quinta-feira, 30 de maio de 2024

Desenvolvimento Humano Segundo Lev Vygotsky

  Desenvolvimento Humano Segundo Lev Vygotsky




   Olá! Seja muito bem-vindo(a)! No post de hoje veremos o desenvolvimento humano numa perspectiva sociocultural do ponto de vista do teórico Lev Vygotsky.

   Vygotsky nasceu na antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (atualmente, a Rússia) no ano de 1896. Estudou direito e atuou como crítico literário. A formação de Vygotsky foi ampla e variada, englobando de forma especial, o campo da arte e da cultura.

   O teórico buscava, através de suas pesquisas na área da Psicologia, compreender como o sujeito torna-se capaz de produzir símbolos, ou seja, a linguagem, que lhe permite organizar-se na realidade e comunicar-se.

   Entendia que o homem se diferenciava dos animais, pois além de usar instrumentos do mundo físico, ou seja, instrumentos materiais para otimizar sua relação com o mundo, também fazia uso de instrumentos psicológicos e símbolos nessa relação.

   A linguagem de uma criança não é uma criação solta, espontânea, mas produz-se na relação estreita com o contexto social que ela faz parte. 

   Ou seja, as formas de organizar-se no mundo relacionam-se com o grupo social ao qual pertence. As primeiras palavras e significados chegam à criança através dos adultos de seu meio social.

   Vygotsky propõe que o interpsíquico torna-se aos poucos intrapsíquico. Isso significa que as formas de comunicação e as palavras que constituem a cultura da criança, circulando em seu meio social (inter quer dizer entre os homens), tornam-se suas próprias palavras e formas de comunicação (intra quer dizer dentro dela mesma).

   Isso não quer dizer que a criança reproduza passivamente os modos de interação do seu grupo social, mas que os recria com suas ações.

   Ou seja, toma o que é marca social do seu grupo e refaz esses códigos de uma forma particular. O comportamento novo que surge numa criança nunca é fruto do acaso, mas nasce da recombinação de suas experiências acumuladas, as experiências que formam seu grupo social.

   Para exemplificar, Vygotsky falava sobre como nascia o gesto de apontar. Para o autor, primeiramente a criança se esforça para pegar o objeto que está fora de seu alcance, num local alto, por exemplo. Então, o adulto pergunta: " É aquilo que você quer?".

   Essa sinalização do adulto faz com que, em outras circunstâncias, a criança aponte quando quer algo. A tentativa de pegar transforma-se em apontar, através do significado que o adulto dá à situação. O gesto passa a ser usado em diversas outras ocasiões de uma forma particular que a criança cria.

Zona De Desenvolvimento Proximal

   Na teoria do desenvolvimento humano proposta por Vigotsky, é muito importante o papel do outro, seja esse outro uma criança ou um adulto. 

   De acordo com o autor, quando buscamos avaliar o desenvolvimento de uma criança pelo que ela já é capaz de resolver sozinha, acabamos por ter uma ideia distorcida de suas reais capacidades, pois certamente, ela poderá fazer muito mais coisas se tiver o auxílio de um adulto ou de companheiros mais capazes.

   Por exemplo, pode ser que duas crianças da mesma idade não saibam ainda amarrar os seus próprios tênis sozinhas (de forma espontânea e independente). Mas, o adulto do outro lado dando algumas dicas, uma delas rapidamente consegue amarrar, enquanto a outra não.

   Numa próxima tentativa, a criança que foi capaz de finalizar a tarefa com ajuda, provavelmente irá realizá-la sozinha. Isto quer dizer que as competências da criança, com ajuda, revelam o processo do seu desenvolvimento.

   Assim, Vygotsky propõe que, ao buscarmos perceber o desenvolvimento de uma criança (em qualquer competência: lógica, de linguagem, corporal, etc.), é preciso prestar atenção não só no que a criança realiza sozinha, mas o que faz com ajuda, com pistas, com o acompanhamento de alguém mais competente naquela tarefa.

   Portanto, além de ser importante discriminarmos o nível de desenvolvimento real (o que a criança realiza sozinha), é preciso identificar o nível de desenvolvimento potencial (o que ela faz com ajuda). 

  Vygotsky ressalta que a distância entre o nível real e o potencial configura a zona de desenvolvimento proximal (onde ocorrem as aprendizagens). O que a criança hoje faz com ajuda, amanhã fará sozinha.

   O quadro abaixo ajuda a visualizar a proposta teórica de Vygotsky:



    A aprendizagem se dá no contexto dos relacionamentos entre as crianças e delas com os adultos, nas conversas, brincadeiras compartilhadas e imitações.

   Podemos observar que Vygotsky não sugere estágios ou etapas através dos quais a criança vai progredindo, como a teoria de Piaget sugere. Seu olhar para o desenvolvimento não obedece a uma linha reta que vai do mais simples ao mais complexo, pois não há um nível ideal a atingir.

