sábado, 24 de setembro de 2022

A Construção Do Sistema De Comunicação E Linguagem Da Criança Com Autismo

 O Desafio Da Construção Do Conhecimento Da Criança Autista


    Olá! Seja bem-vindo (a)! 

    Hoje veremos como a criança com autismo, mas sem deficiência intelectual, precisa de muita ajuda para poder construir um sistema de comunicação e linguagem.

     A comunicação envolve em si um conceito de troca ou de causa e consequência que parece inexistente para essas pessoas.

     Muitas dessas crianças distanciam-se da normalidade desde seu nascimento, pois o bebê fixa seus olhos na mãe com poucos meses de vida e começa a desenvolver a habilidade de imitação desde cedo.

    Antes de completar um ano já é capaz de apontar objetos, não por desejá-los, mas para compartilhar uma experiência com a mãe.

   As crianças com autismo parecem não utilizar esse meio de aprendizagem no qual a maioria das crianças utiliza. Por isso, é fundamental dar início ao processo de aprendizagem o mais cedo possível.

     Quando a criança não aponta o dedo, mostrando o que deseja, é necessário que isto lhe seja ensinado por meio de apoio físico.

     As dificuldades da tríade (comunicação, interação social e uso da imaginação) fazem com que as relações de causa e consequência não se estabeleçam, ou o façam de uma forma muito demorada ou ineficiente.

     Por isso essas crianças necessitam de ferramentas de apoio para desenvolver essas relações de causa e consequência, levando-se sempre em conta suas potencialidades.


     Aprendendo a estabelecer relações

     O primeiro passo para possibilitar o estabelecimento de relações é o aprendizado das comparações que deve ser iniciado através do conceito de igual e depois das várias formas de diferente.

     Devemos levar em consideração que a criança tem muito mais facilidade de relacionamento com o universo concreto do que com as ideias abstratas, além disso, no início, podemos trabalhar somente com os acertos.

   Somente após o aprendizado inicial tiver sido consolidado é que podemos incluir técnicas de aprendizado por tentativas de acerto e erro.

   O ensino do conceito de igual inicia-se pelo que costumamos chamar de "pareamento" ou "empareamento". Devido a importância desse conconceito e das próprias características da criança, deve-se iniciar esse conceito com poucos pares de objetos familiares e concretos. Podem ser utilizados por exemplo quatro colheres e quatro garfos.

     Esses objetos devem ser apresentados de forma estruturada. Exemplo: utilizando duas caixas como modelos, isto é, uma caixa com uma colher e a outra com um garfo. 

     O professor segura em suas mãos as quatro colheres e os quatro garfos da atividade, dá uma colher para a criança, dizendo igual e a incentiva a colocá-la na caixa onde está a colher modelo; em seguida, faz o mesmo com o garfo e assim por diante.

     Isso deve ser feito com a criança sentada em frente ao professor. O professor deve iniciar a atividade chamando a criança pelo nome e apoiando seu rosto para que ela olhe para ele. Depois de pouco tempo, deve-se passar a dizer, "colher, igual", "garfo, igual", etc. O professor deve variar os objetos utilizados.

    Deve-se sempre variar os períodos de aprendizado com períodos de descanso, nos quais a criança pode fazer algo que a agrade, desde que não seja algo destrutivo.

     A construção da comunicação deve ser feita de forma que ela esteja diretamente relacionada com a vida da criança, de forma que ela possa utilizá-la da forma mais ampla possível.

     A criança pode por exemplo, aprender a parear pratos de um lado e copos do outro, aprender a utilizar o copo como indicador de que está com sede, aprender a parear calças e camisetas e depois vestí-las. Esses são alguns exemplos, pois existem inúmeras possibilidades de aprendizagem.

   Aprendido o conceito de igual, começamos a trabalhar com o diferente e podemos introduzir escolhas iniciando pelas óbvias.


Estabelecendo sistemas de comunicação

   O sistema de comunicação, mesmo que simples, é importante. Deve ser desenvolvido baseado inicialmente, na linguagem não-verbal, através da utilização de objetos concretos ou figuras.

     Se a criança conseguiu evoluir a ponto de parear não somente objetos mas também figuras ou fotos, poderemos utilizar esse recurso. Caso contrário, podemos utilizar objetos concretos diretamente relacionados a ações, como prato para indicar comida ou copo para indicar bebida.

     Através de objetos ou figuras podemos organizar um painel com a sequência de atividades do dia, que a criança poderá consultar, diminuindo assim a angústica do que vem a seguir ou "o que faço quando isso terminar".

