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No post anterior, vimos sobre a relação do sujeito com os objetos do mundo físico é uma relação de equilibração. Isto quer dizer que o processo de conhecer tem início com o desequilíbrio entre o sujeito e a sua realidade.
Os objetos apresentam um problema ou desafio para o sujeito, gerando um desequilíbrio. Este desequilíbrio leva o sujeito a agir sobre o objeto com o propósito de restabelecer o equilíbrio. A estabilidade na verdade, nunca é definitiva, pois o mundo está sempre em mudança e sempre apresentando novos objetos e desafios.
No post de hoje, veremos como Piaget estudou as crianças e suas formas de conhecimento, refletindo como o sujeito passa de um modo de conhecer que necessita do contato concreto com os objetos para o conhecimento abstrato. Discutiremos sobre as fases de desenvolvimento do ser humano.
Pesquisando como a criança conhece o mundo e desenvolve-se, Piaget pretendia compreender como ela chega a pensar de modo adulto, lógico e racional. Nesse processo, investigou o desenvolvimento intelectual humano (o desenvolvimento da inteligência), dividindo-o em quatro períodos:
- Período sensório-motor;
- Período pré-operatório;
- Período das operações concretas;
- Período das operações abstratas (ou formais).
Entre 3 e 6 anos, mais ou menos, os antigos esquemas de ação são transformados em esquemas representativos, isto é, os objetos sofrem não só a ação física da criança mas também a ação mental. Uma caixa trasforma-se num carro, um cabo de vassoura num cavalo e por aí vai.
Além disso, a linguagem oral progride muito, tornando possível empregar expressões socialmente convencionadas e não só expressões muito particulares (a criança substitui por exemplo, a palavra totó por cachorro).
Nesse período, tem início a atividade simbólica, que se caracteriza pela capacidade da criança de tornar presentes objetos e pessoas ausentes, através da imitação e do faz de conta. Ela brinca de de ser a mãe quando está na escola, brinca de ser a professora quando está em casa, etc.
Ao mesmo tempo, aparece a possibilidade das primeiras trocas verbais e relacionamentos sociais. Isto significa que os esquemas representativos vão se adequando cada vez mais ao meio social em que a criança vive, possibilitando a conversa e o entendimento social.
Esse período recebe o nome de pré-operatório porque se caracteriza pela ausência de oprações mentais. Uma operação é constituída pela possibilidade de reversibilidade, o que as crianças pré-operatórias ainda não possuem.
Assim, podemos dizer, a partir da teoria de Piaget, que a lógica das percepções predomina sobre as operações mentais e a lógica mental nas crianças de até 7 anos.
No que diz respeito às relações entre a teoria de Piaget e o trabalho do professor na Educação infantil, é importante prestar atenção nos seguintes pontos:
- Piaget não pesquisou a escola e a Pedagogia, mas como a criança pensa e relaciona-se com o mundo físico. Olhou para as crianças e suas interações com os objetos.
- Seus experimentos com as crianças e as perguntas que fazia a elas para entender como estavam pensando em cada período não podem ser copiadas pela escola e transformada em tarefa escolar.
- Piaget preocupava-se em entender como a criança pensava sem a intervenção do adulto, de outras e de apoio. A escola é exatamente p lugar onde o pensamento e a aprendizagem acontecem com a intervenção de muitas interações (entre as crianças e delas com os adultos).
- Piaget focalizou o desenvolvimento do pensamento lógico, que é somente uma das dimensões da criança em jogo no contexto escolar (é preciso prestar atenção para a afetividade e o social).
No próximo post, daremos continuidade aos estudos sobre o desenvolvimento humano refletindo sobre a teoria do desenvolvimento do teórico Levy Vygotsky. Abraços e até lá!😏
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