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sábado, 24 de setembro de 2022

A Construção Do Sistema De Comunicação E Linguagem Da Criança Com Autismo

 O Desafio Da Construção Do Conhecimento Da Criança Autista


    Olá! Seja bem-vindo (a)! 

    Hoje veremos como a criança com autismo, mas sem deficiência intelectual, precisa de muita ajuda para poder construir um sistema de comunicação e linguagem.

     A comunicação envolve em si um conceito de troca ou de causa e consequência que parece inexistente para essas pessoas.

     Muitas dessas crianças distanciam-se da normalidade desde seu nascimento, pois o bebê fixa seus olhos na mãe com poucos meses de vida e começa a desenvolver a habilidade de imitação desde cedo.

    Antes de completar um ano já é capaz de apontar objetos, não por desejá-los, mas para compartilhar uma experiência com a mãe.

   As crianças com autismo parecem não utilizar esse meio de aprendizagem no qual a maioria das crianças utiliza. Por isso, é fundamental dar início ao processo de aprendizagem o mais cedo possível.

     Quando a criança não aponta o dedo, mostrando o que deseja, é necessário que isto lhe seja ensinado por meio de apoio físico.

     As dificuldades da tríade (comunicação, interação social e uso da imaginação) fazem com que as relações de causa e consequência não se estabeleçam, ou o façam de uma forma muito demorada ou ineficiente.

     Por isso essas crianças necessitam de ferramentas de apoio para desenvolver essas relações de causa e consequência, levando-se sempre em conta suas potencialidades.


     Aprendendo a estabelecer relações

     O primeiro passo para possibilitar o estabelecimento de relações é o aprendizado das comparações que deve ser iniciado através do conceito de igual e depois das várias formas de diferente.

     Devemos levar em consideração que a criança tem muito mais facilidade de relacionamento com o universo concreto do que com as ideias abstratas, além disso, no início, podemos trabalhar somente com os acertos.

   Somente após o aprendizado inicial tiver sido consolidado é que podemos incluir técnicas de aprendizado por tentativas de acerto e erro.

   O ensino do conceito de igual inicia-se pelo que costumamos chamar de "pareamento" ou "empareamento". Devido a importância desse conconceito e das próprias características da criança, deve-se iniciar esse conceito com poucos pares de objetos familiares e concretos. Podem ser utilizados por exemplo quatro colheres e quatro garfos.

     Esses objetos devem ser apresentados de forma estruturada. Exemplo: utilizando duas caixas como modelos, isto é, uma caixa com uma colher e a outra com um garfo. 

     O professor segura em suas mãos as quatro colheres e os quatro garfos da atividade, dá uma colher para a criança, dizendo igual e a incentiva a colocá-la na caixa onde está a colher modelo; em seguida, faz o mesmo com o garfo e assim por diante.

     Isso deve ser feito com a criança sentada em frente ao professor. O professor deve iniciar a atividade chamando a criança pelo nome e apoiando seu rosto para que ela olhe para ele. Depois de pouco tempo, deve-se passar a dizer, "colher, igual", "garfo, igual", etc. O professor deve variar os objetos utilizados.

    Deve-se sempre variar os períodos de aprendizado com períodos de descanso, nos quais a criança pode fazer algo que a agrade, desde que não seja algo destrutivo.

     A construção da comunicação deve ser feita de forma que ela esteja diretamente relacionada com a vida da criança, de forma que ela possa utilizá-la da forma mais ampla possível.

     A criança pode por exemplo, aprender a parear pratos de um lado e copos do outro, aprender a utilizar o copo como indicador de que está com sede, aprender a parear calças e camisetas e depois vestí-las. Esses são alguns exemplos, pois existem inúmeras possibilidades de aprendizagem.

   Aprendido o conceito de igual, começamos a trabalhar com o diferente e podemos introduzir escolhas iniciando pelas óbvias.


Estabelecendo sistemas de comunicação

   O sistema de comunicação, mesmo que simples, é importante. Deve ser desenvolvido baseado inicialmente, na linguagem não-verbal, através da utilização de objetos concretos ou figuras.

     Se a criança conseguiu evoluir a ponto de parear não somente objetos mas também figuras ou fotos, poderemos utilizar esse recurso. Caso contrário, podemos utilizar objetos concretos diretamente relacionados a ações, como prato para indicar comida ou copo para indicar bebida.

     Através de objetos ou figuras podemos organizar um painel com a sequência de atividades do dia, que a criança poderá consultar, diminuindo assim a angústica do que vem a seguir ou "o que faço quando isso terminar".

     Um sistema de cartões ou figuras pode constituir-se em recurso para indicar necessidades ou pedir algo desejado.




Organização e estrutura

     A organização e estrutura devem estar incorporadas ao sistema de comunicação da criança. A organização da sala de aula facilita em muito a compreensão da criança do que vai acontecer ali dentro, diminui a sua angústia e ajuda no desenvolvimento de seu potencial.

  Estímulos desnecessários devem ser evitados e sempre que um elemento novo for introduzido na sala de aula deve ficar visualmente clara para a criança a razão da introdução desse novo elemento.

   Os materiais, mesmo que simples, devem ser apresentados aos poucos e organizados de forma a comunicar à criança a atividade que deve ser desenvolvida.

   Atividades físicas ou brincadeiras devem levar em conta os mesmos princípios organizadores com utilização de referências, limites físicos e marcadores.


Referências, limites e contadores

     Referências, limites e contadores são exemplos de elementos de apoio à organização e estrutura.

  • Referências: são pequenas orientações (possíveis de serem compreendidas pela criança) com indicações de onde colocar a mão, o pé, o copo, o prato, etc.).
     Muitas vezes, uma criança dá a impressão de não saber executar uma determinada tarefa, quando na verdade ela fica confusa por não saber o local exato onde ela deve colocar alguma coisa. A referência é uma importante indicação visual de como realizar uma tarefa.

  • Limites: são barreiras físicas para delimitar a direção esperada do movimento da criança. Os limites são muito utilizados em atividades de ducação física, por exemplo, em atividades onde podemos colocar cordas limitando o espaço no qual a criança deve andar em um circuito.
  • Contadores: podem ser moedas ou pedras coloridas que apoiem a criança no número de repetições de determinada atividade. Ao ver o número de contadores a criança tem uma indicação visual da duração da atividade.
     Se a criança precisa percorrer três vezes o mesmo circuito, ela pode ter três moedas qua vai colocando em um cofrinho a cada volta. Assim ela poderá ter uma orientação sobre o término da atividade.

     No próximo post, veremos como se dá o desafio da construção do conhecimento da criança com autismo. Até lá!😉

     

     

     

     


     

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