     Um sistema de cartões ou figuras pode constituir-se em recurso para indicar necessidades ou pedir algo desejado.




Organização e estrutura

     A organização e estrutura devem estar incorporadas ao sistema de comunicação da criança. A organização da sala de aula facilita em muito a compreensão da criança do que vai acontecer ali dentro, diminui a sua angústia e ajuda no desenvolvimento de seu potencial.

  Estímulos desnecessários devem ser evitados e sempre que um elemento novo for introduzido na sala de aula deve ficar visualmente clara para a criança a razão da introdução desse novo elemento.

   Os materiais, mesmo que simples, devem ser apresentados aos poucos e organizados de forma a comunicar à criança a atividade que deve ser desenvolvida.

   Atividades físicas ou brincadeiras devem levar em conta os mesmos princípios organizadores com utilização de referências, limites físicos e marcadores.


Referências, limites e contadores

     Referências, limites e contadores são exemplos de elementos de apoio à organização e estrutura.

  • Referências: são pequenas orientações (possíveis de serem compreendidas pela criança) com indicações de onde colocar a mão, o pé, o copo, o prato, etc.).
     Muitas vezes, uma criança dá a impressão de não saber executar uma determinada tarefa, quando na verdade ela fica confusa por não saber o local exato onde ela deve colocar alguma coisa. A referência é uma importante indicação visual de como realizar uma tarefa.

  • Limites: são barreiras físicas para delimitar a direção esperada do movimento da criança. Os limites são muito utilizados em atividades de ducação física, por exemplo, em atividades onde podemos colocar cordas limitando o espaço no qual a criança deve andar em um circuito.
  • Contadores: podem ser moedas ou pedras coloridas que apoiem a criança no número de repetições de determinada atividade. Ao ver o número de contadores a criança tem uma indicação visual da duração da atividade.
     Se a criança precisa percorrer três vezes o mesmo circuito, ela pode ter três moedas qua vai colocando em um cofrinho a cada volta. Assim ela poderá ter uma orientação sobre o término da atividade.

     No próximo post, veremos como se dá o desafio da construção do conhecimento da criança com autismo. Até lá!😉

     

     

     

     


     

terça-feira, 13 de setembro de 2022

Aprendizagem E Desenvolvimento Da Criança Com Autismo


Aprendizagem E Desenvolvimento Da Criança Com Autismo


     Olá! Seja bem vindo!

     Ao iniciar o processo de inclusão de uma criança com necessidades educacionais especiais associadas ao autismo, o professor pode sentir-se incapaz de interagir com essa criança. 

     O professor pode ter a sensação de que a criança se recusa a interagir e a aprender qualquer coisa proposta por ele. 

     Essa situação pode acontecer porque algumas habilidades necessárias para o aprendizado e presentes mesmo em crianças com deficiência intelectual, consideradas pela maior parte dos professores comuns a todas as crianças, não são encontradas nas pessoas autistas.

     É comum que essa criança possa ter, além de deficiência intelectual e problemas de aprendizado, problemas relacionados às áreas de perceptão, comunicação (tanto receptiva como expressiva), interação social e comportamento, característicos do autismo e fundamentais para o desenvolvimento da aprendizagem.

     O ponto de partida é a chamada tríade de dificuldades - comunicação, interação social e uso da imaginação presente na criança com autismo e tem como consequência:

  • a maior dificuldade em receber e transmitir comunicação por meio da troca de cartões do que por meio da linguagem verbal;
  • a dificuldade de imitação da maioria dessas crianças e o porquê da convivência de ensinar por meio da estrutura dos materiais ou do apoio físico em vez da demonstração ou da comunicação verbal;
  • a facilidade que a maioria dessas crianças tem em memorizar sequências de objetos em contrapartida à dificuldade em memorizar ideias em sequência;
  • a dificuldade em estabelecer relações entre eventos;
  • a dificuldade da maioria dessas crianças, em especial nos três primeiros anos de vida, em aprender por exploração do ambiente ou por tentativas, o que torna necessário ensinar o "acerto", pois caso contrário, a criança poderá aprender o "erro";
  • a ausência de reações a demonstrações de afeto ou elogios de pais e professores, o que impede, nessas crianças, o aparecimento de um mecanismo comum à maioria dessas crianças, de aprender para agradar os pais ou os professores.
As Necessidades Educacionais Especiais

    A criança com autismo, do seu nascimento até os três primeiros anos de vida, precisa que lhe seja ensinado quase tudo o que uma criança sem autismo aprende espontaneamente através de observação e de experiência.
 
