sábado, 11 de maio de 2024

A parceria da escola/professor com a família mediando a inserção dos alunos com deficiência intelectual

A parceria da escola/professor com a família mediando a inserção dos alunos com deficiência intelectual




      Olá! Seja muito bem-vindo(a)! Hoje daremos continuidade ao estudo do Livro: Deficiência intelectual, física e psicomotora, das autoras Márcia Siécola e Cleussi Shneider. Neste estudo refletiremos sobre a parceria da escola/professor com a família mediando a inserção dos alunos com deficiência intelectual no contexto escolar.

     Sabe-se que a família é a base do ser humano e quando se faz presente, dando apoio e o acompanhamento necessário aos seus filhos na infância e na adolescência, essa prática se torna de extrema relevância para o desenvolvimento satisfatório desses indivíduos.

     Esse compromisso e vínculo com a família com a criança e o jovem, faz com que eles sejam cuidados, suas necessidades básicas supridas, tenham um local em que eles possam desenvolver-se com segurança e aprender a se relacionar em sociedade.

     Na visão de Lev Vygotsky, pode-se dizer que, desde o nascimento, o homem já é um ser social em desenvolvimento e todas as suas manifestações acontecem porque existe "um social" por trás. Mesmo quando não se utiliza da linguagem oral, o sujeito já está interagindo e se familiarizando com o ambiente em que vive.

     Assim, observamos que é no envolvimento com a célula mater que a criança irá desenvolver o seu processo de maturação, adquirindo habilidades e competências motoras de que demanda, afim de crescer e se desenvolver-se em um adulto pleno.

     Porém, esse esforço torna-se mais difícil para as famílias das crianças com deficiência. Quando se tem uma criança deficiente em um determinado grupo familiar, exige-se de cada elemento desse núcleo uma redefinição de papéis, solicitando mudanças de atitudes e novos estilos de vida para dar conta dessa nova realidade.

     No entanto, os pais ou responsáveis por essas crianças com deficiência não se encontram preparados para enfrentar essa situaçã, tanto quanto aqueles pais que têm filhos denominados pela comunidade de "normais".

     Neste momento, é oportuno direcionarmos toda a atenção para a criança com necessidades educacionais especiais, que deve receber apoio educacional e psicológico o mais precocemente possível.

     Com a participação efetiva dos responsáveis ou familiares próximos, os programas de intervenção precoce favorecem o processo de desenvolvimento da capacidade infantil, de forma que é preciso envolvê-los de maneira ativa, uma vez que eles poderão ser os primeiros interventores na crianção de estímulos e outras condições básicas no processo de aprendizagem.

     A estimulação é muito importante para a evolução das crianças com algum tipo de necessidade especial, pois assume um papel relevante, ficando a cargo dos pais essa prática em um ambiente e com profissionais adequados, mostrando carinho, atenção e tendo persistência, de modo a proporcionar um bom relacionamento e desenvolvimento global da criança.

     Sendo assim, a escola, depois da família, é o primeiro local e de fundamental importância para o processo de socialização da criança.

     A inclusão desses menores e jovens portadores de deficiência na escola regular, com o apoio do atendimento educacional especializado, quando necessário, faz parte da política educacional brasileira vigente. Contudo, todo o trabalho realizado pela escola terá maior sucesso se acompanhado diretamente pelos familiares responsáveis por este deficiente.

     Esse trabalho de parceria oferece à criança, segurança e permite a ela desenvolver suas habilidades de forma mais tranquila e competente.

    No próximo post daremos continuidade a este estudo, refletindo sobre a parceria da escola/professor com a família mediando a inserção dos alunos com deficiência intelectual.  Até lá!😏

quinta-feira, 9 de maio de 2024

A inclusão escolar da criança com deficiência intelectual no contexto escolar

 

A inclusão escolar da criança com deficiência intelectual no contexto escolar




     Olá! Seja muito bem-vindo(a)! Hoje daremos continuidade ao estudo do Livro: Deficiência intelectual, física e psicomotora, das autoras Márcia Siécola e Cleussi Shneider. Neste estudo refletiremos sobre a inclusão escolar da criança com deficiência intelectual no ensino regular.

     Tem-se conhecimento que a primeira iniciativa de propor ações educativas para a superação do déficit mental aconteceu no século XIX, com o médico Jean Itard (1774-1838), conhecido por seu trabalho com Victor, o selvagem de Aveyron, no Sul da França.

