sexta-feira, 7 de junho de 2024

Disciplina Positiva Na Educação

 


 Disciplina Positiva Na Educação




   Olá! Seja bem-vindo(a)! No post de hoje iniciaremos um estudo detalhado sobre o Livro: Disciplina Positiva - O guia clássico para pais e professores que desejam ajudar as crianças a desenvolver autodisciplina, responsabilidade, cooperação e habilidades para resolver problemas, da autora Jane Nelsen.

   A educação é um campo em constante evolução, onde diferentes abordagens e metodologias buscam proporcionar às crianças e jovens as ferramentas necessárias para crescerem como indivíduos autônomos, responsáveis e empáticos. 

  Uma das perspectivas que tem ganhado destaque nas últimas décadas é a abordagem positiva, que se fundamenta na construção de relacionamentos baseados no respeito mútuo, na comunicação eficaz e no estabelecimento de limites claros, sem o uso de punições ou recompensas.

  Nesse contexto, o livro "Disciplina Positiva", da renomada autora Jane Nelsen, emerge como uma obra fundamental, oferecendo insights valiosos e práticos sobre como aplicar essa abordagem na prática educacional e parental. 

  Publicado pela primeira vez em 1981 e atualizado regularmente desde então, o livro continua relevante e inspirador para educadores, pais e cuidadores em todo o mundo.

   A abordagem positiva proposta por Nelsen parte do pressuposto de que as crianças não nascem com comportamentos inadequados ou desafiadores, mas os desenvolvem como uma forma de lidar com suas necessidades não atendidas e de buscar conexão com os adultos ao seu redor. 

   Assim, em vez de punir ou reprimir esses comportamentos, a disciplina positiva busca compreendê-los, oferecer suporte emocional e ensinar habilidades socioemocionais para lidar com as situações de forma construtiva.

    Um dos pilares fundamentais da disciplina positiva é a ênfase na cooperação e no envolvimento ativo da criança no processo de tomada de decisões e resolução de problemas.

    Ao invés de impor regras de cima para baixo, os adultos são encorajados a envolver as crianças na definição de limites e na busca de soluções para os desafios do dia a dia, promovendo assim um senso de responsabilidade e autonomia desde cedo.

   Outro aspecto crucial da abordagem positiva é a importância da comunicação não violenta e do respeito mútuo nas interações entre adultos e crianças. 

   Isso significa abandonar métodos punitivos como castigos físicos ou verbais, e em vez disso, cultivar um ambiente de diálogo aberto, onde os sentimentos e necessidades de todas as partes envolvidas são reconhecidos e valorizados.

   Além disso, o livro "Disciplina Positiva" oferece uma variedade de ferramentas e estratégias práticas para implementar essa abordagem no dia a dia, desde técnicas de redirecionamento e assertividade até a construção de rotinas e rituais familiares que promovam a cooperação e o senso de pertencimento.

   Em resumo, a abordagem positiva proposta por Jane Nelsen no livro "Disciplina Positiva" representa uma poderosa alternativa aos métodos tradicionais de disciplina, oferecendo uma visão holística e baseada no respeito mútuo sobre como educar crianças responsáveis, resilientes e compassivas. 

   Ao adotar princípios como cooperação, comunicação não violenta e envolvimento ativo das crianças, os educadores e pais podem criar ambientes de aprendizagem e convivência mais saudáveis e harmoniosos, onde todos os membros da família podem crescer e prosperar juntos.


Conceitos Básicos da Disciplina Positiva


   A disciplina positiva, como proposta por Jane Nelsen, baseia-se em uma série de conceitos fundamentais que orientam a forma como os adultos interagem com as crianças e promovem o desenvolvimento de habilidades socioemocionais essenciais. Abaixo, exploraremos alguns desses conceitos-chave:


1. Compreensão da Criança:

   A disciplina positiva parte do pressuposto de que as crianças são seres em desenvolvimento, cujos comportamentos são reflexos de suas necessidades não atendidas e de suas habilidades emocionais ainda em formação.

   Em vez de rotular as crianças como "boas" ou "más", os adultos são encorajados a adotar uma postura empática e compreensiva, buscando entender as causas por trás dos comportamentos desafiadores e ajudando as crianças a desenvolverem habilidades para lidar com suas emoções de forma construtiva.


2. Conexão antes de Correção:

    Um dos princípios fundamentais da disciplina positiva é a importância de construir e manter uma conexão emocional forte com a criança antes de abordar comportamentos inadequados. 

    Isso significa priorizar o estabelecimento de um relacionamento de confiança e respeito mútuo, onde a criança se sinta segura para expressar suas emoções e necessidades sem medo de julgamento ou punição.


3.Ensino e Modelagem de Habilidades:

  Em vez de simplesmente punir ou reprimir os comportamentos indesejados, a disciplina positiva concentra-se em ensinar às crianças as habilidades necessárias para lidar com as situações de forma mais eficaz. 

 Isso inclui ensinar habilidades de comunicação assertiva, resolução de conflitos, autocontrole emocional e empatia, por meio de exemplos práticos e modelagem de comportamentos positivos pelos adultos.