      A entrada  dessas crianças na escola deve ser cuidadosamente planejada porque:

  • a criança tem problemas de interação social que não se resolvem simplesmente por estar cercada de outras crianças.
  • a criança não aprende por exploração do ambiente ou por observação voluntária;
  • o tempo é um elemento irreversível.

As Possibilidades De Cada Criança

     As possibilidades de desenvolvimento são diferentes para cada criança. Os recursos limitados do trabalho são as limitações da criança e as limitações da própria escola.

   É importante tentar utilizar todos os recursos disponíveis de modo a potencializar o apoio ao desenvolvimento de cada criança individualmente.




A Dimensão Lúdica

  Como mencionado anteriormente, a criança com autismo é afetada por uma tríade de comprometimentos - comunicação, interação social e uso da imaginação. Esses comprometimentos afetam diretamente a relação da criança com as outras, com os adultos e com os objetos.

     Essas crianças têm como tendência, imergir em repetições infindáveis, que tomam vez mais espaço e dificultam progressivamente seu contato com o mundo e seu aprendizado.

   O professor deve ter bem claro que é por meio do aprendizado que a criança pode adquirir consciência do mundo e dela própria e que esse aprendizado passa pelo desenvolvimento da comunicação.

     A experiência do brincar deve ser oferecida à criança inicialmente de forma estruturada e dirigida para que, por meio dessa experiência para que ele possa, aos poucos, conhecer os gostos da criança.

     Para que isso aconteça, os estímulos oferecidos no início devem ser somente os relacionados ao jogo ou atividade e sempre considerando os seguintes pontos:

  • estímulos desnecessários no ambiente podem confundir a criança e até mesmo irritá-la. Tudo que está no espaço de aprendizado deve ser organizado e ter sentido;
  • brincadeiras livres podem aumentar o isolamento, conduzir à destruição de brinquedos ou objetos e distanciar a criança do aprendizado;
  • manifestações de afeto muito animadas podem confundí-la e muitas vezes podem até provocar agressividade.

     Por outro lado, deve-se:

  • estimular a comunicação criança-professor;
  • promover brincadeiras gostosas, mas estruturadas, como brincadeiras de roda e sempre que possível, convidar os pais para participação;
  • mudar constantemente brinquedos e brincadeiras. Não confundir obessões com interesse.

     Prioridade Da Escola

     A prioridade da escola deve ser o desenvolvimento global da criança, ou seja, a mesma prioridade de aprendizado que todas as demais crianças adquirem na escola. Enfatizando que, coisas que outras crianças aprendem por meio de experiências e observação, precisam ser ensinadas à maioria dessas crianças.

    O desenvolvimento da autonomia é uma prioridade importante em qualquer escola. A criança adquire autonomia geralmente por meio do aprendizado ou da possibilidade de consultar um repertório de informações para poder se orientar, tendo os pais e os professores como referência.

     É claro que o desenvolvimento da criança depende do seu potencial, mas também depende do poio que recebe para compreender e interagir com o mundo, pois o sistema de comunicação individualizado é o meio de inserir essa criança na vida social e de aquisição de comportamentos que levam à autonomia.

     Até o próximo post!😉


fonte: Dificuldade acentuadas de aprendizagem Autismo - Ministério da Educação - Secretaria De Educação Especial

     

     

quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Como Meu Aluno Aprende!

Como Meu Aluno Aprende!


Olá! Seja bem vindo!

    Para sabermos o motivo pelo qual nosso aluno não aprende, em primeiro lugar, precisamos entender o que é aprendizagem e como ela acontece.

  A aprendizagem é um fenômeno, um processo bastante complexo, onde várias teorias sobre aprendizagem, estudadas na Psicologia Educacional  tentam explicar como ela acontece. 


  Podemos descrever a aprendizagem como um processo de aquisição e assimilação, mais ou menos consciente, de novos padrões e novas formas de perceber, ser, pensar e agir.


 Isso é bem mais do que aprender uma informação.   Alguns preferem definir aprendizagem como sendo a aquisição de novos comportamentos.  


  Independente da sua definição, o fato é que só podemos afirmar que aprendemos algo realmente, se conseguimos levar essa aprendizagem para a vida, quando aprendo sobre algo e consigo reproduzir esse algo ou até mesmo modificá-lo.



    Exemplo: aprendi uma receita de pão. Consegui fazer o pão. Consegui fazer o pão de uma forma um pouco diferente. ou seja, a aprendizagem foi significativa para mim, teve sentido. Pude colocar o meu conhecimento em prática.

