segunda-feira, 5 de maio de 2025

"Meu Filho Não Quer Comer! Como Lidar Com A Seletividade Alimentar Infantil.

 


   A seletividade alimentar é uma característica comum entre pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Para muitas famílias, as refeições se tornam momentos desafiadores, marcados por recusa de alimentos, preferências extremamente restritas e preocupações com a nutrição da criança.

   Embora seja um comportamento frequentemente observado no autismo, é importante compreender suas causas e buscar formas respeitosas e eficazes de lidar com a situação. E é sobre esse assunto que vamos tratar no post de hoje.

O que é seletividade alimentar?

   Seletividade alimentar é quando a pessoa aceita apenas um número limitado de alimentos, muitas vezes rejeitando grupos inteiros, como frutas, vegetais ou alimentos de determinada textura ou cor. Em crianças com autismo, essa seletividade pode ser ainda mais intensa e duradoura.

   Estudos indicam que entre 50% e 80% das crianças com TEA apresentam algum grau de seletividade alimentar. Essa recusa alimentar vai além de “gosto pessoal” e pode estar ligada a fatores sensoriais, comportamentais ou até experiências negativas anteriores com determinados alimentos.

Causas comuns da seletividade alimentar no autismo

  1. Hipersensibilidade sensorial: Muitas crianças com autismo têm sensibilidade aumentada a estímulos como cheiro, textura, sabor ou até aparência dos alimentos. Um purê com consistência “estranha” ou um cheiro forte pode ser intolerável para elas.

  2. Rigidez comportamental: O TEA está frequentemente associado à rigidez nas rotinas e resistência a mudanças. A alimentação pode ser uma das áreas onde a criança busca previsibilidade, aceitando apenas alimentos que já conhece.

  3. Questões motoras orais: Algumas crianças têm dificuldades na mastigação ou deglutição, o que pode fazer com que evitem alimentos mais difíceis de manipular, como carnes ou vegetais crus.

  4. Experiências negativas anteriores: Um episódio de engasgo ou mal-estar após comer certo alimento pode fazer com que a criança o evite totalmente no futuro.

Impactos da seletividade alimentar

   Além da preocupação com o equilíbrio nutricional, a seletividade alimentar pode afetar a dinâmica familiar. Muitas vezes, os pais precisam preparar refeições separadas, o que exige tempo e energia.

  Além disso, há o aspecto social: aniversários, idas a restaurantes ou refeições em família podem se tornar situações estressantes.

  É importante lembrar que forçar a criança a comer algo que ela rejeita pode piorar a situação, criando uma associação negativa com a comida e aumentando a ansiedade em torno das refeições.

Estratégias para lidar com a seletividade

  1. Respeite o tempo da criança: A introdução de novos alimentos deve ser feita de forma gradual. Às vezes, só ver o alimento no prato já é um avanço.

  2. Trabalhe com exposições sucessivas: Permitir que a criança interaja com o alimento (toque, cheire, brinque) sem pressão para comer pode aumentar sua familiaridade e reduzir a rejeição.

  3. Aposte na previsibilidade: Manter uma rotina alimentar organizada, com horários e rituais semelhantes, pode dar à criança a segurança de que precisa para explorar novos sabores.

  4. Ofereça o novo junto do familiar: Apresente novos alimentos junto com os que a criança já aceita. Às vezes, ela se sentirá mais confortável para experimentar algo novo se ele estiver ao lado de algo conhecido.

  5. Trabalhe com profissionais especializados: Nutricionistas, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos com experiência em autismo podem oferecer abordagens individualizadas e seguras.

Conclusão

   A seletividade alimentar no autismo não é uma questão de “birra” ou “má educação”, mas um comportamento complexo, muitas vezes ligado a fatores sensoriais e emocionais. 

   Com paciência, empatia e apoio profissional, é possível ampliar o repertório alimentar da criança e tornar as refeições mais tranquilas para toda a família.

   Espero que tenha gostado do post de hoje. Abraços e até a próxima!😉


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