4. Limites e Consequências Lógicas:

  Embora a disciplina positiva evite o uso de punições arbitrárias ou recompensas externas, isso não significa ausência de limites. Pelo contrário, os limites são considerados fundamentais para criar um ambiente seguro e previsível para as crianças. 

  No entanto, em vez de impor limites de cima para baixo, os adultos são encorajados a envolver as crianças na definição de regras e consequências, garantindo que estas sejam justas, consistentes e lógicas em relação ao comportamento em questão.


5.Empoderamento e Autonomia:

  Um dos principais objetivos da disciplina positiva é promover a autonomia e a responsabilidade nas crianças, capacitando-as a tomar decisões conscientes e a assumir as consequências de suas ações.

  Isso é feito através do encorajamento da participação ativa das crianças na resolução de problemas e na definição de regras, bem como pela promoção de uma cultura familiar ou escolar baseada na cooperação e no respeito mútuo.

   Ao incorporar esses conceitos básicos em sua prática educacional ou parental, os adultos podem criar ambientes de aprendizagem e convivência mais saudáveis e harmoniosos, onde as crianças se sintam valorizadas, respeitadas e capazes de alcançar seu pleno potencial. 

  O livro "Disciplina Positiva", de Jane Nelsen, oferece uma riqueza de recursos e estratégias práticas para implementar esses conceitos no dia a dia, transformando a forma como nos relacionamos com as crianças e promovendo um desenvolvimento integral e positivo.

   No próximo post daremos continuidade ao nosso estudo refletindo sobre a importância da ordem de nascimento entre os filhos. Abraços e até lá!😏

                  

                                                                                          Fonte: Disciplina Positiva - Jane Nelsen. Ed. Manole.

quinta-feira, 6 de junho de 2024

Os Benefícios Educativos Da Massa De Modelar Para As Crianças

 
Os Benefícios Educativos Da Massa De Modelar Para As Crianças



 Olá! Seja bem-vindo(a)! Neste post, exploraremos os diversos benefícios dessa prática e compartilharemos duas receitas simples para criar massinha caseira.

  A massa de modelar é uma ferramenta versátil e acessível que oferece uma variedade de benefícios educativos e terapêuticos para crianças de todas as idades. 

  Desde desenvolver habilidades motoras finas até promover a expressão criativa, trabalhar com massa de modelar é uma atividade enriquecedora que pode ser incorporada tanto em ambientes educacionais quanto em casa.


 Benefícios Educativos


1. Desenvolvimento da Coordenação Motora Fina:

   Trabalhar com massa de modelar envolve o uso das mãos e dos dedos para moldar, amassar e esculpir. Esses movimentos ajudam a fortalecer os músculos das mãos e a aprimorar a destreza manual, preparando as crianças para atividades como escrever, desenhar e amarrar os sapatos.


2. Estímulo à Criatividade e Imaginação:

   A massa de modelar oferece um meio de expressão livre, permitindo que as crianças criem formas, figuras e cenários de acordo com sua imaginação. Esse processo criativo promove a experimentação e o pensamento divergente, essenciais para o desenvolvimento cognitivo.


3. Aprendizado Sensorial:

   Manipular a massa de modelar estimula os sentidos das crianças, proporcionando uma experiência sensorial rica. Elas podem explorar texturas, cores e formas enquanto moldam a massa, o que ajuda a fortalecer as conexões neurais e a aumentar a consciência sensorial.


 4. Promoção da Aprendizagem Hands-On:

   Ao trabalhar com massa de modelar, as crianças estão envolvidas em uma atividade prática e tangível. Isso facilita a compreensão de conceitos abstratos, como formas geométricas, números e letras, através da criação de modelos tridimensionais.


 Benefícios Terapêuticos


1. Redução do Estresse e Ansiedade:

   Manipular massa de modelar pode ter um efeito calmante e terapêutico nas crianças, ajudando a aliviar o estresse e a ansiedade. O ato de amassar e moldar a massa pode ser reconfortante, proporcionando uma maneira eficaz de lidar com emoções difíceis.


2. Estímulo à Comunicação e Interação Social:

   Trabalhar com massa de modelar em grupos pode promover a comunicação e a colaboração entre as crianças. Elas podem compartilhar ideias, colaborar em projetos e praticar habilidades sociais, como compartilhar e resolver conflitos.


3. Foco e Atenção:

   A atividade de modelagem requer concentração e foco, o que pode ajudar as crianças a desenvolver habilidades de atenção e persistência. Esse tipo de atividade sensorial pode ser especialmente benéfico para crianças com dificuldades de concentração ou hiperatividade.