  O autor pensa na existência de diferentes processos ao mesmo tempo. Assim, a criança está mergulhada no universo simbólico e na linguagem desde que nasce. Pouco a pouco, através da relação com outras crianças e adultos, essa linguagem se torna sua também.

   A criança não passa a ser social com o desenvolvimento. É um ser social desde que nasce e ao longo do desenvolvimento, vai negociando os significados dos objetos e das palavras com os parceiros de seu contexto cultural.

   De acordo com o autor, a imitação tem um papel crucial no desenvolvimento. A criança só consegue imitar aquilo que está na sua zona de desenvolvimento proximal. Isto quer dizer que o que ela imita hoje, amanhã irá tornar-se algo próprio dela.

   A importância do nível potencial e da zona de desenvolvimento proximal, ou seja, a importância de considerarmos o que a criança faz com auxílio, não significa que possamos ensinar qualquer coisa a qualquer criança. É preciso que o auxílio seja significativo para ela, ou seja, que ela busque a ajuda e que logo em seguida aproprie-se daquela competência, tornando-a parte de seu desenvolvimento real.

   Para os professores(as), o grande valor dos conceitos de Vygotsky está nas interações sociais. A valorização das trocas entre as crianças de um grupo e de grupos diferentes (de diferentes idades e momentos evolutivos) serve como inventivo no desenvolvimento de cada uma.

   Por isso a importância do trabalho em grupos na escola, das conversas em que se compartilham experiências, em que cada um expressa suas conquistas para o outro, contribuindo com o processo de desenvolvimento do amigo.

   No próximo post, estudaremos sobre o desenvolvimento da afetividade, cognição e motricidade como forças interligadas: as contribuições de Wallon.

   Abraços e até a próxima!😏


                                                            Fonte: Coleção Proinfantil. Módulo II. Unidade 2. Livro de Estudo - Vol. 2. MEC.

terça-feira, 28 de maio de 2024

Jean Piaget: Fases Do Desenvolvimento - Períodos Sensório-Motor, Pré-Operatório E Concreto

Jean Piaget: Fases Do Desenvolvimento -
 Períodos Sensório-Motor, Pré-Operatório E Concreto



   Olá! Seja bem vindo(a)! 

    No post anterior, vimos sobre a relação do sujeito com os objetos do mundo físico é uma relação de equilibração. Isto quer dizer que o processo de conhecer tem início com o desequilíbrio entre o sujeito e a sua realidade.

    Os objetos apresentam um problema ou desafio para o sujeito, gerando um desequilíbrio. Este desequilíbrio leva o sujeito a agir sobre o objeto com o propósito de restabelecer o equilíbrio. A estabilidade na verdade, nunca é definitiva, pois o mundo está sempre em mudança e sempre apresentando novos objetos e desafios.

   No post de hoje, veremos como Piaget estudou as crianças e suas formas de conhecimento, refletindo como o sujeito passa de um modo de conhecer que necessita do contato concreto com os objetos para o conhecimento abstrato. Discutiremos sobre as fases de desenvolvimento do ser humano.

   Pesquisando como a criança conhece o mundo e desenvolve-se, Piaget pretendia compreender como ela chega a pensar de modo adulto, lógico e racional. Nesse processo, investigou o desenvolvimento intelectual humano (o desenvolvimento da inteligência), dividindo-o em quatro períodos:

  • Período sensório-motor;
  • Período pré-operatório;
  • Período das operações concretas;
  • Período das operações abstratas (ou formais).
   Cada período estabelece as bases para os períodos seguintes. Um período é condição para alcançar os outros. Para Piaget, todos os humanos passam por todos estes períodos ou etapas no desenvolvimento de sua inteligência. O desenvolvimento segue uma linha pré-definida, apesar de variar de pessoa para pessoa.



  O período sensório-motor, que vai de 0 a mais ou menos 2 anos, é o período da inteligência prática, anterior à linguagem. Caracteriza-se pela ação do sujeito sobre o meio, tendo como recursos as sensações e os movimentos.

   Para Piaget, nesse período não há representações, ou seja, imagens menstais das coisas que cercam a criança. A criança está presa à experiência imediata, ou seja, à presença física dos objetos. Os esquemas (modos de agir) que se desenvolvem são todos esquemas de ação: olhar, agarrar, morder e assim por diante.

   Nessa fase, predomina a assimilação que começa com o exercício dos reflexos (sucção, preensão, etc.). Os objetos são assimilados ao reflexo (capacidade inata e repertório que a criança já traz consigo) e acomodam-se, gerando mudanças no organismo e novas possibilidades para a musculatura da mão, etc.

   Outra característica importante desse período é a presença das reações circulares. Estas reações se apresentam quando percebemos procedimentos que se repetem seguidamente. Por exemplo, um bebê pode balançar um móbile várias vezes, podendo utilizar o mesmo procedimento a outros objetos que ali se encontram.