TIPOS DE APRENDIZAGEM:


Existem vários tipos de aprendizagem:

  • Aprendizagem motora: consiste na aprendizagem de hábitos que incluem habilidades motoras como: andar de bicicleta, dirigir um carro, aprender a falar, escrever, etc.




  • Aprendizagem cognitiva: está relacionada à aquisição de informações e conhecimento, como teorias educacionais, aprendizagem das regras gramaticais, informações sobre os fatos ou acontecimentos, etc.



  • Aprendizagem afetiva ou emocionaldiz respeito aos sentimentos e emoções. Tem uma série de implicações pedagógicas, como a maneira de tratar o aluno, o respeito e a valorização do aluno, o "clima" da sala de aula, etc.




  Podemos perceber que para que a aprendizagem ocorra, é necessário que o aluno esteja bem do ponto de vista físico, emocional e cognitivo.


   Somente assim, nosso aluno poderá aprender realmente. 



Saberes E Práticas Da Inclusão De Crianças Com Autismo Na Escola

 Saberes E Práticas Da Inclusão De Crianças Com Autismo Na Escola


   Olá! seja bem vindo (a)!

     Nos três primeiros anos de vida, a criança forma mais de 90% de suas conexões cerebrais por meio da interação do bebê com estímulos do meio ambiente.

     Por isso, a primeira infância das crianças exige carinho e cuidado.

   Para que a pessoa humana realize plenamente seu potencial, deve haver desde o nascimento, um processo educativo que auxilie a criança na construção das estruturas afetivas, sociais e cognitivas.

     Trabalhar com a Educação Infantil é muito mais do que cuidar apenas das crianças, é abrir para elas o caminho da cidadania, inclusive, para as crianças que apresentam necessidades educacionais especiais: contextos afetivos, relacionais e educativos favoráveis.

   Para que tudo isso possa acontecer na educação infantil, é necessário um projeto pedagógico inclusivo, tanto na creche como na educação infantil; atuação de profissionais capacitados; participação de profissionais capacitados, além da participação da família e da comunidade.

    Os sistemas de ensino devem se transformar para realizar uma educação inclusiva, que abrace a todos os alunos sem discriminação.

     É importante que as escolas tenham como objetivo a qualificação da prática pedagógica relacionada ao atendimento educacional de crianças com deficiência, em creches e pré-escolas, por meio de atualizações de conceitos, princípios e estratégias que envolvam essa criança, desde o nascimento até os seis anos de idade.


     Como reconhecer uma criança com necessidades educacionais especiais por apresentar autismo:


     Se você é professor e encontrar uma criança com esse tipo de necessidades educacionais especiais em sua sala de aula, talvez você não saberá que ela possui autismo, mas com certeza perceberá que se trata de uma criança diferente.

      Entre as coisas mais diferentes que você poderá perceber nessa criança, estão:

1. Ausência de linguagem verbal, ou linguagem verbal pobre.

2. Ecolalia imediata (repetição do que outras pessoas acabaram de falar) ou ecolalia tardia (repetição do que outras pessoas falaram há algum tempo, repetição de comerciais de TV, de falas de filmes, novelas ou desenhos, etc.).

3. Hiperatividade, ou seja, constante agitação e movimento (ocorre em um grande número de crianças) ou extrema passividade (ocorre em um menor número de crianças).

4. Contato visual deficiente, ou seja, a criança raramente olha nos olhos do professor, dos pais ou de outras crianças.

5. Comunicação receptiva deficiente, ou seja, a criança apresenta grandes dificuldades em compreender o que lhe é dito, não obedece a ordens nem mesmo simples e muitas vezes não atende quando chamada pelo nome.

6. Problemas de atenção e concentração.

7. Ausência de interação social, ou seja, a criança não brinca com outras crianças. Brinca entre as crianças, mas sempre sozinha. Não procura consolo quando se machuca e parece ignorar os outros. Pode rir ou chorar, mas sempre dando a impressão de que isso dis respeito apenas a ela mesma.

8. Mudanças de humor constantemente, sem motivo aparente.

9. Usar adultos como ferramentas, como levar um adulto pela mão e colocar a mão do adulto na maçaneta da porta para que a abra.

10. Ausência de interesse por materiais ou atividadades da sala de aula.

11. Interesse obssessivo por determinado objeto ou tipo de objetos, por exemplos, por exemplo, a criança pode ter obssessão por cordões de sapatos, palitos de dente, tampinhas de refrigerante, etc.

12. Eventualmente uma criança com autismo pode aprender a ler sozinha antes dos quatro anos sem que ninguém tenha percebido como isso aconteceu.