     Para o médico e educador Itard, a deficiência era um problema da área médica, por isso, passível de tratamento e cabia a ele alteraros hábitos deste indivíduo por meio do exercício da medicina, que também estava relacionada ao comportamento.

     Nesta perspectiva, a ideia de educação para pessoas com deficiência prosperou e as instituições escolarese as classes especiais vinculadas à rede pública, a partir do final do século XIX e começo do século XX, tinham como meta ofertar aos indivíduos com deficiência uma educação voltada para esse segmento.

     Na década de 70, manifestações visaram agregar os indivíduos com deficiência nos espaços escolares comuns dos estudantes, denominados de "normais". O propósito desta reinvindicação era proporcionar um paradgma de educação segredada e não despertar a real potencialidade do indivíduo com deficiência, o mesmo procedimento adotado no século XIX.

     Na atualidade, o direito à educação está previsto na Constituição Federal de 1988 e também nos decretos e legislações educativas brasileiras. A LDBEN - Lei 9.394/1996 enfatiza que a educação tem assumido propostas que revelam a intenção de garantir educação para todos os cidadãos, incluindo a educação inclusiva.

     Assim, para uma instituição escolar regular se tornar inclusiva, ela deve reconhecer as "diferenças" dos seus alunos diante do processo educativo e buscar a participação e o desenvolvimento de todos os envolvidos, adotando práticas pedagógicas efetivas.

     Entretanto, a inclusão não se limita simplesmente a matricular alunos com deficiência nas escolas e considerar que é o suficiente para realizar essa prática. É preciso que se ofereçam condições para a operacionalização de um projeto político pedagógico inclusivo.

     Na atualidade, o que se observa com frequência no processo de inclusão é a confusão em relação aos termos integração e inclusão. A noção de integração está relacionada à alunos agrupados em escolas especiais para deficientes ou em salas especiais dentro da própria escola. Não existe a enturmação com os demais alunos que não fazem parte do público alvo da educação especial. Ficam dentro da escola, mas à parte.

     A meta primordial da inclusão é a de não deixar ninguém à margem do ensino regular, desde o começo. A inclusão causa uma mudança na perspectiva educacional, pois não se limita a ajudar somente os alunosque apresentam alunos na escola, mas apoiar a todos os envolvidos como professores, alunos, pessoal adminisatrativo, para que obtenham êxito no processo educativo.

     A inclusão para ocorrer de forma efetiva como, necessita de professores capacitados e de um aprimoramento pedagógico para poderem trabalhar de forma adequada com os alunos deficientes e ao mesmo tempo, com os demais estudantes. 

     Os professores questionam a falta de capacitação, de suporte especializado por parte da gestão pedagógica, de menos alunos em sala de aula, afim de poder dar mais atenção para todos.

     Portanto, para fazer a inclusão social e escolar de verdade, garantindo a aprendizagem de todos os alunos na escola regular, é preciso fortalecer a formação dos professores e criar uma boa rede de apoio entre alunos, docentes, gestores escolares, famílias e profissionais de saúde que atendem as crianças com necessidades educacionais especiais.

    Há ainda, a necessidade de parcerias com os serviços da área da saúde e dos segmentos sociais, pois o trabalho de inclusão necessita desse vínculo extraescolar, afinal, só a escola não é capaz de lidar  com todas as necessidades que os alunos apresentando essa parceria, esses atendimentos ficariam prejudicados.

     Outro ponto importante é o papel da família diante da criança e do jovem incluído: a escola tem seus deveres para com estes alunos, mas a família não pode deixar de ser participativa na vida dessa criança e desse adolescente. Quando há cooperação familiar nos casos de inclusão, o progresso que a criança e o adolescente apresentam são vitais para essa prática.

     Portanto, estabelecer a educação inclusiva na rede regular de ensino significa educar todas as crianças em um mesmo contexto escolar, onde as diferenças não são vistas como problemas, mas como diversidade.

     Preservar a diversidade apresentada na escola, representa a oportunidade para o atendimento das necessidades educacionais com ênfase nas competências, capacidades e potencialidades do educando.