   A criança vai aplicando os esquemas de ação já conquistados ao universo de objetos que compõem a sua realidade, assimilando-a e modificando-a nesse contato, ou seja, acomodando-se à realidade física e material à sua volta.



   O período pré-operatório caracteriza-se pelo aparecimento das primeiras representações / imagens mentais. Para Piaget, é nesse período que tem início o processo de socialização da criança e a linguagem, antes ausentes.

   Entre 3 e 6 anos, mais ou menos, os antigos esquemas de ação são transformados em esquemas representativos, isto é, os objetos sofrem não só a ação física da criança mas também a ação mental. Uma caixa trasforma-se num carro, um cabo de vassoura num cavalo e por aí vai.

   Além disso, a linguagem oral progride muito, tornando possível empregar expressões socialmente convencionadas e não só expressões muito particulares (a criança substitui por exemplo, a palavra totó por cachorro).

   Nesse período, tem início a atividade simbólica, que se caracteriza pela capacidade da criança de tornar presentes objetos e pessoas ausentes, através da imitação e do faz de conta. Ela brinca de de ser a mãe quando está na escola, brinca de ser a professora quando está em casa, etc.

   Ao mesmo tempo, aparece a possibilidade das primeiras trocas verbais e relacionamentos sociais. Isto significa que os esquemas representativos vão se adequando cada vez mais ao meio social em que a criança vive, possibilitando a conversa e o entendimento social.

   Esse período recebe o nome de pré-operatório porque se caracteriza pela ausência de oprações mentais. Uma operação é constituída pela possibilidade de reversibilidade, o que as crianças pré-operatórias ainda não possuem.

   Assim, podemos dizer, a partir da teoria de Piaget, que a lógica das percepções predomina sobre as operações mentais e a lógica mental nas crianças de até 7 anos.

   No que diz respeito às relações entre a teoria de Piaget e o trabalho do professor na Educação infantil, é importante prestar atenção nos seguintes pontos:

- Piaget não pesquisou a escola e a Pedagogia, mas como a criança pensa e relaciona-se com o mundo físico. Olhou para as crianças e suas interações com os objetos.

- Seus experimentos com as crianças e as perguntas que fazia a elas para entender como estavam pensando em cada período não podem ser copiadas pela escola e transformada em tarefa escolar.

- Piaget preocupava-se em entender como a criança pensava sem a intervenção do adulto, de outras e de apoio. A escola é exatamente p lugar onde o pensamento e a aprendizagem acontecem com a intervenção de muitas interações (entre as crianças e delas com os adultos).

- Piaget focalizou o desenvolvimento do pensamento lógico, que é somente uma das dimensões da criança em jogo no contexto escolar (é preciso prestar atenção para a afetividade e o social).

   No próximo post, daremos continuidade aos estudos sobre o desenvolvimento humano refletindo sobre a teoria do desenvolvimento do teórico Levy Vygotsky. Abraços e até lá!😏

  

                                  Fonte: Coleção Proinfantil. Módulo II. Unidade 2. Livro de Estudo - Vol. 2. MEC.



domingo, 26 de maio de 2024

Fundamentos Da Educação: Teorias Sobre O Desenvolvimento Humano E A Criança De 0 A 6 Anos - Jean Piaget

 

Fundamentos Da Educação: 

Teorias Sobre O Desenvolvimento Humano E A Criança De 0 A 6 Anos

Jean Piaget




      Olá! Seja bem-vindo(a)! 

     No campo da Psicologia e da Biologia, alguns pesquisadores propõe que a criança conheça o mundo e se desenvolva em interação com ele. 

      Isso significa que ela é ativa, nasce com competências que são desenvolvidas na relação com o meio ambiente, onde tanto a criança quanto o ambiente são transformados.

      No post de hoje, vamos estudar alguns destes teóricos que dedicaram-se a pensar como as crianças e os seres humanos aprendem, conhecem e descobrem o novo, integrando o que já sabem com novos saberes. 

      Iniciaremos este estudo com o teórico Jean Piaget, onde ele apresenta o conceito de equilibração; a construção de esquemas sensório-motores pela criança como primeira estratégia de construção de conhecimentos e discute a função simbólica e os processos pré-operatórios de raciocínio.

     Jean Piaget nasceu em 1896, na Suíça, Europa. Filho de uma família com recursos, interessou-se pelo estudo da Biologia e mais tarde, da Psicologia.

    Em suas pesquisas na área da Psicologia, Piaget tentava responder às questões como: como as pessoas passam de um estado de menor conhecimento para um estado de maior conhecimento? Como a criança deixa de precisar dos sentido (olfato, visão, tato, etc.) ou da experiência direta com os objetos para conhêce-los, podendo fazer isto somente com a mente.