     O autismo refere-se a um conjunto de características que podem ser encontradas em pessoas afetadas dentro de uma gama de possibilidades que abrange desde distúrbios sociais levessem deficiência intelectual (DI) até mesmo um grau de deficiência intelectual serevo.

     É bem improvável que todas essas características citadas acima apareçam todas juntas e ao mesmo e  tempo e que seja um quadro muito bem definido. Mas é certo que, uma vez localizado em uma criança, teremos um prognóstico, ou seja, um indicativo bastante forte de que algo no desenvolvimento da criança não está normal, dentro do esperado para a idade.

     Atenção especial a esses dois aspectos:

  • Quanto mais precoce for a intervenção, maior será a oportunidade para a criança em todos os sentidos: comunicação, socialização, comportamento e aprendizado, independentemente da localização do distúrbio.
  • A prioridade para todas as crianças, independente do grau de deficiência intelectual, é o desenvolvimento cognitivo, até mesmo em relação ao desenvolvimento social. A criança autista, por ter deficiência na interação social, precisa de ajuda para socializar-se.

     O que fazer ao encontrar sinais de necessidades educacionais especiais/autismo em seu aluno:




   É provável que o professor perceba que a criança tem necessidades educacionais especiais antes mesmo dos próprios pais ou até mesmo do pediatra da criança.

    Nesses casos, o professor deve ter consciência clara do importante papel que desempenha e que fazer uso desta constatação, significa o acesso imediato desse aluno a novos direitos, além da possibilidade de receber ajuda adequada e especializada.

     Por isso, é aconselhavel:
  • Procurar a coordenação da escola para discutir o assunto;
  • A coordenação e o professor deverão conversar com os pais à respeito e orientá-los no sentido de procurarem ajuda médica e traçar planos de trabalho conjunto a curto e à médio prazo;
  • A escola deve preparar-se para ajudar esse aluno atravez da construção do PDI Escolar (Plano Individualizado de Ensino).
     No próximo post, veremos como se dá o processo de aprendizagem e desenvolvimento das crianças com autismo na escola regular de ensino. Abraços e até lá!😉

fonte: Educação Infantil Saberes e Práticas da Inclusão - MEC - Secretaria da Educação Especial.

     

     

     

     

terça-feira, 30 de agosto de 2022

Adaptações de Pequeno e Grande Porte

 Adaptações de Pequeno  e  Grande Porte



  • Olá! Seja vem vindo!😏


     No Post de hoje, veremos do que se tratam as Adaptações de Pequeno Porte e as Adaptações de Grande Porte.

     Para Rodrigues (2021), um dos grandes desafios da inclusão é conscientizar as pessoas de que é direito de toda criança ter acesso a atividades e conteúdos adaptados às suas condições físicas e cognitivas.

     O autor afirma ainda, que toda atividade é adaptável e as adaptações devem ser feitas mediante a necessidade de cada pessoa.

     Esse planejamento deverá considerar a diversidade, estando sempre com um olhar voltado às características individuais do aluno, que envolvem:

  • A organização do espaço físico e da sala de aula;
  • A seleção, adaptação e utilização de equipamentos e mobiliários;
  • Planejamento das estratégias de ensino;
  • Pluralidade metodológica para o ensino e para a avaliação;
  • Flexibilidade da temporalidade.
     É importante ressaltar que essas características englobam dois tipos de adaptação: Adaptações de Pequeno Porte e Adaptações de Grande Porte. Se diferenciam principalmente no que se refere à instância que por elas é responsável.

     Ao professor, cabe a responsabilidade da implementação das Adaptações de Pequeno Porte, já as Adaptações de Grande Porte, devem ser implementadas pelas instâncias político-administrativas superiores (direção e gestão escolar) e devem:

- ser precedidas de uma criteriosa avaliação do aluno, levando em consideração sua competência acadêmica;

- analisar o contexto escolar e familiar do aluno, buscando assim, os elementos adaptativos necessários para o seu desenvolvimento;

- contar com a participação de uma equipe de apoio multiprofissional no processo de estudo de cada caso;

- ser registradas documentalmente, integrando o acervo de informações do aluno;

- evitar que as programações individuais tragam prejuízo ao aluno no que tange ao seu desempenho, promoção escolar e socialização.

     Em síntese, sejam elas de qual natureza forem, as adaptações deverão ser implementadas, de forma a garantir ao aluno as condições que lhes são necessárias para acessar o conhecimento disponível como qualquer um de seus colegas.