Receitas de Massinha Caseira


 Massinha de Modelar Tradicional:


Ingredientes:

- 2 xícaras de farinha de trigo

- 1 xícara de sal

- 1 colher de sopa de óleo vegetal

- 1 xícara de água

- Corante alimentar (opcional)

- Essência de baunilha (opcional, para aroma agradável)


Instruções:

1. Em uma tigela grande, misture a farinha de trigo e o sal.

2. Adicione o óleo vegetal e a água, e mexa bem até formar uma massa homogênea.

3. Se desejar, adicione corante alimentar e essência de baunilha e misture até obter a cor e o aroma desejados.

4. Amasse a massa em uma superfície limpa por alguns minutos para garantir uma textura suave e maleável.


 Massinha de Modelar de Amido de Milho:


Ingredientes:

- 1 xícara de amido de milho (maisena)

- 2 xícaras de bicarbonato de sódio

- 1 xícara de água

- Corante alimentar (opcional)

- Essência de lavanda (opcional, para efeito relaxante)


Instruções:

1. Em uma panela, misture o amido de milho e o bicarbonato de sódio.

2. Adicione a água e mexa bem até obter uma mistura homogênea.

3. Cozinhe em fogo baixo, mexendo sempre, até que a mistura engrosse e se transforme em uma massa semelhante à consistência da massa de modelar.

4. Retire do fogo e deixe esfriar antes de adicionar corante alimentar e essência, se desejar.

5. Amasse a massa em uma superfície limpa até que fique macia e maleável.


   Em resumo, trabalhar com massa de modelar é uma atividade que oferece uma ampla gama de benefícios educativos, terapêuticos e sensoriais para crianças. 

   Além disso, a criação de massinha caseira é uma maneira acessível e divertida de envolver as crianças em atividades criativas e práticas. Experimente fazer essas receitas em casa e desfrute dos muitos benefícios que a massa de modelar pode proporcionar!

  Abraços e até o próximo post!😏

quarta-feira, 5 de junho de 2024

Atividades Para Trabalhar A Coordenação Motora Prontas Para Imprimir

 Atividades Para Trabalhar A Coordenação Motora Prontas Para Imprimir









ATIVIDADES PARA TRABALHAR A COORDENAÇÃO MOTORA PRONTAS PARA IMPRIMIR!

LINK DISPONÍVEL:

 https://drive.google.com/file/d/1XgsHq1sI05hiHmFeD36S0511fnL0FaaC/view?usp=sharing


   Nos primeiros anos de vida, o desenvolvimento do progresso motor é crucial para o crescimento físico e cognitivo das crianças. 

   Atividades que estimulam e desafiam a progressão motora podem ter um impacto significativo no desenvolvimento global da criança. 

   Neste post, exploraremos os benefícios de se trabalhar com atividades de coordenação motora com crianças pequenas, destacando como essas atividades promovem o desenvolvimento físico, cognitivo e emocional das crianças em suas fases iniciais.

Desenvolvimento Motor:

   Uma das áreas mais óbvias de benefício das atividades de progressão motora para crianças pequenas é o desenvolvimento motor. Desde a infância, os movimentos coordenados são essenciais para habilidades básicas, como engatinhar, andar e manipular objetos.

 Ao participar de atividades que desafiam sua coordenação motora, as crianças desenvolvem habilidades motoras finas e grossas, melhorando sua capacidade de controlar e coordenar os movimentos do corpo.

Estimulação Cognitiva:

   Além do desenvolvimento motor, as atividades de desenvolvimento motor também estimulam o desenvolvimento cognitivo das crianças pequenas.

    Ao realizar movimentos coordenados, como empilhar blocos, encaixar peças ou desenhar, as crianças estão praticando habilidades como percepção visual, raciocínio espacial e resolução de problemas.

 Essas atividades ajudam a fortalecer as conexões neurais no cérebro, promovendo um desenvolvimento cognitivo saudável para a aprendizagem.

Desenvolvimento da Autoconfiança:

   Participar de atividades de coordenação motora pode ajudar a construir a autoconfiança das crianças pequenas. 

  Conforme elas dominam novas habilidades motoras e alcançam marcos importantes, como amarrar os sapatos ou desenhar uma figura reconhecível, sua autoestima aumenta. 

  Esses sucessos prometem às crianças um sentimento de realização e competência, incentivando-as a buscar novos desafios e persistir diante de dificuldades.

Promoção da Socialização:

   Atividades de cooperação motora frequentemente envolvem interação com outras crianças, o que pode promover a socialização e o desenvolvimento de habilidades sociais. 

   Ao participar de jogos de grupo ou atividades em equipe, as crianças aprendem a compartilhar, cooperar e comunicar-se efetivamente com os outros. Essas interações sociais são fundamentais para o desenvolvimento de relacionamentos saudáveis ​​e habilidades interpessoais.

Preparação para o Aprendizado Acadêmico:

   O desenvolvimento do progresso motor durante os primeiros anos de vida também prepara as crianças para o aprendizado acadêmico futuro. Habilidades motoras sólidas são essenciais para o sucesso nas atividades escolares, como escrever, desenhar, recortar e colar. 

  Ao trabalhar com atividades de coordenação motora desde cedo, as crianças desenvolvem uma base sólida para o aprendizado acadêmico, facilitando sua transição para a escola.

 Em conclusão, as atividades de coordenação motora oferecem uma série de benefícios importantes para crianças pequenas. 