     De acordo com Piaget, no início, para a criança conhecer um objeto, é preciso manipulá-lo, senti-lo, tê-lo presente. Por exemplo, não é possível para a criança pequena entender quanto é duas laranjas mais três, se não puder tocar e mexer nas laranjas de verdade.



    Mais tarde, a criança não precisará mais lidar materialmente com os objetos para concluir relações entre eles, mas conseguirá mentalmente resolver problemas que envolvem essas relações: a soma, a compraração entre as laranjas, etc. 

    Piaget estudou como o homem chega a não precisar dos objetos concretos para extrair deles relações: como faz isso mentalmente, pensando sobre os obejtos.

    Ele estudou como nasce o conhecimento abstrato. Este projeto de Piaget é chamado de epistemologia genética. Genética significa a origem do conhecimento. Episteme significa científico e logia quer dizer estudo. Piaget pesquisou a origem do conhecimento científico no homem.

     Piaget propõe que o conhecimento é construído na relação do homem com os objetos, não estando pronto nem no sujeito (na carga genética), nem no meio (no objeto). Por isso, sua teoria é denominada de Construtivismo. O conhecimento não está pronto antes da relação do homem com o meio, mas é construído nessa relação.

     De acordo com Piaget, quando a criança usa os saberes e as possibilidades que já tem para tentar superar um desafio ou enfrentar um problema, ela está realizando o que se chama de assimilação do objeto.

     Explicando de outra forma, no processo de assimilação, o sujeito procura conhecer o objeto, trazendo-o para dentro de seus referenciais e usando competências que já possui, ainda que sejam insuficientes para responder a nova situação.

     Por outro lado, quando o sujeito se modifica em função do conhecimento assimilador, tendo em vista superar o desafio que o novo objeto traz, tem lugar ao que se chama de acomodação.

   Assim, a assimilação é o movimento de buscar incorporar o objeto novo às estruturas de conhecimento (ações, competências mentais) que o sujeito já tem. A acomodação é a mudança nessas estruturas decorrente da tentativa de assimilar o novo.

     Para Piaget, a soma dos processos de assimilação e acomodação denomina-se adaptação. Para o estudioso, a relação do sujeito com os objetos do mundo físico é uma relação de equilibração

     Isto quer dizer que o processo de conhecer tem início com o desequilíbrio entre o sujeito e a sua realidade. Os objetos apresentam um problema ou desafio para o sujeito, gerando um desequilíbrio. Este desequilíbrio leva o sujeito a agir sobre o objeto com o propósito de restabelecer o equilíbrio.

    Na verdade, a estabilização nunca é definitiva, pois o mundo está sempre em mudança e sempre apresentando novos sujeitos, novos desafios, novos aprendizados.

    Podemos dizer que estaremos sempre assimilando, nos acomodando, nos adaptando e por fim, nos equilibrando constantemente, pois em todo instante há algo novo a ser incorporado por nós, há sempre algo a ser aprendido ou situações novas que temos que nos adaptar a um novo contexto. É um ciclo infinito e que se faz necessário para podermos nos adaptar ao meio e às relações apresentadas por ele.

   No próximo post, veremos como Piaget estudou as crianças e suas formas de conhecimento, refletindo como o sujeito passa de um modo de conhecer que necessita do contato concreto com os objetos para o conhecimento abstrato. Discutiremos sobre as fases de desenvolvimento do ser humano.

       Abraços e até lá!😏


    Fonte: Coleção Proinfantil. Módulo II. Unidade 2. Livro de Estudo - Vol. 2. MEC.

terça-feira, 21 de maio de 2024

A Avaliação Da Aprendizagem Dos Alunos Com Deficiência Intelectual

 A Avaliação Da Aprendizagem Dos Alunos Com Deficiência Intelectual


    

     Olá! Seja muito bem-vindo(a)! Hoje finalizaremos o estudo do Livro: Deficiência intelectual, física e psicomotora, das autoras Márcia Siécola e Cleussi Shneider. Neste estudo, refletiremos sobre como se dá a avaliação da  aprendizagem dos alunos com deficiência intelectual.

     Para iniciarmos esse reflexão acerca da avaliação da aprendizagem e seu papel no desenvolvimento dos alunos com deficiência intelectual, precisamos primeiro, compreender o conceito de avaliação.

     Avaliar é a parte integrante do processo de formação, uma vez que possibilita diagnosticar questões relevantes, aferir  os resultados alcançados ou não, considerando os objetivos propostos e identificar mudanças de percurso eventualmente necessárias.

     Deve-se avaliar o contexto da escola, a sala de aula, os recursos didáticos, o mobiliário, o projeto político pedagógico, organização curricular, os objetos do conhecimento, os espaços físicos, os apoios  a metodologia de ensino, dentre outros.

     O processo de avaliação começa quando o professor faz uma sondagem dos saberes que os alunos já possuem, pois esse conhecimento será a fonte para saber mais.