    No próximo post daremos continuidade a este estudo, refletindo sobre a parceria da escola/professor com a família mediando a inserção dos alunos com deficiência intelectual.  Até lá!😏

 

sábado, 4 de maio de 2024

Abordagem psicanalítica e a epistemologia genética da deficiência intelectual: Vygotsky

 Abordagem psicanalítica e a epistemologia genética da deficiência intelectual: Vygotsky


     Olá! Seja bem-vindo(a)! Hoje daremos continuidade ao estudo do Livro: Deficiência intelectual, física e psicomotora, das autoras Márcia Siécola e Cleussi Shneider. Neste estudo refletiremos sobre a abordagem psicanalística e a epistemologia genética da deficiência intelectual do ponto de vista da abordagem sociointeracionista, de Vygotsky.

     Para Vygotsky, as reis que regulam o desenvolvimento infantil são as mesmas crianças com ou sem deficiência. Propõe que a criança com deficiência seja estudada  numa perspectativa qualitativa e não como uma diferenciação quantitativa da criança dita como "normal". A pessoa com deficiência apresenta um desenvolvimento qualitativamente único, no entanto, não inferior aos seus pares.

    Na concepção de Vygotsky, o meio social, a diversidade e a heterogeneidade são considerados elementos enriquecedores na geração do conhecimento. Logo, as crianças com deficiência mental, oportunizadas às situações de aprendizagem diferenciadas com crianças sem deficiência, auxiliavam umas as outras no seu desenvolvimento, permitindo assim, o desenvolvimento de novas áreas de aprendizagem.

     Nessa perspectiva, a aprendizagem depende da interação social, ou seja, do intercâmbio, da troca de significados que a criança mantém com a sua realidade social, mais especificadamente com a cultura e com a história do seu grupo social. As experiências socialmente elaboradas por meio da contradição e do conflito permitem a construção das funções psicológicas superiores.

     As funções psicológicas superiores são sempre mediadas por instrumentos: o social e o psicológico. O primeiro nasce da interação com outras pessoas, das trocas culturais e o segundo acontece no plano psicológico, no interior do próprio indivíduo.

     Apesar do organismo humano possuir um potencial, essa capacidade de superação só se realiza a partir da interação com fatores ambientais, pois o desenvolvimento se dá no entrelaçamento de fatores externos e internos.

     Nessa perspectiva - no caso dos cegos, indivíduos privados de visão - todo o organismo se reorganiza para que as funções restantes trabalhem juntas para superar o impedimento, processando estímulos do mundo exterior com a ajuda de meios especiais, tais como o braille.

     O mesmo acontece com os surdos, indivíduos privados da audição, que desenvolverão capacidades visuais e espaço-temporais na interação com instrumentos diversos, tendo a língua de sinais um papel prepoderante nesse processo. E nessa perspectiva também que, para sujeitos com sérios problemas motores e que tenham grande dificuldade no ato da escrita, o uso de instrumentos como o computador atua como estímulo e como suporte para a superação de dificuldades.

    Enfim, toda a obra de Vygotsky aponta para uma mudança radical em relação aos alunos com necessidades educativas especiais. Nesse sentido, a "deficiência" ou os "limites", caso existam, não podem mais ser usados como justificativa da estagnação, da educação empobrecida, da discriminação ou exclusão.

    Nessa perspectiva, é possível observarmos que as bases epistemológicas que fundamentam a proposta da educação inclusiva estão afinadas com a concepção interacionista de inteligência, onde o fator determinante do desenvolvimento e da aprendizagem dependem não só do sujeito (orgânico) ou da influência do meio ambiente, mas da interação entre ambos. Essa é considerada a forma mais apropriada de construção do conhecimento, na medida em que respeita e valoriza as diferenças do ser humano.

     No próximo post daremos continuidade a este estudo, refletindo sobre a deficiência intelectual no contexto escolar: percepção de pais, escola e o papel dos educadores no processo de inclusão. Até lá!😏



     



terça-feira, 30 de abril de 2024

Abordagem psicanalítica e a epistemologia genética da deficiência intelectual: Jean Piaget

 Abordagem psicanalística e a epistemologia genética da deficiência intelectual: Jean Piaget



     Olá! Seja bem-vindo(a)! Hoje daremos continuidade ao estudo do Livro: Deficiência intelectual, física e psicomotora, das autoras Márcia Siécola e Cleussi Shneider. Neste estudo refletiremos sobre a abordagem psicanalística e a epistemologia genética da deficiência intelectual.

