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domingo, 26 de maio de 2024

Fundamentos Da Educação: Teorias Sobre O Desenvolvimento Humano E A Criança De 0 A 6 Anos - Jean Piaget

 

Fundamentos Da Educação: 

Teorias Sobre O Desenvolvimento Humano E A Criança De 0 A 6 Anos

Jean Piaget




      Olá! Seja bem-vindo(a)! 

     No campo da Psicologia e da Biologia, alguns pesquisadores propõe que a criança conheça o mundo e se desenvolva em interação com ele. 

      Isso significa que ela é ativa, nasce com competências que são desenvolvidas na relação com o meio ambiente, onde tanto a criança quanto o ambiente são transformados.

      No post de hoje, vamos estudar alguns destes teóricos que dedicaram-se a pensar como as crianças e os seres humanos aprendem, conhecem e descobrem o novo, integrando o que já sabem com novos saberes. 

      Iniciaremos este estudo com o teórico Jean Piaget, onde ele apresenta o conceito de equilibração; a construção de esquemas sensório-motores pela criança como primeira estratégia de construção de conhecimentos e discute a função simbólica e os processos pré-operatórios de raciocínio.

     Jean Piaget nasceu em 1896, na Suíça, Europa. Filho de uma família com recursos, interessou-se pelo estudo da Biologia e mais tarde, da Psicologia.

    Em suas pesquisas na área da Psicologia, Piaget tentava responder às questões como: como as pessoas passam de um estado de menor conhecimento para um estado de maior conhecimento? Como a criança deixa de precisar dos sentido (olfato, visão, tato, etc.) ou da experiência direta com os objetos para conhêce-los, podendo fazer isto somente com a mente.

     De acordo com Piaget, no início, para a criança conhecer um objeto, é preciso manipulá-lo, senti-lo, tê-lo presente. Por exemplo, não é possível para a criança pequena entender quanto é duas laranjas mais três, se não puder tocar e mexer nas laranjas de verdade.



    Mais tarde, a criança não precisará mais lidar materialmente com os objetos para concluir relações entre eles, mas conseguirá mentalmente resolver problemas que envolvem essas relações: a soma, a compraração entre as laranjas, etc. 

    Piaget estudou como o homem chega a não precisar dos objetos concretos para extrair deles relações: como faz isso mentalmente, pensando sobre os obejtos.

    Ele estudou como nasce o conhecimento abstrato. Este projeto de Piaget é chamado de epistemologia genética. Genética significa a origem do conhecimento. Episteme significa científico e logia quer dizer estudo. Piaget pesquisou a origem do conhecimento científico no homem.

     Piaget propõe que o conhecimento é construído na relação do homem com os objetos, não estando pronto nem no sujeito (na carga genética), nem no meio (no objeto). Por isso, sua teoria é denominada de Construtivismo. O conhecimento não está pronto antes da relação do homem com o meio, mas é construído nessa relação.

     De acordo com Piaget, quando a criança usa os saberes e as possibilidades que já tem para tentar superar um desafio ou enfrentar um problema, ela está realizando o que se chama de assimilação do objeto.

     Explicando de outra forma, no processo de assimilação, o sujeito procura conhecer o objeto, trazendo-o para dentro de seus referenciais e usando competências que já possui, ainda que sejam insuficientes para responder a nova situação.

     Por outro lado, quando o sujeito se modifica em função do conhecimento assimilador, tendo em vista superar o desafio que o novo objeto traz, tem lugar ao que se chama de acomodação.

   Assim, a assimilação é o movimento de buscar incorporar o objeto novo às estruturas de conhecimento (ações, competências mentais) que o sujeito já tem. A acomodação é a mudança nessas estruturas decorrente da tentativa de assimilar o novo.

     Para Piaget, a soma dos processos de assimilação e acomodação denomina-se adaptação. Para o estudioso, a relação do sujeito com os objetos do mundo físico é uma relação de equilibração

     Isto quer dizer que o processo de conhecer tem início com o desequilíbrio entre o sujeito e a sua realidade. Os objetos apresentam um problema ou desafio para o sujeito, gerando um desequilíbrio. Este desequilíbrio leva o sujeito a agir sobre o objeto com o propósito de restabelecer o equilíbrio.

    Na verdade, a estabilização nunca é definitiva, pois o mundo está sempre em mudança e sempre apresentando novos sujeitos, novos desafios, novos aprendizados.

    Podemos dizer que estaremos sempre assimilando, nos acomodando, nos adaptando e por fim, nos equilibrando constantemente, pois em todo instante há algo novo a ser incorporado por nós, há sempre algo a ser aprendido ou situações novas que temos que nos adaptar a um novo contexto. É um ciclo infinito e que se faz necessário para podermos nos adaptar ao meio e às relações apresentadas por ele.

   No próximo post, veremos como Piaget estudou as crianças e suas formas de conhecimento, refletindo como o sujeito passa de um modo de conhecer que necessita do contato concreto com os objetos para o conhecimento abstrato. Discutiremos sobre as fases de desenvolvimento do ser humano.

