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sábado, 4 de maio de 2024

Abordagem psicanalítica e a epistemologia genética da deficiência intelectual: Vygotsky

 Abordagem psicanalítica e a epistemologia genética da deficiência intelectual: Vygotsky


     Olá! Seja bem-vindo(a)! Hoje daremos continuidade ao estudo do Livro: Deficiência intelectual, física e psicomotora, das autoras Márcia Siécola e Cleussi Shneider. Neste estudo refletiremos sobre a abordagem psicanalística e a epistemologia genética da deficiência intelectual do ponto de vista da abordagem sociointeracionista, de Vygotsky.

     Para Vygotsky, as reis que regulam o desenvolvimento infantil são as mesmas crianças com ou sem deficiência. Propõe que a criança com deficiência seja estudada  numa perspectativa qualitativa e não como uma diferenciação quantitativa da criança dita como "normal". A pessoa com deficiência apresenta um desenvolvimento qualitativamente único, no entanto, não inferior aos seus pares.

    Na concepção de Vygotsky, o meio social, a diversidade e a heterogeneidade são considerados elementos enriquecedores na geração do conhecimento. Logo, as crianças com deficiência mental, oportunizadas às situações de aprendizagem diferenciadas com crianças sem deficiência, auxiliavam umas as outras no seu desenvolvimento, permitindo assim, o desenvolvimento de novas áreas de aprendizagem.

     Nessa perspectiva, a aprendizagem depende da interação social, ou seja, do intercâmbio, da troca de significados que a criança mantém com a sua realidade social, mais especificadamente com a cultura e com a história do seu grupo social. As experiências socialmente elaboradas por meio da contradição e do conflito permitem a construção das funções psicológicas superiores.

     As funções psicológicas superiores são sempre mediadas por instrumentos: o social e o psicológico. O primeiro nasce da interação com outras pessoas, das trocas culturais e o segundo acontece no plano psicológico, no interior do próprio indivíduo.

     Apesar do organismo humano possuir um potencial, essa capacidade de superação só se realiza a partir da interação com fatores ambientais, pois o desenvolvimento se dá no entrelaçamento de fatores externos e internos.

     Nessa perspectiva - no caso dos cegos, indivíduos privados de visão - todo o organismo se reorganiza para que as funções restantes trabalhem juntas para superar o impedimento, processando estímulos do mundo exterior com a ajuda de meios especiais, tais como o braille.

     O mesmo acontece com os surdos, indivíduos privados da audição, que desenvolverão capacidades visuais e espaço-temporais na interação com instrumentos diversos, tendo a língua de sinais um papel prepoderante nesse processo. E nessa perspectiva também que, para sujeitos com sérios problemas motores e que tenham grande dificuldade no ato da escrita, o uso de instrumentos como o computador atua como estímulo e como suporte para a superação de dificuldades.

    Enfim, toda a obra de Vygotsky aponta para uma mudança radical em relação aos alunos com necessidades educativas especiais. Nesse sentido, a "deficiência" ou os "limites", caso existam, não podem mais ser usados como justificativa da estagnação, da educação empobrecida, da discriminação ou exclusão.

    Nessa perspectiva, é possível observarmos que as bases epistemológicas que fundamentam a proposta da educação inclusiva estão afinadas com a concepção interacionista de inteligência, onde o fator determinante do desenvolvimento e da aprendizagem dependem não só do sujeito (orgânico) ou da influência do meio ambiente, mas da interação entre ambos. Essa é considerada a forma mais apropriada de construção do conhecimento, na medida em que respeita e valoriza as diferenças do ser humano.

     No próximo post daremos continuidade a este estudo, refletindo sobre a deficiência intelectual no contexto escolar: percepção de pais, escola e o papel dos educadores no processo de inclusão. Até lá!😏



     



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