     A epistemologia genética é baseada essencialmente na inteligência e na construção do conhecimento, segundo o biólogo Jean Piaget, visa compreender como as pessoas constroem seus conhecimentos, individualmente ou em conjunto, mas também quais são os processos e etapas que os indivíduos percorrem para conseguirem esse processo.

    Assim, Piaget pesquisou o desenvolvimento humano a partir do estudo  e observação em bebês, crianças e adolescentes, por conceber esse estudo como o mais apropriado para suas investigações a respeito da gênese do conhecimento.

     O objetivo da pesquisa de Piaget foi definir, a partir da perspectiva da biologia e de outras ciências, como o sujeito passaria de um conhecimento menor adquirido anteriormente para um nível de maior complexidade.

     A abordagem piagetiana estabelecia uma relação de interdependência entre o sujeito e o meio e também, preconizava que cada estímulo emite uma resposta, entretanto, Piaget dizia que para que isso ocorresse era necessário que o indivíduo e seu organismo fossem capazes de fornecer tal resposta.

     Na perspectiva piagetiana, o indivíduo não é uma folha em branco, nem traz consigo o conhecimento inato, mas é um ser que interage com o meio em que está inserido, para construir o conhecimento. Nesse sentido, o processo de desenvolvimento cognitivo do indivíduo inicia-se ao nascimento e termina na vida adulta.

     Piaget sugere que há uma evolução natural cognitiva da aquisição de conhecimentos, nos quais as pessoas passam de um estado de total desconhecimento da realidade que o cerca até o desenvolvimento da capacidade de conhecer o que ultrapassa os limites do que está a sua volta, passando por quatro etapas:

  • Etapa 1: inicia-se com o nascimento da criança e prolonga-se até por volta dos dois anos de idade. Nesta fase o menor se encontra no período sensoriomotor, chegando a uma modalidade de estabilidade biológica e cognitiva que faculta a este estabelecer uma estrutura das palavras ou expressões, isto acontece por volta dos 12 aos 18 meses de idade e é rigorosamente conceitual.
  • Etapa 2: finalizada a fase anterior, a criança insere-se no estágio pré-operatório, fundamentado no estabelecimento ainda inicial de uma estrutura operatória e se mantém nessa etapa até completar maios ou menos 7 a 8 anos de idade.
  • Etapa 3: denominada de operatório concreto. Essa fase inicia-se ao final da segunda etapa e estrutura-se na competência do menino(a) de sistematizar atividades bem ordenadas intelectualmente. portanto, o pensamento deixa de ser abstrato, tornando-se capaz de resolver problemas concretos. Essa etapa tem duração em média, dos 11 aos 12 anos de idade.
  • Etapa 4: inicia-se ao término da terceira fase e a pessoa permanece nela por toda sua vida de adulto. É o chamado período operatório formal, em que acontece a ampliação da capacidade cognitiva, na qual o indivíduo consegue raciocinar sobre hipóteses. Essa fase acontece por volta dos 14 aos 15 anos de idade e o acompanha ao longo da sua existência.

     Assim, a teoria piagetiana envolveu basicamente dois processos: assimilação e acomodação.

   A assimilação é a incorporação de um novo conceito ou experiência em um conjunto de conhecimento, chamado por Piaget de esquemas e mecanismos já existentes, por meio da própria atividade do indivíduo.

     Já a acomodação é o processo pelo qual as crianças modificam suas ações, a fim de manejarem e ampliarem novos objetos ou experiências. Os processos de assimilação e acomodação são complementares e se mostrarem presentes em toda a vida do sujeito, permitindo a adaptação intelectual.

     O resultado dessas sucessivas assimilações e acomodações é chamado por Piaget de "equilibração", conceito central da teoria construtivista do conhecimento. É o processo de autorregulação que consiste numa passagem contínua de um estado de menor equilíbrio para outro de equilíbrio superior. Sendo assim, o desenvolvimento mental é uma construção sucessiva.

    Embora Piaget não tenha sido um educador, a sua teoria orientou em muito as questões educacionais. Inclusive na Educação Especial da educadora Barbel Inhelder, citada por Montoan, que desenvolver um estudo aplicando a teoria psicogenética em portadores de deficiência mental. 