 Desde o desenvolvimento motor e cognitivo até o fortalecimento da autoconfiança e das habilidades sociais, essas atividades desempenham um papel crucial no crescimento e desenvolvimento das crianças durante os primeiros anos de vida. 

 Portanto, é fundamental proporcionar às crianças oportunidades regulares de participação em atividades que desafiem e estimulem sua coordenação motora, promovendo um desenvolvimento saudável e equilibrado em todas as áreas de suas vidas.

   Dicas de uso do material disponibilizado. Você pode:

- Imprimir e distribuir as fichas para as crianças cubrirem os traçados com lápis de escrever.

- Imprimir e distribuir para as crianças as fichas para que elas possam recortar com a tesoura.

- Imprimir, plastificar o material para maior durabilidades e distribuir para as crianças cubrirem os traçados com canetinhas coloridas.

 Gostou das dicas? Espero que sim. Abraços e até a próxima!😏

sábado, 1 de junho de 2024

Desenvolvimento Humano Segundo Henry Wallon

 Desenvolvimento Humano Segundo Henry Wallon




   Olá! Seja bem-vindo(a)! Neste post nós vamos fazer um estudo sobre as contribuições de Henry Wallon, em relação ao desenvolvimento humano.

  Wallon nasceu em 1879 na França, Europa. Foi psicólogo e médico, trabalhando com pessoas sobreviventes da Primeira e Segunda Guerra Mundial. Em suas pesquisas, buscava compreender a base orgânica e cerebral das funções psíquicas que investigava.

   O autor tinha interesse em saber onde se localizava na mente humana, o cérebro, funções tais como a memória, a afetividade e o comportamento social.

   A partir das ideias formadas por Wallon, podemos entender que, na base orgânica do corpo humano, o Sistema Nervoso, as conexões cerebrais modificam-se à medida que o ser humano relaciona-se socialmente.

   Por exemplo, as regiões do cérebro do bebê se ampliam e mudam suas funções de acordo com as interações sociais nas quais o bebê está envolvido (conversa da mãe com ele, colo dos adultos, por ver e escutar outras pessoas, etc.).

   Por conta disso, Wallon afirmava que o ser humano é organicamente social. Cada sujeito humano se torna o que é, constitui sua identidade e seu conhecimento, nos relacionamentos sociais.

   Somos sujeito a partir do outro, pela mediação do outro, ou seja, a partir da linguagem, que se coloca entre nós e o mundo, para organizar a nossa relação com ele. Nesse ponto, as ideias de Wallon se aproximam muito das ideias de Vygotsky.

  Wallon propôs três centros que se entrelaçavam diferentemente ao longo do desenvolvimento da criança: a afetividade, a motricidade e a cognição.

   Num período inicial do desenvolvimento no recém-nascido, predomina a afetividade (a inteligência ou cognição não se separa da afetividade). É o período denominado por ele como impulsivo-emocional (até 2 anos).

   Ao longo desse período, os movimentos tornam-se comunicativos, pois, nas relações, o bebê passa a expressar-se para obeter respostas e contatos dos adultos. 

 Para os bebês, as primeiras manifestações, centradas nele mesmo, ao serem interpretadas e respondidas, vão se tornando manifestações comunicativas, relacionais. 

  De qualquer forma, neste momento a orientação do bebê é interna, voltada para o eu corporal, sendo pouco afetada pelos objetos do mundo físico e pelos contatos humanos.

   Portanto, a afetividade, isto é, a possibilidade de afetar e ser afetado nas relações, predomina nesse momento. Nesse processo, Wallon reconhece algo como um "diálogo tônico", ou seja, uma espécie de conversa entre o bebê e o adulto por intermédio não só das palavras, mas do tônus corporal, da expressão facial, dos gestos, do contato físico.

   É na relação com a fala e movimentos dos adultos que a criança vai entendendo quem é ela e quem o outro é. O processo de imitação tem um papel importante nesse momento.

   Quando faz algo igual a alguém, quando busca imitar uma palavra dita pela mãe, ou imita o jeito de alguém, a criança ganha novos movimentos e vai inserindo em seu repertório a possibilidade simbólica, ou seja, a capacidade de representar ações e objetos ausentes do seu campo perceptivo, da sua visão presente.


   Conforme os movimentos se expandem e desenvolve-se o pegar, o andar e o deslocar-se no espaço, também aparecem os movimentos simbólicos. Trata-se do que Wallon denomina primeiros ideomovimentos, caractterísticos do período sensório-motor projetivo (entre 2 e 4 anos).

   Wallon propõe que o ato motor, o deslocamento do corpo no espaço com cada vez mais desenvoltura e segurança, gera o ato mental. As primeiras ideias mentais das crianças nascem em seus movimentos.

   Ao observarmos crianças pequenas (de 3 anos, por exemplo) brincando, é comum percebermos que dos gestos brotam palavras e significados. Também, quando desenham, só conseguem dizer o que fizeram depois que terminam e não antes. 

 Nesse período, aos poucos, a intensa motricidade vai sendo inibida pelo ato mental, pelo funcionamento cognitivo. Na verdade, o ato interioriza-se, desloca-se de fora, do motor, ligado aos obejtos físicos, para o mental, ligado à atividade interna da criança. 

