríade de comprometimentos - comunicação, interação social e uso da imaginação. Esses comprometimentos afetam diretamente a relação da criança com as outras, com os adultos e com os objetos.

     Essas crianças têm como tendência, imergir em repetições infindáveis, que tomam vez mais espaço e dificultam progressivamente seu contato com o mundo e seu aprendizado.

   O professor deve ter bem claro que é por meio do aprendizado que a criança pode adquirir consciência do mundo e dela própria e que esse aprendizado passa pelo desenvolvimento da comunicação.

     A experiência do brincar deve ser oferecida à criança inicialmente de forma estruturada e dirigida para que, por meio dessa experiência para que ele possa, aos poucos, conhecer os gostos da criança.

     Para que isso aconteça, os estímulos oferecidos no início devem ser somente os relacionados ao jogo ou atividade e sempre considerando os seguintes pontos:

  • estímulos desnecessários no ambiente podem confundir a criança e até mesmo irritá-la. Tudo que está no espaço de aprendizado deve ser organizado e ter sentido;
  • brincadeiras livres podem aumentar o isolamento, conduzir à destruição de brinquedos ou objetos e distanciar a criança do aprendizado;
  • manifestações de afeto muito animadas podem confundí-la e muitas vezes podem até provocar agressividade.

     Por outro lado, deve-se:

  • estimular a comunicação criança-professor;
  • promover brincadeiras gostosas, mas estruturadas, como brincadeiras de roda e sempre que possível, convidar os pais para participação;
  • mudar constantemente brinquedos e brincadeiras. Não confundir obessões com interesse.

     Prioridade Da Escola

     A prioridade da escola deve ser o desenvolvimento global da criança, ou seja, a mesma prioridade de aprendizado que todas as demais crianças adquirem na escola. Enfatizando que, coisas que outras crianças aprendem por meio de experiências e observação, precisam ser ensinadas à maioria dessas crianças.

    O desenvolvimento da autonomia é uma prioridade importante em qualquer escola. A criança adquire autonomia geralmente por meio do aprendizado ou da possibilidade de consultar um repertório de informações para poder se orientar, tendo os pais e os professores como referência.

     É claro que o desenvolvimento da criança depende do seu potencial, mas também depende do poio que recebe para compreender e interagir com o mundo, pois o sistema de comunicação individualizado é o meio de inserir essa criança na vida social e de aquisição de comportamentos que levam à autonomia.

     Até o próximo post!😉


fonte: Dificuldade acentuadas de aprendizagem Autismo - Ministério da Educação - Secretaria De Educação Especial

     

     

quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Como Meu Aluno Aprende!

Como Meu Aluno Aprende!


Olá! Seja bem vindo!

    Para sabermos o motivo pelo qual nosso aluno não aprende, em primeiro lugar, precisamos entender o que é aprendizagem e como ela acontece.

  A aprendizagem é um fenômeno, um processo bastante complexo, onde várias teorias sobre aprendizagem, estudadas na Psicologia Educacional  tentam explicar como ela acontece. 


  Podemos descrever a aprendizagem como um processo de aquisição e assimilação, mais ou menos consciente, de novos padrões e novas formas de perceber, ser, pensar e agir.


 Isso é bem mais do que aprender uma informação.   Alguns preferem definir aprendizagem como sendo a aquisição de novos comportamentos.  


  Independente da sua definição, o fato é que só podemos afirmar que aprendemos algo realmente, se conseguimos levar essa aprendizagem para a vida, quando aprendo sobre algo e consigo reproduzir esse algo ou até mesmo modificá-lo.



    Exemplo: aprendi uma receita de pão. Consegui fazer o pão. Consegui fazer o pão de uma forma um pouco diferente. ou seja, a aprendizagem foi significativa para mim, teve sentido. Pude colocar o meu conhecimento em prática.

TIPOS DE APRENDIZAGEM:


Existem vários tipos de aprendizagem:

  • Aprendizagem motora: consiste na aprendizagem de hábitos que incluem habilidades motoras como: andar de bicicleta, dirigir um carro, aprender a falar, escrever, etc.




  • Aprendizagem cognitiva: está relacionada à aquisição de informações e conhecimento, como teorias educacionais, aprendizagem das regras gramaticais, informações sobre os fatos ou acontecimentos, etc.



  • Aprendizagem afetiva ou emocionaldiz respeito aos sentimentos e emoções. Tem uma série de implicações pedagógicas, como a maneira de tratar o aluno, o respeito e a valorização do aluno, o "clima" da sala de aula, etc.




  Podemos perceber que para que a aprendizagem ocorra, é necessário que o aluno esteja bem do ponto de vista físico, emocional e cognitivo.


   Somente assim, nosso aluno poderá aprender realmente. 



Atividades Para Fazer Com As Crianças Durante As Férias

  Atividades Para Fazer Com As Crianças Durante As Férias    Olá! Seja bem-vindo(a)!    As férias escolares são um período de oportunidades ...