    Conforme tal estudo, em sua evolução intelectual a criança com deficiência passaria pelos mesmos estágios da criança normal. Porém, enquanto na criança normal há uma aceleração progressiva do pensamento operatório, na deficiência observa-se lentidão ou até estagnação em relação ao seu raciocínio.

     Segundo Montoan, todas as contribuições inovadoras indicam novas possibilidades na educação de pessoas com deficiência mental. Uma das implicações é a inclusão educacional que contribui para o desenvolvimento das estruturas lógicas concretas.

     No próximo post daremos continuidade a este estudo, refletindo sobre outra abordagem atualmente muito discutida na esfera educacional, que é o sociointeracionismo de Vygotsky. Até lá!😏


     

sábado, 27 de abril de 2024

Legislação, caracterização e classificação da deficiência

 Legislação, caracterização e classificação da deficiência



     Olá! Seja bem-vindo(a)! Hoje daremos continuidade ao estudo do Livro: Deficiência intelectual, física e psicomotora, das autoras Márcia Siécola e Cleussi Shneider. Neste estudo refletiremos sobre a legislação, caracterização e classificação da deficiência.

     Em 1988, com a promulgação da Constituição Federal do Brasil, o atendimento educacional especializado constituiu-se como dever do Estado, preferencialmente na rede regular de ensino (artigo 208). Ao final da década de 1980 foi aprovada a Constituição Federal (Brasil, 1988), que dá as seguintes providências:

  • A constituição garante a educação para todos e isso significa que é para todos mesmo e para atingir o pleno desenvolvimento humano e o preparo para a cidadania, entende-se que essa educação não pode realizar-se em ambientes segregados.
     Dois anos depois, foi publicado o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) (Brasil, 1990) como resposta às diretrizes internacinais estabelecidas pela Convenção dos Direitos da Criança (ONU, 1989). O ECA priorizou a criança e o adolescente e estabeleceu os direitos e os deveres do Estado para com todas as crianças e jovens brasileiros.

     Em relação às pessoas com deficiência, o ECA ressalta que terão atendimento especializado no Sistema Único de Saúde (SUS) e deverão ser atendidos, preferencialmente, no sistema regular de ensino, além de terem assegurados e protegido seu trabalho. Algumas dessas conquistas são:
  • o direito de proteção integral da criança;
  • o direito de ser ouvido;
  • o direito da criança e do adolescente de ter direitos, e
  • a criação dos conselhos tutelares nos municípios, os quais têm como atribuição proteger a criança e o adolescente sempre que os seus direitos forem violados ou ameaçados por ação ou emissão da sociedade ou do estado; por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsáveis, em razão de sua condulta.
     Com tais direitos garantidos, em tese, as crianças e adolescentes deficientes não deveriam encontrar nenhuma dificuldade para receber um diagnóstico correto e um tratamento efetivo, ambos pautados em pesquisas científicas, para experimentar a inclusão social e escolar.

   No Brasil, a Política Nacional para a integração da Pessoa Portadora de Deficiência está regulamentada pela Lei n. 7.853, de 24 de outubro de 1989 e regulamentada pelo Decreto n. 3.298, de 20 de dezembro de 1999 (Brasil, 1999), que traduz os conceitos sugeridos pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

     A Lei 7.853, de 24 de outubro de 1989, foi criada para garantir às pessoas com deficiência a sua integração social. O documento legal tem como normas gerais assegurar o pleno exercício dos direitos básicos deste grupo social, incluindo o direito à educação, à saúde, ao trabalho, ao lazer e à previdência social. No âmbito educacional, a lei reforça os direitos da criança e do jovem com deficiência à educação quando estabelece como crime:

(...) punível com reclusão de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa:
I. recusar, suspender, procrastinar, cancelar ou fazer cessar, sem justa causa, a inscrição de um aluno em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, por motivos derivados da deficiência que porta. (Brasil, 1989, p.274).

     A Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (CORDE) foi reestruturada a partir da Lei n. 7.853/89 e tornou-se o órgão responsável pela coordenação das ações governamentais relacionadas à pessoa com deficiência (Brasil, 1989).

     A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) - Lei n. 9.394/96 inova ao inserir um capítulo próprio (Capítulo V), que trata especificadamente dos direitos dos "educandos portadores de necessidades especiais" (art. 58) à educação "preferencialmente" nas escolas regulares, e institui o dever do Estado de estabelcer os serviços, os recursos e os apoios necessários para garantir escolarização de qualidade para esses alunos, assim, como determina como dever das escolas responder a tais necessidades desde a Educação Infantil.