   É importante ressaltar que o ato mental inibe o motor, mas não deixa de ser atividade corpórea. Começa a haver uma economia no movimento quando o pensamento ganha um lugar maior, à medida que a criança mexe menos músculos para realizar tarefas.

   No entanto, Wallon reconhece nas atividades de pensamento o que ele chama de função tônica do movimento, ou seja, uma motricidade expressiva. 

   Então, há dois tipos de atividade corpórea: a cinética, responsável pelo movimento, deslocamento, mudança de posição e a atividade tônica, presente na mobilidade e responsável pela expressividade.

   Para Wallon, pensamos com o corpo em sentido duplo: com o cérebro e com os músculos que estão em franca atividade tônica, enquanto nosso corpo está visualmente parado.

   De acordo com o autor, por volta dos 4 anos, surge na criança o período personalista. Esse momento caracteriza-se por um intenso negativismo da criança. É como se ela tivesse como resposta para tudo o não e a rebeldia.

   Na verdade, quando diz tantos nãos, a criança está afirmando o que quer ou quem ela é. É como se, pela expulsão do que há de alheio dentro de si, a criança pudesse construir o seu eu. 

   A percepção de si, de seus movimentos e conquistas da etapa anterior, dão lugar a uma consciência de si cada vez maior por parte da criança e uma independência que se fortalece. Faz parte desse momento, também, algo que parece oposto ao negativismo, complementa-o com a imitação.

   Na verdade, a criança também busca nessa etapa, a admiração do adulto que se relaciona com ela, no sentido de fortalecer o seu eu ainda em construção.

   Por fim, Wallon descreve o último período como período categorial (a partir dos 7 anos). Nesta fase, o domínio cognitivo oferece as bases para que se desenvolvam as ações mentais de explicar, definir e diferir objetivamente o mundo. 

   Tendo já uma diferenciação interna constituída, a criança se volta para o mundo a fim de compreendê-lo, explicá-lo e conquistá-lo.

   Até o próximo post. Abraços!😏


                                                                              Fonte: Coleção Proinfantil. Módulo II. Unidade 2. Livro de Estudo - Vol. 2. MEC.

quinta-feira, 30 de maio de 2024

Desenvolvimento Humano Segundo Lev Vygotsky

  Desenvolvimento Humano Segundo Lev Vygotsky




   Olá! Seja muito bem-vindo(a)! No post de hoje veremos o desenvolvimento humano numa perspectiva sociocultural do ponto de vista do teórico Lev Vygotsky.

   Vygotsky nasceu na antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (atualmente, a Rússia) no ano de 1896. Estudou direito e atuou como crítico literário. A formação de Vygotsky foi ampla e variada, englobando de forma especial, o campo da arte e da cultura.

   O teórico buscava, através de suas pesquisas na área da Psicologia, compreender como o sujeito torna-se capaz de produzir símbolos, ou seja, a linguagem, que lhe permite organizar-se na realidade e comunicar-se.

   Entendia que o homem se diferenciava dos animais, pois além de usar instrumentos do mundo físico, ou seja, instrumentos materiais para otimizar sua relação com o mundo, também fazia uso de instrumentos psicológicos e símbolos nessa relação.

   A linguagem de uma criança não é uma criação solta, espontânea, mas produz-se na relação estreita com o contexto social que ela faz parte. 

   Ou seja, as formas de organizar-se no mundo relacionam-se com o grupo social ao qual pertence. As primeiras palavras e significados chegam à criança através dos adultos de seu meio social.

   Vygotsky propõe que o interpsíquico torna-se aos poucos intrapsíquico. Isso significa que as formas de comunicação e as palavras que constituem a cultura da criança, circulando em seu meio social (inter quer dizer entre os homens), tornam-se suas próprias palavras e formas de comunicação (intra quer dizer dentro dela mesma).

   Isso não quer dizer que a criança reproduza passivamente os modos de interação do seu grupo social, mas que os recria com suas ações.

   Ou seja, toma o que é marca social do seu grupo e refaz esses códigos de uma forma particular. O comportamento novo que surge numa criança nunca é fruto do acaso, mas nasce da recombinação de suas experiências acumuladas, as experiências que formam seu grupo social.

   Para exemplificar, Vygotsky falava sobre como nascia o gesto de apontar. Para o autor, primeiramente a criança se esforça para pegar o objeto que está fora de seu alcance, num local alto, por exemplo. Então, o adulto pergunta: " É aquilo que você quer?".

   Essa sinalização do adulto faz com que, em outras circunstâncias, a criança aponte quando quer algo. A tentativa de pegar transforma-se em apontar, através do significado que o adulto dá à situação. O gesto passa a ser usado em diversas outras ocasiões de uma forma particular que a criança cria.

Zona De Desenvolvimento Proximal

   Na teoria do desenvolvimento humano proposta por Vigotsky, é muito importante o papel do outro, seja esse outro uma criança ou um adulto. 