(...) Haverá alunos que necessitarão de Adaptações de Grande Porte em algumas áreas, e nelas não necessitarão das de Pequeno Porte. Da mesma forma, haverá alunos que não necessitarão de Adaptações de Grande Porte, mas que, para usufruir os benefícios da escolaridade, necessitarão de Adaptações de Pequeno Porte em algumas, ou mesmo em todas as categorias (MEC, 2000, p. 10)

 


     Fazer ajustes na utilização do espaço é uma das primeiras responsabilidades do professor, a fim de que garanta o acesso de todos os seus alunos ao conhecimento.

     Esses ajustes são importantes para permitir que os alunos com dificuldades de aprendizagem, para se locomover ou com baixa visão por exemplo, possam se movimentar sem maiores riscos pela sala de aula.

     Além dessas adaptações de acesso mais comuns, existem outras mais específicas para atender as necessidades especiais comum em alunos:

- com deficiência visual;

- com deficiência auditiva;

- com deficiência mental;

- com deficiência física;

- com altas habilidades (superdotação).

     Cabe ao professor promover os ajustes necessários de modo a atender as necessidades especiais de alunos com deficiência em cada uma das características apresentadas acima. Para isso, ele pode contar com:

  • ADAPTAÇÃO DE OBJETIVOS:
   Estas adaptações se referem a ajustes que o professor pode fazer em relação aos objetivos que contemplam seu plano de ensino, adequando-os às características e condições do aluno com necessidades educacionais especiais.

  O professor pode priorizar determinados objetivos para um aluno, numa escala de prioridade estabelecida a partir da análise do conhecimento já aprendido pelo aluno e do grau de importância do referido objetivo para o seu desenvolvimento e a aprendizagem significativa do aluno.

   Ou seja, a aprendizagem precisa ter significado para o aluno, fazer sentido. O professor precisa encontrar a forma de ensinar adequada para atender às características desse aluno.

     O professor poderá contar também, com a ADAPTAÇÃO DE CONTEÚDOS que podem ser a priorização de tipos de conteúdos, a reformulação da sequência de conteúdos ou ainda, a eliminação de conteúdos secundários, sendo sempre de sua competência decidir, sempre em função das necessidades especiais presentes.

     O professor poderá contar também, com a possiblidade de ADAPTAÇÕES DO MÉTODO DE ENSINO E DA ORGANIZAÇÃO DIDÁTICA. 

     É fundamental que o professor adapte o método de ensino às necessidades e realidade de cada aluno, através de estratégias que melhor respondam às características e às necessidades peculiares de cada aluno.

     Para responder de forma efetiva às necessidades educacionais especiais dos alunos, é preciso que o professor modifique seus procedimentos de ensino, ora introduzindo atividades alternativas às planejadas, como introduzindo atividades complementares, ou seja, realizando ajustes ao seu planejamento quando for necessário.

     É preciso que o professor faça uso de atividades que impliquem em diferentes graus de dificuldade, permitindo assim, diferentes possibilidades de execução e de expressão para alunos com diferentes níveis de conhecimento e desenvolvimento.

     Outra adaptação no método de ensino é a MODIFICAÇÃO DO NÍVEL DE COMPLEXIDADE DAS ATIVIDADES, em que o professor pode tanto eliminar componentes da cadeia que forma a atividade, como dar nova sequência à tarefa, dividindo a cadeia em partes menores e com menor dificuldade entre um e outro.
     
   Uma outra categoria de adaptação no método de ensino encontra-se representada pela ADAPTAÇÃO DE MATERIAIS UTILIZADOS através de vários recursos e materiais utilizados para atender às necessidades especiais de vários tipos de deficiência.

    Além disso, o professor poderá fazer modificações na seleção de materiais planejados inicialmente.

   Lembrando sempre que o ajuste de suas ações pedagógicas deve estar sempre relacionado ao processo de aprendizado do aluno.

   O último tipo de adaptação sugerida é a ADAPTAÇÃO NA TEMPORALIDADE do processo de ensino e aprendizagem, tanto aumentando como diminuindo o tempo previsto para que o professor alcance os objetivos estabelecidos  para seus alunos.

     Ela constitui ajustes no tempo de permanência de um aluno em uma determinada série / turma (desde que não se distancie do critério de respeito à faixa etária do aluno), além de constituir ajustes na trajetória de um aluno de uma série para outra, ainda que não esteja esgotado o plano de ensino da classe anterior.

  Por fim, alunos com necessidades educacionais especiais devem ter um PLANO INDIVIDUALIZADO DE ENSINO (PDI ESCOLAR), quando necessário.