     A partir desse fato, é possível estabeler objetivos e metas, escolher conteúdos e aplicar métodos. Avaliar dentro deste contexto, é utilizar a avaliação como uma ferramenta pedagógica que acessora o progresso do estudante na obetenção de novos saberes, como um instrumento que mostra ao professor , caminhos para os objetivos traçados.

     A avaliação e a educação são elementos inseparáveis, pois caminham juntos, em complemento, na construção de saberes e de uma educação democrática com alunos autônomos, reflexivos e sujeitos da sua aprendizagem e não apenas para a hierarquização de notas e valores atribuídos ao sucesso ou insucesso dos estudantes.

     Para avaliarmos o processo de aprendizagem do aluno com deficiência intelectual, é preciso fazer alguns ajustes no processo de avaliação, que deve ser um instrumento contínuo, de maneira que o professor possa captar suas capacidades de aprendizagem assim como avaliar e acompanhar o que o aluno é capaz de fazer, sozinho e/ou com ajuda, disponibilizando informações para atuar nas suas demandas.

     Vale lembrar que neste tipo de deficiência, as limitações são principalmente na área cognitiva e acabam interferindo na aprendizagem, na apropriação de conceitos abstratos, na compreensão de ideias e na capacidade de resolver problemas, pois com essa modalidade de comprometimento, os alunos  possuem um ritmo mais lento de aprendizagem.

    Assim, o professor precisa promover mediações necessárias com recursos e alternativas diferenciadas, com o objetivo de promover o desenvolvimento e aprendizagem do aluno. Deve fazer uso de diferentes instrumentos, critérios ou referenciais que auxiliam na busca de informações, como relatórios de observação, provas, atividades individuais ou em grupo, planilhas de expectativas de aprendizagem, entre outros.

     O professor pode utilizar também, por exemplo, observações, portifólios que sistematizam os registros das atividades realizadas pelos alunos por um determinado período, anotações diárias, análises da produção escolar, etc.

      Cabe reforçar que quando o professor utiliza adequadamente o portifólio no processo de avaliação pode:

  • obter melhoria na dinâmica da sala de aula, consultando o portifólio dos alunos para elaborar as atividades;
  • evitar testes padronizados;
  • obter envolvimento da família no processo de avaliação;
  • não utilizar a avaliação como um instrumento de classificação;
  • incorporar o sentido ético e inclusivo na avaliação;
  • possibilitar que o erro possa ser considerado como um processo de construção de conhecimentos, que proporciona pistas sobre a maneira como cada aluno está organizando o seu pensamento.
     Esta maneira de avaliar permite que o professor acompanhe o processo de aprendizagem de seus alunos e descubra que cada um tem o seu método próprio de construir saberes, pois não existe somente um único método de ensinar e de ter uma prova exclusiva, como recurso para avaliar como se houvesse homogeineidade de aprendizagem.

     Entender a verdadeira finalidade da avaliação escolar só será possível quando tivermos professores dispostos a aceitar novos desafios, capazes de identificar nos erros, indicações que os instiguem a repensar seu planejamento e atividades desenvolvidas em sala de aula e assim, possam contribuir para o desenvolvimento e valorização do processo ensino-aprendizagem do aluno com deficiência intelectual.

     Espero que tenha gostado dos nossos estudos sobre a aprendizagem do aluno com deficiência intelectual. Até o nosso próximo post!😏

     

segunda-feira, 20 de maio de 2024

E-book Guia Prático Das Dificuldades De Aprendizagem

 E-book Guia Prático Das Dificuldades De Aprendizagem





     Bem-vindo ao "Guia Prático das Dificuldades de Aprendizagem".

   Este e-book é uma ferramenta abrangente, projetada para fornecer insights valiosos e estratégias eficazes para lidar com as complexidades que envolvem as dificuldades de aprendizagem. 

   Em um mundo onde a educação desempenha um papel fundamental no desenvolvimento individual e social, compreender e abordar as barreiras que impedem o processo de aprendizagem é essencial para promover a inclusão e o sucesso acadêmico.

  Neste e-book, exploraremos a importância de compreender as dificuldades de aprendizagem, destacando sua prevalência, impacto e implicações para educadores, pais e indivíduos que enfrentam esses desafios. 

    Além disso, forneceremos uma visão geral do conteúdo abordado neste guia, que inclui estratégias práticas, recursos úteis e conselhos especializados para enfrentar e superar as dificuldades de aprendizagem de forma eficaz.

  Se você é um educador procurando maneiras de apoiar melhor seus alunos, um pai buscando orientações para ajudar seu filho ou um indivíduo em busca de recursos para gerenciar suas próprias dificuldades de aprendizagem, este guia foi criado com você em mente. 

  Vamos começar esta jornada de descoberta e capacitação, enquanto exploramos juntos o mundo das dificuldades de aprendizagem e descobrimos caminhos para o sucesso educacional e pessoal.