   De acordo com o autor, quando buscamos avaliar o desenvolvimento de uma criança pelo que ela já é capaz de resolver sozinha, acabamos por ter uma ideia distorcida de suas reais capacidades, pois certamente, ela poderá fazer muito mais coisas se tiver o auxílio de um adulto ou de companheiros mais capazes.

   Por exemplo, pode ser que duas crianças da mesma idade não saibam ainda amarrar os seus próprios tênis sozinhas (de forma espontânea e independente). Mas, o adulto do outro lado dando algumas dicas, uma delas rapidamente consegue amarrar, enquanto a outra não.

   Numa próxima tentativa, a criança que foi capaz de finalizar a tarefa com ajuda, provavelmente irá realizá-la sozinha. Isto quer dizer que as competências da criança, com ajuda, revelam o processo do seu desenvolvimento.

   Assim, Vygotsky propõe que, ao buscarmos perceber o desenvolvimento de uma criança (em qualquer competência: lógica, de linguagem, corporal, etc.), é preciso prestar atenção não só no que a criança realiza sozinha, mas o que faz com ajuda, com pistas, com o acompanhamento de alguém mais competente naquela tarefa.

   Portanto, além de ser importante discriminarmos o nível de desenvolvimento real (o que a criança realiza sozinha), é preciso identificar o nível de desenvolvimento potencial (o que ela faz com ajuda). 

  Vygotsky ressalta que a distância entre o nível real e o potencial configura a zona de desenvolvimento proximal (onde ocorrem as aprendizagens). O que a criança hoje faz com ajuda, amanhã fará sozinha.

   O quadro abaixo ajuda a visualizar a proposta teórica de Vygotsky:



    A aprendizagem se dá no contexto dos relacionamentos entre as crianças e delas com os adultos, nas conversas, brincadeiras compartilhadas e imitações.

   Podemos observar que Vygotsky não sugere estágios ou etapas através dos quais a criança vai progredindo, como a teoria de Piaget sugere. Seu olhar para o desenvolvimento não obedece a uma linha reta que vai do mais simples ao mais complexo, pois não há um nível ideal a atingir.

  O autor pensa na existência de diferentes processos ao mesmo tempo. Assim, a criança está mergulhada no universo simbólico e na linguagem desde que nasce. Pouco a pouco, através da relação com outras crianças e adultos, essa linguagem se torna sua também.

   A criança não passa a ser social com o desenvolvimento. É um ser social desde que nasce e ao longo do desenvolvimento, vai negociando os significados dos objetos e das palavras com os parceiros de seu contexto cultural.

   De acordo com o autor, a imitação tem um papel crucial no desenvolvimento. A criança só consegue imitar aquilo que está na sua zona de desenvolvimento proximal. Isto quer dizer que o que ela imita hoje, amanhã irá tornar-se algo próprio dela.

   A importância do nível potencial e da zona de desenvolvimento proximal, ou seja, a importância de considerarmos o que a criança faz com auxílio, não significa que possamos ensinar qualquer coisa a qualquer criança. É preciso que o auxílio seja significativo para ela, ou seja, que ela busque a ajuda e que logo em seguida aproprie-se daquela competência, tornando-a parte de seu desenvolvimento real.

   Para os professores(as), o grande valor dos conceitos de Vygotsky está nas interações sociais. A valorização das trocas entre as crianças de um grupo e de grupos diferentes (de diferentes idades e momentos evolutivos) serve como inventivo no desenvolvimento de cada uma.

   Por isso a importância do trabalho em grupos na escola, das conversas em que se compartilham experiências, em que cada um expressa suas conquistas para o outro, contribuindo com o processo de desenvolvimento do amigo.

   No próximo post, estudaremos sobre o desenvolvimento da afetividade, cognição e motricidade como forças interligadas: as contribuições de Wallon.

   Abraços e até a próxima!😏


                                                            Fonte: Coleção Proinfantil. Módulo II. Unidade 2. Livro de Estudo - Vol. 2. MEC.

terça-feira, 28 de maio de 2024

Jean Piaget: Fases Do Desenvolvimento - Períodos Sensório-Motor, Pré-Operatório E Concreto

Jean Piaget: Fases Do Desenvolvimento -
 Períodos Sensório-Motor, Pré-Operatório E Concreto



   Olá! Seja bem vindo(a)! 

    No post anterior, vimos sobre a relação do sujeito com os objetos do mundo físico é uma relação de equilibração. Isto quer dizer que o processo de conhecer tem início com o desequilíbrio entre o sujeito e a sua realidade.

    Os objetos apresentam um problema ou desafio para o sujeito, gerando um desequilíbrio. Este desequilíbrio leva o sujeito a agir sobre o objeto com o propósito de restabelecer o equilíbrio. A estabilidade na verdade, nunca é definitiva, pois o mundo está sempre em mudança e sempre apresentando novos objetos e desafios.

   No post de hoje, veremos como Piaget estudou as crianças e suas formas de conhecimento, refletindo como o sujeito passa de um modo de conhecer que necessita do contato concreto com os objetos para o conhecimento abstrato. Discutiremos sobre as fases de desenvolvimento do ser humano.