     Esse plano é fundamental para nortear as ações de ensino do professor e das atividades escolares do aluno. O plano deve ser seguido independentemente da série em que o aluno se encontre, pois o critério de inserção do aluno na sala de aula regular é a faixa etária do grupo.

     Para saber mais sobre o PDI Escolar, é só ler sobre o assunto em outro post aqui do blogue. Abraços e até a próxima!😉

     
     


quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Adaptações Curriculares - O Que É Isso?

 Adaptações Curriculares - O Que É Isso?



      Olá! Seja bem vindo!

    A educação regular é um direito de todos os indivíduos com algum tipo de deficiência. Precisamos nos lembrar que a inclusão já faz parte do sistema educacional do nosso país, com apoio de leis e todo aparato legal.

    Mas sua efetivação, entretanto, depende em muito, dos profissionais da educação, que muitas vezes não possuem a habilitação necessária ou atuam em escolas que não possuem recursos pedagógicos esperados para uma ação realmente inclusiva.

     Apesar das leis existentes, diversas vezes as práticas inclusivas não condizem em nada com a teoria, deixando a desejar a todos os envolvidos no processo de inclusão: pais de alunos com necessidades educacionais especiais, alunos, professores e gestores.

   Neste contexto, a inclusão é um desafio enfrentado pela escola comum, que precisa aprimorar suas práticas a fim de atender às diferentes demandas que envolvem a educação, de modo que todos os alunos aprendam juntos, compartilhando os mesmos espaços e experiências.

     As deficiências dos alunos devem ser consideradas como condições que a escola precisa atender. 

 O processo de inclusão exige que a escola ofereça novos recursos de ensino, aprendizagem e mudanças significativas em relação às atitudes dos professores e das escolas, tendo um olhar direcionado a uma educação verdadeiramente interessada em atender às necessidades de todos os alunos.

   Cabe ao professor ensinar na diversidade, buscar vencer os desafios com competência e sempre participar de cursos de formação continuada e contar com o apoio da instituição escolar, recebendo a ajuda necessária e os recursos materais que forem utilizados a fim de garantir uma educação de qualidade a esses alunos que também têm o direito de aprender.

     Segundo Siécola (2017), a inclusão de alunos com deficiência na escola regular deve contar com o apoio do atendimento educacional especializado quando houver necessidade e de adaptações e ajustes realizados de forma a atender as necessidades educacionais desses alunos.

     O AEE (Atendimento Educacional Especializado) é um serviço prestado pela educação especial, realizado no período contrário ao frequentado pelo aluno (sempre que possível) e sua oferta é obrigatória a todos os alunos público-alvo da educação especial.

     Os alunos público-alvo da educação especial são aqueles com Deficiência Intelectual ou Física, Transtorno Global do Desenvolvimento, TEA (Autismo) ou Altas habilidades/ Superdotação (BRASIL, 2008).

     Para atuar na educação especial, o professor que atua neste tipo de atendimento, deve ter formação específica na área. Esse atendimento é definido pela Política de Educação Especial como:

(...) tem como função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. As atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas à escolarização. Esse atendimento complementa e/ou suplementa a formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela. (BRASIL, 2008, p. 10).

      Pode-se observar na citação acima, que o AEE é um atendimento com caráter complementar ou suplementar ao ensino regular, onde o profissional atua como um agente direto e colaborativo com o espaço escolar, pensando, dialogando e propondo ações que precisam ser criadas ou ampliadas na direção da aprendizagem e desenvolvimento dos alunos.

     Siécola (2017) afirma que essa atuação do professor especialista não pode ser uma ação isolada. É importante que exista uma troca de conhecimentos e experiências entre o professor do AEE e o professor da sala regular.

     A prática pedagógica e as ações do professor do AEE são favorecidas pelo olhar de um especialista, mas sempre compartilhadas por todos os professores, priorizando o conhecimento sobre como os processos de aprendizagem e desenvolvimento do aluno acontecem, sobre como ele pode avançar nos estudos e não sobre a deficiência ou diagnóstico em si.

     É importante que se mantenha o foco nos diferentes tratamentos destinados às crianças com alguma deficiência e não apenas no laudo ou diagnóstico. 




     Para Rodrigues (2021), um dos grandes desafios da inclusão é conscientizar as pessoas de que é direito de toda a criança ter acesso a atividades e conteúdos adaptados às suas condições físicas e cognitivas.

    Lembre-se que toda atividade é adaptável e as adaptações devem ser feitas mediante a necessidade de cada pessoa.