     Ainda a LDBEN/96, prevê em seu artigo 59 os seguintes itens relevantes: currículos, métodos, recursos educativos e a organização específica, terminalidade específica, aceleração de conclusão (para os superdotados), educação para o trabalho, entre outros.

     A Lei n. 10.172 de 2001 aprovou o Plano Nacional de Educação (PNE, 2001), no que tange à Educação Especial, traçou diagnóstico, diretrizes, objetivos e metas. Indicando a necessidade de promoção da educação especial nos diferentes níveis de ensino, além de ressaltar a articulação e cooperação entre os setores da educação, da saúde e da assistência para o desenvolvimento e aprendizagem das pessoas com necessidades especiais.Por fim, os objetivos e metas definiram ações nas esferas federal, estadual e municipal em prol da educação especial (Brasil, 2001).

     Por sua vez, a Secretaria de Educação Especial do MEC tem o papel de elaborar, implantar, coordenar e acompanhar a política nacional de inclusão de pessoas com deficiência nas escolas da rede de ensino e de elaborar e aperfeiçoar os instrumentos de coleta de dados utilizados nas pesquisas oficiais realizadas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP, 2003).

     Nesta perspectiva, o direito à educação é traduzido em direito ao ensino regular, que é uma oportunidade de todos os alunos aprenderem juntos, compartilhando espaços e experiências, superando deste modo, a lógica da exclusão. Em especial o público-alvo desta educação especial, em uma perspectiva inclusiva, deve considerar os impasses quanto ao termo "necessidades educacionais especiais", além de outros aspectos relacionados à inclusão escolar.

     No próximo post, refletiremos sobre a Abordagem psicanalítica e a epistemologia genética da deficiência intelectual.😉


     

     

quarta-feira, 24 de abril de 2024

Estudo do Livro: Deficiência intelectual, física e psicomotora - Aspectos históricos, conceito e etiologia da deficiência intelectual.

    Estudo do Livro: Deficiência intelectual, física e psicomotora - Aspectos históricos, conceito e etiologia da deficiência intelectual


       Olá! Seja bem-vindo(a)! Hoje iremos iniciar um estudo resumido do Livro: Deficiência intelectual, física e psicomotora, das autoras Márcia Siécola e Cleussi Shneider. Neste estudo refletiremos sobre os aspectos históricos, conceitos, classificação, causas, etiologia, legislação pertinente, abordagem psicanalítica e epistemológica da deficiência intelectual, física e psicomotora.

     Além disso, o estudo reflete também, sobre a prática pedagógica com alunos com deficiência intelectual e/ou deficiência física, tratando sobre a inclusão de crianças com deficiência, acessibilidade, adaptações curriculares e procedimentos de ensino, além dos distúrbios e alterações psicomotoras.

    Segundo relatórios da ONU (2008), o termo deficiência é conceituado como toda ou qualquer implicação que prejudica a integridade física de um ser humano, trazendo prejuízos em relação à locomoção, coordenação de movimento, fala e compreensão, afetando também, o convívio social.

       A deficiência causa danos, seja em crianças que já nasceram com alguma condição congênita, como a paralisia cerebral por exemplo, seja em um jovem que sofreu um acidente e por isso, ficou com alguma deficiência, ou pessoas com artrite severa, mal de Alzheimer ou de Parkinson. Temos que ter consciência que a deficiência faz parte da condição humana.


1.1. Aspectos históricos, conceito e etiologia da deficiência intelectual:

      Durante a antiguidade, as pessoas que nasciam com algum tipo de deficiência não recebiam nenhum tipo de cuidado especial, pelo contrário, eram condenadas à morte. Principalmente nas sociedades que cultuavam o corpo e a beleza.

     As pessoas com deficiência intelectual passaram a ser consideradas passíveis de serem educadas somente no século XIX, graças ao trabalho do médico Jean Itard (1774-1838) - considerado o primeiro teórico de Educação Especial - com o menino Victor de Aveyron, conhecido como o "menino selvagem".