  Para adquir o E-book, é bem simples. Basta você clicar no link abaixo da imagem e será direcionado à Plataforma Hotmart onde poderá efetuar sua compra com segurança. Ou neste link: https://go.hotmart.com/M65837811I

   Espero que a leitura desse guia seja muito útil para você!

   Abraços!😏


sábado, 18 de maio de 2024

O Processo De Aprendizagem Do Aluno Com Deficiência Intelectual

 O Processo De Aprendizagem Do Aluno Com Deficiência Intelectual


    Olá! Seja muito bem-vindo(a)! Hoje daremos continuidade ao estudo do Livro: Deficiência intelectual, física e psicomotora, das autoras Márcia Siécola e Cleussi Shneider. Neste estudo, refletiremos sobre como se dá o processo de aprendizagem do aluno com deficiência intelectual.

     O acesso do estudante com deficiência intelectual na escola regular, numa perspectiva inclusiva, deve desencadear um processo inovador de criação no segmento pedagógico, buscando procedimentos de ensino, estratégias metodológicas e didáticas capazes de atingir o potencial de cada um dos alunos, sempre respeitando suas diferenças e levando-os à inserção no mundo cultural em geral.

   Infelizmente, observa-se que as práticas escolares convencionais não dão conta de atender à deficiência intelectual, em todas as suas especificidades, assim como não são pertinentes às diversas maneiras dos alunos, com qualquer deficiência, abordarem e entenderem um conhecimento de acordo com suas capacidades. 

     Assim, nas últimas décadas as estratégias de aprendizagem têm adquirido uma importância cada vez maior na prática educativa, sendo necessário que o professor possa planejar variadas estratégias de ensino e aprendizagem, pois o planejamento é o fio condutor deste processo e proporciona ao aluno a construção do conhecimento por diversos caminhos, ou seja, os alunos têm diferentes estilos de aprendizagem.

     Vale ressaltar que não existe um método ideal para o direcionamento das atividades para os alunos com deficiência intelectual, porém, é necessário refletir constantemente sobre o processo de ensino e aprendizagem, ou seja, sobre a própria prática docente e sobre as oportunidades de interação do aluno com o objetivo de conhecimento, a fim de avaliar a eficácia das estratégias, bem como propor adaptações ou alteração de procedimentos.

      Quanto mais diversificados e adequados forem os métodos de ensino, menores serão as barreiras de aprendizagem.

    Com frequência, o professor deverá refletir sobre seu trabalho no ambiente de sala de aula, analisando as possíveis mudanças na sua programação pedagógica, buscando rever sua prática de maneira que possa se responsabilizar pelas demandas educacionais dos alunos, para isso, deve indagar-se:

  • Quais são os motivos pelos quais o estudante não conseguiu  elaborar uma determinada informação quando foi utilizada uma metodologia exclusiva?
  • Quais foram os sistemas intelectuais que o estudante elaborou ou não, para culminar na seguinte contraposição?
  • Quais são os conhecimentos adquiridos por este aluno a respeito deste tema?
  • O que ele desconhece, mas está processando informações pertinentes?
  • Que outras metodologias educacionais eu, professor (a), devo colocar em prática para intervir na estruturação desse conhecimento?
     O professor, ao planejar suas atividades para os alunos com deficiência intelectual, deve observar que é preciso conhecer o aluno nos seguintes aspectos: sua realidade familiar e social; as características pessoais; os interesses e peculariedades; o processo de aprender de cada um; necessidades de aprendizagem significativa; o que ele já sabe e o que precisa aprender.

     Deste modo, há várias estratégias didáticas que o professor poderá estabelecer em sala de aula para o desenvolvimento da sua prática com o aluno deficiente intelectual, dentre elas:

  • O jogo como estratégia de ensino, permitindo o ensino de habilidades como: classificação, ordenação, estruturação, resolução de problemas e estratégias de leitura e escrita.
  • A utilização do computador como ferramenta de aprendizagem deste estudante. Por meio deste recurso, o aluno entra em contato com o mundo virtual, descobrindo inúmeras possibilidades para novos conhecimentos, fazendo buscas em sites, trocando informações e ampliando suas redes de amizades mediante trocas de e-mail.
  • O trabalho com cartazes: por meio do cartaz o aluno consegue visualizar os trabalhos, facilitando a compreensão e a memorização;
  • Ateliês, cantinhos, oficinas, onde o aluno poderá realizar atividades diversificadas em sua sala de aula regular, como leitura, escrita, jogos, pesquisa, recorte, pintura, desenho, dentre outras atividades;
  • Dramatizações com músicas, teatros e leituras;
  • Trabalhos e atividades que auxiliam no desenvolvimento de habilidades adaptativas como: sociais, de comunicação, cuidados pessoais, autonomia, etc;
  • O trabalho em sala de aula, para que o aluno se sinta aceito, acolhido, fazendo parte do contexto. É indispensável que haja um trabalho em conjunto com a sala e demais alunos, estimulando o bom relacionamentoe cooperação de todos na sala de aula, favorecendo o desenvolvimento da autoestima e o potencial de cada aluno, no respeito as suas diferenças;
  • Trabalhar juntamente com o aluno na autocorreção de suas atividades e tarefas realizadas.
     Observando estes aspectos, o professor pode organizar um bom planejamento voltado para a diversidade do aluno e que contemple suas reais demandas e potencialidades de aprendizagem, para que assim, eles possam aprender e deste modo, se desenvolverem como cidadãos.