   Esse planejamento deverá considerar a diversidade estando sempre com um olhar voltado às características individuais do aluno que envolvem:

- A organização do espaço físico e da sala de aula;

- A seleção, adaptação e utilização de equipamentos e mobiliários;

- Planejamento das estratégias de ensino;

- Pluralidade metodológica para o ensino e para a avaliação;

- Flexibilidade da temporalidade.

   É importante ressaltar que essas características englobam dois tipos de adaptações: Adaptações de Pequeno Porte e Adaptações de Grande Porte.

     No próximo post falaremos sobre esses dois tipos de adaptação. Até mais!

     

     


quinta-feira, 18 de agosto de 2022

TDAH - DO DIAGNÓSTICO AO TRATAMENTO


TDAH - DO DIAGNÓSTICO AO TRATAMENTO


Olá! Seja bem vindo!

Como é feito o diagnóstico do TDAH? O diagnóstico do TDAH é clínico. Mas o que isso realmente significa?

Quando nos referimos a um diagnóstico clínico, devemos ter em mente, uma avaliação que englobe um relato minuncioso, realizado com várias pessoas, entre elas, pessoas próximas à criança, como a família, a professora, pediatra, entre outros, que são capazes de analisar, de observar com detalhes o comportamento dessa criança de forma mais fidedigna possível.

Para a realização dessa entrevista junto às pessoas mais próximas a essa criança, pode-se fazer uso de questionários ou testes, perguntas sobre determinadas características que a pessoa com TDAH costuma apresentar.

Uma boa conversa com os pais ou responsáveis pela criança é fundamental, pois dentro do histórico de vida familiar dessa criança, pode existir a existência de casos parecidos, ou até mesmo um dos pais se identificar com o filho durante sua própria infância. Ou seja, um dos pais também pode ser TDAH e nem saber disso.

Também pode-se fazer uso do material escolar desse estudante, pois os cadernos e livros costumam retratar bem as características do TDAH.

Mas, onde o pediatra ou neuropediatra entram nessa avaliação afinal?

O profissional da área da saúde, pode solicitar exames complementares a fim de investigar a possibilidade da criança apresentar algum tipo de comorbidade e em determinados casos, se há ou não a necessidade da criança fazer uso de algum tipo de medicamento que auxilie no tratamento do transtorno.

Testes neuropsicológicos também são recomendados, pois são úteis para esclarecer se a criança apresenta dificuldades de aprendizagem, problemas com o nível intelectual ou até mesmo, para avaliar outros transtornos psiquiátricos.

É importante deixar claro que para se fazer o diagnóstico do TDAH é obrigatório que se siga o uso de critérios utilizados e aceitos com base em evidências científicas. É preciso que se utilize meios comprovados e validados.


Quando devo levar meu filho para uma avaliação diagnóstica?


Em primeiro lugar: é necessário que a criança apresente os sinais de desatenção, hiperatividade e impulsividade com frequência e com mais intensidade do que outras crianças da mesma idade que a dela. A presença desses sinais devem ser fortes o bastante para levantar uma suspeita do transtorno.

Em segundo lugar; é necessário que esses sintomas tenham se manifestado desde a infância. Ou seja, desde sempre.

Em terceiro e último lugar: para se fazer o diagnóstico de TDAH, é preciso que se exclua todas as possíveis causas que justificariam a presença das características do transtorno. Eliminar as dúvidas. Daí, a importância de se fazer uma boa avaliação diagnóstica.


Meu filho foi diagnosticado com TDAH e agora? Como é realizado o tratamento?



1- Informação: o tratamento tem início na informação correta do paciente e dos familiares sobre o transtorno. Uma conscientização adequada junto à família é o fator principal do tratamento.

2- Uso de medicamentos: em alguns casos, o uso de medicamentos também é recomendado pelo médico da criança. 

3- Intervenção Psicológica: a maioria das crianças diagnosticadas com TDAH precisam fazer acompanhamento psicológico, afim de aprenderem a lidar com os problemas comportamentais presentes no transtorno, como: sentimentos de frustração, raiva, entre outros.

4- Intervenção Educacional: apoio de professores e da escola e/ou atendimento psicopedagógico que auxilem a criança no processo ensino-aprendizagem.

5- Grupos de Apoio: Pais se reúnem para discutir sobre os problemas comuns apresentados pelas crianças com TDAH, sendo mediados por um profissional.

Importante: O TDAH existe. Não é modismo nem mesmo falta de educação. Quanto mais cedo a criança for diagnosticada, mais cedo receberá tratamento e assim, poderá ter uma qualidade de vida muito melhor em todas as áreas. 

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