Mostrando postagens com marcador Henry Wallon. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Henry Wallon. Mostrar todas as postagens

sábado, 1 de junho de 2024

Desenvolvimento Humano Segundo Henry Wallon

 Desenvolvimento Humano Segundo Henry Wallon




   Olá! Seja bem-vindo(a)! Neste post nós vamos fazer um estudo sobre as contribuições de Henry Wallon, em relação ao desenvolvimento humano.

  Wallon nasceu em 1879 na França, Europa. Foi psicólogo e médico, trabalhando com pessoas sobreviventes da Primeira e Segunda Guerra Mundial. Em suas pesquisas, buscava compreender a base orgânica e cerebral das funções psíquicas que investigava.

   O autor tinha interesse em saber onde se localizava na mente humana, o cérebro, funções tais como a memória, a afetividade e o comportamento social.

   A partir das ideias formadas por Wallon, podemos entender que, na base orgânica do corpo humano, o Sistema Nervoso, as conexões cerebrais modificam-se à medida que o ser humano relaciona-se socialmente.

   Por exemplo, as regiões do cérebro do bebê se ampliam e mudam suas funções de acordo com as interações sociais nas quais o bebê está envolvido (conversa da mãe com ele, colo dos adultos, por ver e escutar outras pessoas, etc.).

   Por conta disso, Wallon afirmava que o ser humano é organicamente social. Cada sujeito humano se torna o que é, constitui sua identidade e seu conhecimento, nos relacionamentos sociais.

   Somos sujeito a partir do outro, pela mediação do outro, ou seja, a partir da linguagem, que se coloca entre nós e o mundo, para organizar a nossa relação com ele. Nesse ponto, as ideias de Wallon se aproximam muito das ideias de Vygotsky.

  Wallon propôs três centros que se entrelaçavam diferentemente ao longo do desenvolvimento da criança: a afetividade, a motricidade e a cognição.

   Num período inicial do desenvolvimento no recém-nascido, predomina a afetividade (a inteligência ou cognição não se separa da afetividade). É o período denominado por ele como impulsivo-emocional (até 2 anos).

   Ao longo desse período, os movimentos tornam-se comunicativos, pois, nas relações, o bebê passa a expressar-se para obeter respostas e contatos dos adultos. 

 Para os bebês, as primeiras manifestações, centradas nele mesmo, ao serem interpretadas e respondidas, vão se tornando manifestações comunicativas, relacionais. 

  De qualquer forma, neste momento a orientação do bebê é interna, voltada para o eu corporal, sendo pouco afetada pelos objetos do mundo físico e pelos contatos humanos.

   Portanto, a afetividade, isto é, a possibilidade de afetar e ser afetado nas relações, predomina nesse momento. Nesse processo, Wallon reconhece algo como um "diálogo tônico", ou seja, uma espécie de conversa entre o bebê e o adulto por intermédio não só das palavras, mas do tônus corporal, da expressão facial, dos gestos, do contato físico.

   É na relação com a fala e movimentos dos adultos que a criança vai entendendo quem é ela e quem o outro é. O processo de imitação tem um papel importante nesse momento.

   Quando faz algo igual a alguém, quando busca imitar uma palavra dita pela mãe, ou imita o jeito de alguém, a criança ganha novos movimentos e vai inserindo em seu repertório a possibilidade simbólica, ou seja, a capacidade de representar ações e objetos ausentes do seu campo perceptivo, da sua visão presente.


   Conforme os movimentos se expandem e desenvolve-se o pegar, o andar e o deslocar-se no espaço, também aparecem os movimentos simbólicos. Trata-se do que Wallon denomina primeiros ideomovimentos, caractterísticos do período sensório-motor projetivo (entre 2 e 4 anos).

   Wallon propõe que o ato motor, o deslocamento do corpo no espaço com cada vez mais desenvoltura e segurança, gera o ato mental. As primeiras ideias mentais das crianças nascem em seus movimentos.

   Ao observarmos crianças pequenas (de 3 anos, por exemplo) brincando, é comum percebermos que dos gestos brotam palavras e significados. Também, quando desenham, só conseguem dizer o que fizeram depois que terminam e não antes. 

 Nesse período, aos poucos, a intensa motricidade vai sendo inibida pelo ato mental, pelo funcionamento cognitivo. Na verdade, o ato interioriza-se, desloca-se de fora, do motor, ligado aos obejtos físicos, para o mental, ligado à atividade interna da criança. 

   É importante ressaltar que o ato mental inibe o motor, mas não deixa de ser atividade corpórea. Começa a haver uma economia no movimento quando o pensamento ganha um lugar maior, à medida que a criança mexe menos músculos para realizar tarefas.

   No entanto, Wallon reconhece nas atividades de pensamento o que ele chama de função tônica do movimento, ou seja, uma motricidade expressiva. 

   Então, há dois tipos de atividade corpórea: a cinética, responsável pelo movimento, deslocamento, mudança de posição e a atividade tônica, presente na mobilidade e responsável pela expressividade.

   Para Wallon, pensamos com o corpo em sentido duplo: com o cérebro e com os músculos que estão em franca atividade tônica, enquanto nosso corpo está visualmente parado.

   De acordo com o autor, por volta dos 4 anos, surge na criança o período personalista. Esse momento caracteriza-se por um intenso negativismo da criança. É como se ela tivesse como resposta para tudo o não e a rebeldia.

   Na verdade, quando diz tantos nãos, a criança está afirmando o que quer ou quem ela é. É como se, pela expulsão do que há de alheio dentro de si, a criança pudesse construir o seu eu. 

   A percepção de si, de seus movimentos e conquistas da etapa anterior, dão lugar a uma consciência de si cada vez maior por parte da criança e uma independência que se fortalece. Faz parte desse momento, também, algo que parece oposto ao negativismo, complementa-o com a imitação.

   Na verdade, a criança também busca nessa etapa, a admiração do adulto que se relaciona com ela, no sentido de fortalecer o seu eu ainda em construção.

   Por fim, Wallon descreve o último período como período categorial (a partir dos 7 anos). Nesta fase, o domínio cognitivo oferece as bases para que se desenvolvam as ações mentais de explicar, definir e diferir objetivamente o mundo. 

   Tendo já uma diferenciação interna constituída, a criança se volta para o mundo a fim de compreendê-lo, explicá-lo e conquistá-lo.

   Até o próximo post. Abraços!😏


                                                                              Fonte: Coleção Proinfantil. Módulo II. Unidade 2. Livro de Estudo - Vol. 2. MEC.

Disciplina Positiva: Amor E Alegria Em Casa E Em Sala De Aula

  Disciplina Positiva: Amor E Alegria Em Casa E Em Sala De Aula    Olá! Seja muito bem-vindo(a)!  A disciplina positiva é uma abordagem educ...