     No próximo post, veremos a questão da avaliação da aprendizagem com os alunos com deficiência intelectual. Até lá!😏

     

terça-feira, 14 de maio de 2024

A parceria da escola/professor com a família mediando a inserção dos alunos com deficiência intelectual (Parte 2)

 A parceria da escola/professor com a família mediando a inserção dos alunos com deficiência intelectual (Parte 2)



     Olá! Seja muito bem-vindo(a)! Hoje daremos continuidade ao estudo do Livro: Deficiência intelectual, física e psicomotora, das autoras Márcia Siécola e Cleussi Shneider. Neste estudo, daremos continuidade sobre a parceria da escola/professor com a família mediando a inserção dos alunos com deficiência intelectual no contexto escolar.

     A cooperação entre a família (pai, parentes e amigos próximos) e a escola é fundamental. Por meio dela é possível não somente melhorar o rendimento dos alunos, mas também delimitar os papéis, fazendo com que os pais assumam sua parte na educação de seus filhos, complementando ou iniciando o processo, facilitando deste modo, o trabalho dos professores.

     Deste modo, o primeiro contato da criança com o aprendizado ocorre dentro de casa. Os pais precisam se concientizar de que a escola não é a única responsável pelo aprendizado, pois esta tarefa deve ser divida por todos os envolvidos com a criança, tendo cada um sua parcela de responsabilidade com a educação desta pessoa com deficiência.

     A escola por sua vez, deve adaptar-se para atender às necessidades destes alunos inseridos em classes regulares. A educação inclusiva deve ser posta em prática por uma escola inclusiva que busque ações que favoreçam a integração e a opção por práticas heterogêneas.

     Sempre que possível, a família deve manter uma parceira saudávelcom a escola, facilitandoo processo de acolhimento e reconhecimento das potencialidades que o estudante apresenta. Essa parceria é importante para a plena inserção dos alunos com deficiência intelectual na escola, contudo, não é um processo fácil.

     Por outro lado, o professor deve estabelecer uma boa parceria com os familiares deste estudante. Poderá utilizar a entrevista familiar ou os encontros aleatórios para levantar dados sobre o aluno e além disso, perceber como a família reage às limitações associadas à deficiência e aquelas relacionadas às condições sociais de oferta de recursos e serviços, que poderiam proporcionar melhor desenvolvimento ao seu filho.

     Nesse sentido, essa interação assume algumas dessas funções, destacando-se: demonstração de amizade, passando confiança e coragem para a criança; pais que cooperam no processo de ensino aprendizagem; tomada de conhecimento por parte dos pais sobre o desenvolvimento da criança e obtenção de informações do ambiente da casa e da rotina diária do menor.

     A oportunidade de convívio com pessoas que não possuem deficiência torna possível uma vida de normalidade para esse indivíduo, que pode se perceber como capaz e se desenvolver em todos os aspectos. Portanto, escola e família devem caminhar juntas no processo de aprendizagem.

     O trabalho com a família e o estímulo ao seu desenvolvimento constitui um fator decisivo no processo de inclusão de pessoas com necessidades especiais, sendo indispensável para a construção da individualidade do sujeito como participante ativo da sociedade.

     Contudo, esse processo requer, para sua efetivação, a ação de múltiplos esforços e a participação de todos os segmentos da sociedade, de modo a se promover uma verdadeira mudança cultural em relação à diversidade e às potencialidades humanas.

      No próximo post daremos continuidade a este estudo, refletindo sobre o atendimento especializado educacional na área de deficiência intelectual: questões sobre a prática docente.  Até lá!😏

sábado, 11 de maio de 2024

A parceria da escola/professor com a família mediando a inserção dos alunos com deficiência intelectual

A parceria da escola/professor com a família mediando a inserção dos alunos com deficiência intelectual




      Olá! Seja muito bem-vindo(a)! Hoje daremos continuidade ao estudo do Livro: Deficiência intelectual, física e psicomotora, das autoras Márcia Siécola e Cleussi Shneider. Neste estudo refletiremos sobre a parceria da escola/professor com a família mediando a inserção dos alunos com deficiência intelectual no contexto escolar.

     Sabe-se que a família é a base do ser humano e quando se faz presente, dando apoio e o acompanhamento necessário aos seus filhos na infância e na adolescência, essa prática se torna de extrema relevância para o desenvolvimento satisfatório desses indivíduos.