   Pesquisando como a criança conhece o mundo e desenvolve-se, Piaget pretendia compreender como ela chega a pensar de modo adulto, lógico e racional. Nesse processo, investigou o desenvolvimento intelectual humano (o desenvolvimento da inteligência), dividindo-o em quatro períodos:

  • Período sensório-motor;
  • Período pré-operatório;
  • Período das operações concretas;
  • Período das operações abstratas (ou formais).
   Cada período estabelece as bases para os períodos seguintes. Um período é condição para alcançar os outros. Para Piaget, todos os humanos passam por todos estes períodos ou etapas no desenvolvimento de sua inteligência. O desenvolvimento segue uma linha pré-definida, apesar de variar de pessoa para pessoa.



  O período sensório-motor, que vai de 0 a mais ou menos 2 anos, é o período da inteligência prática, anterior à linguagem. Caracteriza-se pela ação do sujeito sobre o meio, tendo como recursos as sensações e os movimentos.

   Para Piaget, nesse período não há representações, ou seja, imagens menstais das coisas que cercam a criança. A criança está presa à experiência imediata, ou seja, à presença física dos objetos. Os esquemas (modos de agir) que se desenvolvem são todos esquemas de ação: olhar, agarrar, morder e assim por diante.

   Nessa fase, predomina a assimilação que começa com o exercício dos reflexos (sucção, preensão, etc.). Os objetos são assimilados ao reflexo (capacidade inata e repertório que a criança já traz consigo) e acomodam-se, gerando mudanças no organismo e novas possibilidades para a musculatura da mão, etc.

   Outra característica importante desse período é a presença das reações circulares. Estas reações se apresentam quando percebemos procedimentos que se repetem seguidamente. Por exemplo, um bebê pode balançar um móbile várias vezes, podendo utilizar o mesmo procedimento a outros objetos que ali se encontram.

   A criança vai aplicando os esquemas de ação já conquistados ao universo de objetos que compõem a sua realidade, assimilando-a e modificando-a nesse contato, ou seja, acomodando-se à realidade física e material à sua volta.



   O período pré-operatório caracteriza-se pelo aparecimento das primeiras representações / imagens mentais. Para Piaget, é nesse período que tem início o processo de socialização da criança e a linguagem, antes ausentes.

   Entre 3 e 6 anos, mais ou menos, os antigos esquemas de ação são transformados em esquemas representativos, isto é, os objetos sofrem não só a ação física da criança mas também a ação mental. Uma caixa trasforma-se num carro, um cabo de vassoura num cavalo e por aí vai.

   Além disso, a linguagem oral progride muito, tornando possível empregar expressões socialmente convencionadas e não só expressões muito particulares (a criança substitui por exemplo, a palavra totó por cachorro).

   Nesse período, tem início a atividade simbólica, que se caracteriza pela capacidade da criança de tornar presentes objetos e pessoas ausentes, através da imitação e do faz de conta. Ela brinca de de ser a mãe quando está na escola, brinca de ser a professora quando está em casa, etc.

   Ao mesmo tempo, aparece a possibilidade das primeiras trocas verbais e relacionamentos sociais. Isto significa que os esquemas representativos vão se adequando cada vez mais ao meio social em que a criança vive, possibilitando a conversa e o entendimento social.

   Esse período recebe o nome de pré-operatório porque se caracteriza pela ausência de oprações mentais. Uma operação é constituída pela possibilidade de reversibilidade, o que as crianças pré-operatórias ainda não possuem.

   Assim, podemos dizer, a partir da teoria de Piaget, que a lógica das percepções predomina sobre as operações mentais e a lógica mental nas crianças de até 7 anos.

   No que diz respeito às relações entre a teoria de Piaget e o trabalho do professor na Educação infantil, é importante prestar atenção nos seguintes pontos:

- Piaget não pesquisou a escola e a Pedagogia, mas como a criança pensa e relaciona-se com o mundo físico. Olhou para as crianças e suas interações com os objetos.

- Seus experimentos com as crianças e as perguntas que fazia a elas para entender como estavam pensando em cada período não podem ser copiadas pela escola e transformada em tarefa escolar.

- Piaget preocupava-se em entender como a criança pensava sem a intervenção do adulto, de outras e de apoio. A escola é exatamente p lugar onde o pensamento e a aprendizagem acontecem com a intervenção de muitas interações (entre as crianças e delas com os adultos).

- Piaget focalizou o desenvolvimento do pensamento lógico, que é somente uma das dimensões da criança em jogo no contexto escolar (é preciso prestar atenção para a afetividade e o social).

   No próximo post, daremos continuidade aos estudos sobre o desenvolvimento humano refletindo sobre a teoria do desenvolvimento do teórico Levy Vygotsky. Abraços e até lá!😏

  

                                  Fonte: Coleção Proinfantil. Módulo II. Unidade 2. Livro de Estudo - Vol. 2. MEC.



domingo, 26 de maio de 2024

Fundamentos Da Educação: Teorias Sobre O Desenvolvimento Humano E A Criança De 0 A 6 Anos - Jean Piaget

 

Fundamentos Da Educação: 

Teorias Sobre O Desenvolvimento Humano E A Criança De 0 A 6 Anos

Jean Piaget




      Olá! Seja bem-vindo(a)! 

