quinta-feira, 13 de outubro de 2022

A Inclusão Do Aluno Com Autismo Na Rede Regular De Ensino


A Inclusão Do Aluno Com Autismo Na Rede Regular De Ensino


     Ao longo das duas últimas décadas, o mundo vem discutindo, no campo da educação, o que vem a ser inclusão e como fazê-la.

  Considerando a prioridade de todas as crianças com necessidades educacionais especiais é seu desenvolvimento cognitivo, o desenvolvimento social virá mais tarde, quando possível. 

   Acreditamos que a inclusão de crianças com necessidades educacionais especiais por apresentarem autismo deva ser realizada de modo criterioso e bem orientado, que vai variar de acordo com as possibilidades individuais de cada aluno.

     Para viabilizar a inclusão na escola regular é indispensável contar com salas de AEE (Atendimento Educacional Especializado) e professores especializados para que seja realizada com êxito a inclusão desses alunos.

     Não é necessário que esse professor seja exclusivo de uma escola, podendo atender a um grupo de escolas. Deve ser especializado e saber realizar avaliações, organizar sistemas de trabalho, avaliar sua eficiência, avaliar problemas de comportamento e definir estratégias, mas principalmente deve saber demonstrar, atuando diretamente com a criança, tudo que quer transmitir ao professor.

     O primeiro passo para a inclusão desse aluno consiste na aplicação pelo professor especializado, da avaliação do aluno.

     A aplicação da avaliação é essencial para definir os opoios que atendam às necessidades específicas de cada aluno, lembrando que esse aluno deve ser inserido preferencialmente, em uma sala que tenha alunos cuja média de idade seja a mesma de sua idade cronológica.


     O Aluno Especial Em Sala Comum Do Ensino Regular

1.1 - Preparação dos alunos para receber o colega com necessidades educacionais especiais

     Perguntas dos outros alunos devem ser respondidas à medida que forem feitas, sem acrescentar nada mais à estrita resposta do que foi perguntado, mas o professor deve ficar atento ao surgimento espontâneo de situações que envolvam rejeição. 

   Cada situação deve ser tratada estritamente no contexto em que apareceu; se o contexto for individual, deve ser programada uma conversa com o aluno que trouxe o problema, mas se for coletivo, deve ser programada uma conversa com toda a sala, tomando-se o cuidado de não constrangir o aluno com deficiência.

     Essa conversa coletiva com a sala deve ser pautada por dois princípios básicos:

  • a conversa deve girar estritamente em torno da diferença do aluno relativa ao incidente a ser discutido;
  • a conversa sempre deve incluir alguma outra diferença desse aluno que possa implicar na admiração de seus colegas, como por exemplo, alguma habilidade extraordinária que ele apresente, seja na área musical, seja em relação à memória, desenho, etc.

1.2 - Adaptações na sala para receber o aluno

     Alguns pontos importantes:
  • o professor deve sempre se certificar de ter a atenção desse aluno, tomando cuidados como: sentá-lo na primeira fila, falar seu nome várias vezes durante a aula e verificar seus cadernos várias vezes para ter certeza de que ele está executando as tarefas;
  • o aluno com deficiência, por apresentar autismo, pode apresentar dificuldades de organização e de memorização de suas responsabilidades. Portanto, pode ser necessário ter um roteiro especial de apoio à organização do aluno, como uma agenda ou um caderno com fotos das atividades. No caso das salas de educação infantil, uma agenda contendo o roteiro dos trabalhos do dia em formas de fotos ou um roteiro que fique à mostra na parede quase indispensável;
  • embora não seja aconselhável que o aluno tenha um acompanhante exclusivo, pode ser que necessite de um acompanhante para ajudá-lo nos primeiros dias a organizar-se de acordo com a rotina da sala ou em algumas atividades específicas, como por exemplo, em aulas de educação física;
  • embora nem a rotina original da sala de aula nem o "currículo" devam sofrer alterações para receber o aluno deficiente, outras atividades devem ser incluídas para facilitar a interação desse aluno com os outros alunos da sala e vice-versa, como montar uma escala de tarefas para os alunos da sala que inclua o aluno com deficiência, para atividades como servir o lanche ou distribuir materiais para os outros alunos;
  • a autoridade do professor é a segurança desse aluno. Até que o professor não o compreenda totalmente e não tenha a situação sob controle, ele não deve falar excessivamente com o aluno, sob pena de ter de enfrentar mais tarde problemas de comportamento que podem, inclusive, comprometer o aprendizado da criança;
  • se o aluno apresentar, em situação de trabalho, algum tipo de estereotipia (movimentos repetitivos) ou ecolalia (repetição de palavras ou frases), o professor deve interromper a situação, dirigindo a atenção do aluno novamente para a tividade na qual ele deveria estar envolvido ou para alguma atividade com sentido;
  • a colaboração estreita da família, tanto para os trabalhos de casa como para resolver eventuais problemas é muito importante, assim como o apoio do professor responsável.

1.3 - Estratégias para estimular a interação do aluno deficiente com os outros alunos

     É importante que o professor seja realista quanto às dificuldades de seu aluno deficiente. Uma das maiores dificuldades, em geral, é a dificuldade de interação desse aluno com os colegas.

     É muito comum em salas de pré-escola, que as meninas tendam a proteger e amparar esse aluno. Esse comportamento deve ser incentivado com naturalidade. A interação não deve ser imposta, mas incentivada e se necessário for, estimulada por meio de algumas estratégias.

     Nos programas desenvolvidos para apoio à inclusão escolar da criança autista devem ser planejadas atividades nas quais um colega:
  • ofereça-lhe coisas interessantes, como comidas ou brinquedos;
  • ofereça-lhe ajuda;
  • peça-lhe ajuda;
  • faça-lhe algum elogio (elogie um desenho ou atividade executada com sucesso);
  • dê-lhes sinais de afeto, tal como levá-la pela mão ao parque;
  • faça-lhe perguntas;
  • obtenha a sua atenção;
  • persista até obter a resposta da criança autista.
     Jogos, nos quais cada aluno tenha que esperar sua vez são importantes para todas as crianças.

   Por outro lado, deve ser incentivado que a criança autista seja responsável por alguma atividade importante, tal como distribuição de material ou lanche.

   No próximo post, veremos como funciona o currículo para o aluno autista e o que a escola e o professor precisam fazer. Até lá!😊

                                                                                                                                                                                                fonte: Saberes e práticas da inclusão - MEC.

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