    O trabalho de Itard se baseava na teoria empirista do conhecimento. Contudo, a importância atribuída aos fatores biológicos em detrimento dos fatores socioambientais perdurou até os anos cinquenta, quando a noção de "irrecuperabilidade e constitucionalidade da condição de doença mental" começou a inserir em suas proposições aspectos socioeducacionais, inicialmente publicadas na quinta edição do manual da Associação Americana de Retardo Mental (American Association on Mental Retardation - AARM).

     A forma de visualizar a deficiência modifica-se de forma lenta e tímida com o passar do tempo e passou-se então,  a ter certa tolerância ao convívio com as pessoas com algum tipo de deficiência. Observa-se que não acontecia mais a prática do extermínio, mas sim, a ocultação e a exclusão das pessoas denominadas diferentes. As pessoas com deficiência eram excluídas totalmente do convívio social.

       Exemplo dessa prática retira-se da literatura da história do Corcunda de Notre Dame, obra de Vitor Hugo, ambientada na Paris medieval, que retratava a cultura de uma época e a dificuldade em aceitar e conviver com um ser humano com alguma anomalia.

       O personagem principal é um deficiente, filho de ciganos, que ao ficar órfão é recolhido por padres e passa a morar na  Catedral de Notre Dame.

       Na atualidade, século XXI, o pressuposto que direciona a realidade dos indivíduos com deficiência é o da diversidade. Essa categoria tem como meta introduzir na sociedade tecnológica e no mercado de trabalho esse ser humano com carências, tendo como parâmetro básico suas reais potencialidades.

     Todavia, sabe-se que essa realidade precisa ainda ser ajustada, para que as instituições e a comunidade possam garantir seus direitos sociais e individuais e a sua participação efetiva dentro da sociedade.

      Contudo, é necessário evidenciar que a diversidade é um protótipo recente e precisará de tempo para ser incorporado por todos os segmentos da sociedade.

      No próximo post, refletiremos sobre a Legislação, caracterização e classificação da deficiência intelectual. Um abraço, e até logo!😉

domingo, 24 de março de 2024

Cards do Alfabeto Maiúsculo E Minúsculo Completo Com Letra Bastão Para imprimir

 Cards do Alfabeto Maiúsculo E Minúsculo Completo Com Letra Bastão Para Imprimir


   Trabalhar com cards de alfabetização com crianças é uma estratégia educacional poderosa por várias razões:


1. Visualização e Associação: Os cards fornecem uma representação visual das letras, o que ajuda as crianças a associarem os símbolos escritos com seus sons correspondentes.


2. Memorização: A repetição é fundamental para a aprendizagem, e os cards oferecem uma maneira prática de revisar o alfabeto várias vezes. Isso ajuda na memorização das letras e de suas sequências.


3. Aprendizagem Multissensorial: Ao manusear os cards, as crianças estão envolvendo não apenas a visão, mas também o tato, o que pode ajudar na retenção do conhecimento.


4. Flexibilidade: Os cards são versáteis e podem ser usados de várias maneiras, desde jogos de correspondência até atividades de formação de palavras. Isso permite que os educadores adaptem as atividades de acordo com as necessidades e interesses das crianças.


5. Inclusão: Os cards podem ser utilizados para crianças com diferentes estilos de aprendizagem e níveis de habilidade, oferecendo uma abordagem inclusiva para o ensino da alfabetização.


6. Motivação: As atividades com cards podem ser divertidas e envolventes, o que ajuda a manter o interesse das crianças na aprendizagem do alfabeto.


   No geral, trabalhar com cards de alfabetização proporciona uma abordagem prática e eficaz para ensinar as crianças sobre as letras e seus sons, contribuindo para o desenvolvimento de habilidades fundamentais de leitura e escrita.

  Precisa de Cards do Alfabeto para trabalhar com seus alunos? É só clicar no link abaixo e imprimir seus cards. Eles vêm com letra bastão, tamanho maiúsculo e minúsculo. Perfeito para trabalhar com turmas de Alfabetização.

  Dica: você pode imprimir e plastificar seus cards, assim, terão maior durabilidade. Bom trabalho! 😉

    


LINK DISPONÍVEL:


https://drive.google.com/file/d/10ovtaqQzRxSAXlTEwRO3zgCBHGj5usjO/view?usp=sharing

    


Atividades Para Fazer Com As Crianças Durante As Férias

  Atividades Para Fazer Com As Crianças Durante As Férias    Olá! Seja bem-vindo(a)!    As férias escolares são um período de oportunidades ...