       Abraços e até lá!😏


    Fonte: Coleção Proinfantil. Módulo II. Unidade 2. Livro de Estudo - Vol. 2. MEC.

terça-feira, 30 de abril de 2024

Abordagem psicanalítica e a epistemologia genética da deficiência intelectual: Jean Piaget

 Abordagem psicanalística e a epistemologia genética da deficiência intelectual: Jean Piaget



     Olá! Seja bem-vindo(a)! Hoje daremos continuidade ao estudo do Livro: Deficiência intelectual, física e psicomotora, das autoras Márcia Siécola e Cleussi Shneider. Neste estudo refletiremos sobre a abordagem psicanalística e a epistemologia genética da deficiência intelectual.

     A epistemologia genética é baseada essencialmente na inteligência e na construção do conhecimento, segundo o biólogo Jean Piaget, visa compreender como as pessoas constroem seus conhecimentos, individualmente ou em conjunto, mas também quais são os processos e etapas que os indivíduos percorrem para conseguirem esse processo.

    Assim, Piaget pesquisou o desenvolvimento humano a partir do estudo  e observação em bebês, crianças e adolescentes, por conceber esse estudo como o mais apropriado para suas investigações a respeito da gênese do conhecimento.

     O objetivo da pesquisa de Piaget foi definir, a partir da perspectiva da biologia e de outras ciências, como o sujeito passaria de um conhecimento menor adquirido anteriormente para um nível de maior complexidade.

     A abordagem piagetiana estabelecia uma relação de interdependência entre o sujeito e o meio e também, preconizava que cada estímulo emite uma resposta, entretanto, Piaget dizia que para que isso ocorresse era necessário que o indivíduo e seu organismo fossem capazes de fornecer tal resposta.

     Na perspectiva piagetiana, o indivíduo não é uma folha em branco, nem traz consigo o conhecimento inato, mas é um ser que interage com o meio em que está inserido, para construir o conhecimento. Nesse sentido, o processo de desenvolvimento cognitivo do indivíduo inicia-se ao nascimento e termina na vida adulta.

     Piaget sugere que há uma evolução natural cognitiva da aquisição de conhecimentos, nos quais as pessoas passam de um estado de total desconhecimento da realidade que o cerca até o desenvolvimento da capacidade de conhecer o que ultrapassa os limites do que está a sua volta, passando por quatro etapas:

  • Etapa 1: inicia-se com o nascimento da criança e prolonga-se até por volta dos dois anos de idade. Nesta fase o menor se encontra no período sensoriomotor, chegando a uma modalidade de estabilidade biológica e cognitiva que faculta a este estabelecer uma estrutura das palavras ou expressões, isto acontece por volta dos 12 aos 18 meses de idade e é rigorosamente conceitual.
  • Etapa 2: finalizada a fase anterior, a criança insere-se no estágio pré-operatório, fundamentado no estabelecimento ainda inicial de uma estrutura operatória e se mantém nessa etapa até completar maios ou menos 7 a 8 anos de idade.
  • Etapa 3: denominada de operatório concreto. Essa fase inicia-se ao final da segunda etapa e estrutura-se na competência do menino(a) de sistematizar atividades bem ordenadas intelectualmente. portanto, o pensamento deixa de ser abstrato, tornando-se capaz de resolver problemas concretos. Essa etapa tem duração em média, dos 11 aos 12 anos de idade.
  • Etapa 4: inicia-se ao término da terceira fase e a pessoa permanece nela por toda sua vida de adulto. É o chamado período operatório formal, em que acontece a ampliação da capacidade cognitiva, na qual o indivíduo consegue raciocinar sobre hipóteses. Essa fase acontece por volta dos 14 aos 15 anos de idade e o acompanha ao longo da sua existência.

     Assim, a teoria piagetiana envolveu basicamente dois processos: assimilação e acomodação.

   A assimilação é a incorporação de um novo conceito ou experiência em um conjunto de conhecimento, chamado por Piaget de esquemas e mecanismos já existentes, por meio da própria atividade do indivíduo.

     Já a acomodação é o processo pelo qual as crianças modificam suas ações, a fim de manejarem e ampliarem novos objetos ou experiências. Os processos de assimilação e acomodação são complementares e se mostrarem presentes em toda a vida do sujeito, permitindo a adaptação intelectual.

     O resultado dessas sucessivas assimilações e acomodações é chamado por Piaget de "equilibração", conceito central da teoria construtivista do conhecimento. É o processo de autorregulação que consiste numa passagem contínua de um estado de menor equilíbrio para outro de equilíbrio superior. Sendo assim, o desenvolvimento mental é uma construção sucessiva.

    Embora Piaget não tenha sido um educador, a sua teoria orientou em muito as questões educacionais. Inclusive na Educação Especial da educadora Barbel Inhelder, citada por Montoan, que desenvolver um estudo aplicando a teoria psicogenética em portadores de deficiência mental. 

    Conforme tal estudo, em sua evolução intelectual a criança com deficiência passaria pelos mesmos estágios da criança normal. Porém, enquanto na criança normal há uma aceleração progressiva do pensamento operatório, na deficiência observa-se lentidão ou até estagnação em relação ao seu raciocínio.

     Segundo Montoan, todas as contribuições inovadoras indicam novas possibilidades na educação de pessoas com deficiência mental. Uma das implicações é a inclusão educacional que contribui para o desenvolvimento das estruturas lógicas concretas.

     No próximo post daremos continuidade a este estudo, refletindo sobre outra abordagem atualmente muito discutida na esfera educacional, que é o sociointeracionismo de Vygotsky. Até lá!😏


     

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