     No campo da Psicologia e da Biologia, alguns pesquisadores propõe que a criança conheça o mundo e se desenvolva em interação com ele. 

      Isso significa que ela é ativa, nasce com competências que são desenvolvidas na relação com o meio ambiente, onde tanto a criança quanto o ambiente são transformados.

      No post de hoje, vamos estudar alguns destes teóricos que dedicaram-se a pensar como as crianças e os seres humanos aprendem, conhecem e descobrem o novo, integrando o que já sabem com novos saberes. 

      Iniciaremos este estudo com o teórico Jean Piaget, onde ele apresenta o conceito de equilibração; a construção de esquemas sensório-motores pela criança como primeira estratégia de construção de conhecimentos e discute a função simbólica e os processos pré-operatórios de raciocínio.

     Jean Piaget nasceu em 1896, na Suíça, Europa. Filho de uma família com recursos, interessou-se pelo estudo da Biologia e mais tarde, da Psicologia.

    Em suas pesquisas na área da Psicologia, Piaget tentava responder às questões como: como as pessoas passam de um estado de menor conhecimento para um estado de maior conhecimento? Como a criança deixa de precisar dos sentido (olfato, visão, tato, etc.) ou da experiência direta com os objetos para conhêce-los, podendo fazer isto somente com a mente.

     De acordo com Piaget, no início, para a criança conhecer um objeto, é preciso manipulá-lo, senti-lo, tê-lo presente. Por exemplo, não é possível para a criança pequena entender quanto é duas laranjas mais três, se não puder tocar e mexer nas laranjas de verdade.



    Mais tarde, a criança não precisará mais lidar materialmente com os objetos para concluir relações entre eles, mas conseguirá mentalmente resolver problemas que envolvem essas relações: a soma, a compraração entre as laranjas, etc. 

    Piaget estudou como o homem chega a não precisar dos objetos concretos para extrair deles relações: como faz isso mentalmente, pensando sobre os obejtos.

    Ele estudou como nasce o conhecimento abstrato. Este projeto de Piaget é chamado de epistemologia genética. Genética significa a origem do conhecimento. Episteme significa científico e logia quer dizer estudo. Piaget pesquisou a origem do conhecimento científico no homem.

     Piaget propõe que o conhecimento é construído na relação do homem com os objetos, não estando pronto nem no sujeito (na carga genética), nem no meio (no objeto). Por isso, sua teoria é denominada de Construtivismo. O conhecimento não está pronto antes da relação do homem com o meio, mas é construído nessa relação.

     De acordo com Piaget, quando a criança usa os saberes e as possibilidades que já tem para tentar superar um desafio ou enfrentar um problema, ela está realizando o que se chama de assimilação do objeto.

     Explicando de outra forma, no processo de assimilação, o sujeito procura conhecer o objeto, trazendo-o para dentro de seus referenciais e usando competências que já possui, ainda que sejam insuficientes para responder a nova situação.

     Por outro lado, quando o sujeito se modifica em função do conhecimento assimilador, tendo em vista superar o desafio que o novo objeto traz, tem lugar ao que se chama de acomodação.

   Assim, a assimilação é o movimento de buscar incorporar o objeto novo às estruturas de conhecimento (ações, competências mentais) que o sujeito já tem. A acomodação é a mudança nessas estruturas decorrente da tentativa de assimilar o novo.

     Para Piaget, a soma dos processos de assimilação e acomodação denomina-se adaptação. Para o estudioso, a relação do sujeito com os objetos do mundo físico é uma relação de equilibração

     Isto quer dizer que o processo de conhecer tem início com o desequilíbrio entre o sujeito e a sua realidade. Os objetos apresentam um problema ou desafio para o sujeito, gerando um desequilíbrio. Este desequilíbrio leva o sujeito a agir sobre o objeto com o propósito de restabelecer o equilíbrio.

    Na verdade, a estabilização nunca é definitiva, pois o mundo está sempre em mudança e sempre apresentando novos sujeitos, novos desafios, novos aprendizados.

    Podemos dizer que estaremos sempre assimilando, nos acomodando, nos adaptando e por fim, nos equilibrando constantemente, pois em todo instante há algo novo a ser incorporado por nós, há sempre algo a ser aprendido ou situações novas que temos que nos adaptar a um novo contexto. É um ciclo infinito e que se faz necessário para podermos nos adaptar ao meio e às relações apresentadas por ele.

   No próximo post, veremos como Piaget estudou as crianças e suas formas de conhecimento, refletindo como o sujeito passa de um modo de conhecer que necessita do contato concreto com os objetos para o conhecimento abstrato. Discutiremos sobre as fases de desenvolvimento do ser humano.

       Abraços e até lá!😏


    Fonte: Coleção Proinfantil. Módulo II. Unidade 2. Livro de Estudo - Vol. 2. MEC.

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