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quinta-feira, 30 de maio de 2024

Desenvolvimento Humano Segundo Lev Vygotsky

  Desenvolvimento Humano Segundo Lev Vygotsky




   Olá! Seja muito bem-vindo(a)! No post de hoje veremos o desenvolvimento humano numa perspectiva sociocultural do ponto de vista do teórico Lev Vygotsky.

   Vygotsky nasceu na antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (atualmente, a Rússia) no ano de 1896. Estudou direito e atuou como crítico literário. A formação de Vygotsky foi ampla e variada, englobando de forma especial, o campo da arte e da cultura.

   O teórico buscava, através de suas pesquisas na área da Psicologia, compreender como o sujeito torna-se capaz de produzir símbolos, ou seja, a linguagem, que lhe permite organizar-se na realidade e comunicar-se.

   Entendia que o homem se diferenciava dos animais, pois além de usar instrumentos do mundo físico, ou seja, instrumentos materiais para otimizar sua relação com o mundo, também fazia uso de instrumentos psicológicos e símbolos nessa relação.

   A linguagem de uma criança não é uma criação solta, espontânea, mas produz-se na relação estreita com o contexto social que ela faz parte. 

   Ou seja, as formas de organizar-se no mundo relacionam-se com o grupo social ao qual pertence. As primeiras palavras e significados chegam à criança através dos adultos de seu meio social.

   Vygotsky propõe que o interpsíquico torna-se aos poucos intrapsíquico. Isso significa que as formas de comunicação e as palavras que constituem a cultura da criança, circulando em seu meio social (inter quer dizer entre os homens), tornam-se suas próprias palavras e formas de comunicação (intra quer dizer dentro dela mesma).

   Isso não quer dizer que a criança reproduza passivamente os modos de interação do seu grupo social, mas que os recria com suas ações.

   Ou seja, toma o que é marca social do seu grupo e refaz esses códigos de uma forma particular. O comportamento novo que surge numa criança nunca é fruto do acaso, mas nasce da recombinação de suas experiências acumuladas, as experiências que formam seu grupo social.

   Para exemplificar, Vygotsky falava sobre como nascia o gesto de apontar. Para o autor, primeiramente a criança se esforça para pegar o objeto que está fora de seu alcance, num local alto, por exemplo. Então, o adulto pergunta: " É aquilo que você quer?".

   Essa sinalização do adulto faz com que, em outras circunstâncias, a criança aponte quando quer algo. A tentativa de pegar transforma-se em apontar, através do significado que o adulto dá à situação. O gesto passa a ser usado em diversas outras ocasiões de uma forma particular que a criança cria.

Zona De Desenvolvimento Proximal

   Na teoria do desenvolvimento humano proposta por Vigotsky, é muito importante o papel do outro, seja esse outro uma criança ou um adulto. 

   De acordo com o autor, quando buscamos avaliar o desenvolvimento de uma criança pelo que ela já é capaz de resolver sozinha, acabamos por ter uma ideia distorcida de suas reais capacidades, pois certamente, ela poderá fazer muito mais coisas se tiver o auxílio de um adulto ou de companheiros mais capazes.

   Por exemplo, pode ser que duas crianças da mesma idade não saibam ainda amarrar os seus próprios tênis sozinhas (de forma espontânea e independente). Mas, o adulto do outro lado dando algumas dicas, uma delas rapidamente consegue amarrar, enquanto a outra não.

   Numa próxima tentativa, a criança que foi capaz de finalizar a tarefa com ajuda, provavelmente irá realizá-la sozinha. Isto quer dizer que as competências da criança, com ajuda, revelam o processo do seu desenvolvimento.

   Assim, Vygotsky propõe que, ao buscarmos perceber o desenvolvimento de uma criança (em qualquer competência: lógica, de linguagem, corporal, etc.), é preciso prestar atenção não só no que a criança realiza sozinha, mas o que faz com ajuda, com pistas, com o acompanhamento de alguém mais competente naquela tarefa.

   Portanto, além de ser importante discriminarmos o nível de desenvolvimento real (o que a criança realiza sozinha), é preciso identificar o nível de desenvolvimento potencial (o que ela faz com ajuda). 

  Vygotsky ressalta que a distância entre o nível real e o potencial configura a zona de desenvolvimento proximal (onde ocorrem as aprendizagens). O que a criança hoje faz com ajuda, amanhã fará sozinha.

   O quadro abaixo ajuda a visualizar a proposta teórica de Vygotsky:



    A aprendizagem se dá no contexto dos relacionamentos entre as crianças e delas com os adultos, nas conversas, brincadeiras compartilhadas e imitações.

   Podemos observar que Vygotsky não sugere estágios ou etapas através dos quais a criança vai progredindo, como a teoria de Piaget sugere. Seu olhar para o desenvolvimento não obedece a uma linha reta que vai do mais simples ao mais complexo, pois não há um nível ideal a atingir.

  O autor pensa na existência de diferentes processos ao mesmo tempo. Assim, a criança está mergulhada no universo simbólico e na linguagem desde que nasce. Pouco a pouco, através da relação com outras crianças e adultos, essa linguagem se torna sua também.

   A criança não passa a ser social com o desenvolvimento. É um ser social desde que nasce e ao longo do desenvolvimento, vai negociando os significados dos objetos e das palavras com os parceiros de seu contexto cultural.

   De acordo com o autor, a imitação tem um papel crucial no desenvolvimento. A criança só consegue imitar aquilo que está na sua zona de desenvolvimento proximal. Isto quer dizer que o que ela imita hoje, amanhã irá tornar-se algo próprio dela.

   A importância do nível potencial e da zona de desenvolvimento proximal, ou seja, a importância de considerarmos o que a criança faz com auxílio, não significa que possamos ensinar qualquer coisa a qualquer criança. É preciso que o auxílio seja significativo para ela, ou seja, que ela busque a ajuda e que logo em seguida aproprie-se daquela competência, tornando-a parte de seu desenvolvimento real.

   Para os professores(as), o grande valor dos conceitos de Vygotsky está nas interações sociais. A valorização das trocas entre as crianças de um grupo e de grupos diferentes (de diferentes idades e momentos evolutivos) serve como inventivo no desenvolvimento de cada uma.

   Por isso a importância do trabalho em grupos na escola, das conversas em que se compartilham experiências, em que cada um expressa suas conquistas para o outro, contribuindo com o processo de desenvolvimento do amigo.

   No próximo post, estudaremos sobre o desenvolvimento da afetividade, cognição e motricidade como forças interligadas: as contribuições de Wallon.

   Abraços e até a próxima!😏


                                                            Fonte: Coleção Proinfantil. Módulo II. Unidade 2. Livro de Estudo - Vol. 2. MEC.

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