     Esse compromisso e vínculo com a família com a criança e o jovem, faz com que eles sejam cuidados, suas necessidades básicas supridas, tenham um local em que eles possam desenvolver-se com segurança e aprender a se relacionar em sociedade.

     Na visão de Lev Vygotsky, pode-se dizer que, desde o nascimento, o homem já é um ser social em desenvolvimento e todas as suas manifestações acontecem porque existe "um social" por trás. Mesmo quando não se utiliza da linguagem oral, o sujeito já está interagindo e se familiarizando com o ambiente em que vive.

     Assim, observamos que é no envolvimento com a célula mater que a criança irá desenvolver o seu processo de maturação, adquirindo habilidades e competências motoras de que demanda, afim de crescer e se desenvolver-se em um adulto pleno.

     Porém, esse esforço torna-se mais difícil para as famílias das crianças com deficiência. Quando se tem uma criança deficiente em um determinado grupo familiar, exige-se de cada elemento desse núcleo uma redefinição de papéis, solicitando mudanças de atitudes e novos estilos de vida para dar conta dessa nova realidade.

     No entanto, os pais ou responsáveis por essas crianças com deficiência não se encontram preparados para enfrentar essa situaçã, tanto quanto aqueles pais que têm filhos denominados pela comunidade de "normais".

     Neste momento, é oportuno direcionarmos toda a atenção para a criança com necessidades educacionais especiais, que deve receber apoio educacional e psicológico o mais precocemente possível.

     Com a participação efetiva dos responsáveis ou familiares próximos, os programas de intervenção precoce favorecem o processo de desenvolvimento da capacidade infantil, de forma que é preciso envolvê-los de maneira ativa, uma vez que eles poderão ser os primeiros interventores na crianção de estímulos e outras condições básicas no processo de aprendizagem.

     A estimulação é muito importante para a evolução das crianças com algum tipo de necessidade especial, pois assume um papel relevante, ficando a cargo dos pais essa prática em um ambiente e com profissionais adequados, mostrando carinho, atenção e tendo persistência, de modo a proporcionar um bom relacionamento e desenvolvimento global da criança.

     Sendo assim, a escola, depois da família, é o primeiro local e de fundamental importância para o processo de socialização da criança.

     A inclusão desses menores e jovens portadores de deficiência na escola regular, com o apoio do atendimento educacional especializado, quando necessário, faz parte da política educacional brasileira vigente. Contudo, todo o trabalho realizado pela escola terá maior sucesso se acompanhado diretamente pelos familiares responsáveis por este deficiente.

     Esse trabalho de parceria oferece à criança, segurança e permite a ela desenvolver suas habilidades de forma mais tranquila e competente.

    No próximo post daremos continuidade a este estudo, refletindo sobre a parceria da escola/professor com a família mediando a inserção dos alunos com deficiência intelectual.  Até lá!😏

quinta-feira, 9 de maio de 2024

A inclusão escolar da criança com deficiência intelectual no contexto escolar

 

A inclusão escolar da criança com deficiência intelectual no contexto escolar




     Olá! Seja muito bem-vindo(a)! Hoje daremos continuidade ao estudo do Livro: Deficiência intelectual, física e psicomotora, das autoras Márcia Siécola e Cleussi Shneider. Neste estudo refletiremos sobre a inclusão escolar da criança com deficiência intelectual no ensino regular.

     Tem-se conhecimento que a primeira iniciativa de propor ações educativas para a superação do déficit mental aconteceu no século XIX, com o médico Jean Itard (1774-1838), conhecido por seu trabalho com Victor, o selvagem de Aveyron, no Sul da França.

     Para o médico e educador Itard, a deficiência era um problema da área médica, por isso, passível de tratamento e cabia a ele alteraros hábitos deste indivíduo por meio do exercício da medicina, que também estava relacionada ao comportamento.

     Nesta perspectiva, a ideia de educação para pessoas com deficiência prosperou e as instituições escolarese as classes especiais vinculadas à rede pública, a partir do final do século XIX e começo do século XX, tinham como meta ofertar aos indivíduos com deficiência uma educação voltada para esse segmento.

     Na década de 70, manifestações visaram agregar os indivíduos com deficiência nos espaços escolares comuns dos estudantes, denominados de "normais". O propósito desta reinvindicação era proporcionar um paradgma de educação segredada e não despertar a real potencialidade do indivíduo com deficiência, o mesmo procedimento adotado no século XIX.

     Na atualidade, o direito à educação está previsto na Constituição Federal de 1988 e também nos decretos e legislações educativas brasileiras. A LDBEN - Lei 9.394/1996 enfatiza que a educação tem assumido propostas que revelam a intenção de garantir educação para todos os cidadãos, incluindo a educação inclusiva.

     Assim, para uma instituição escolar regular se tornar inclusiva, ela deve reconhecer as "diferenças" dos seus alunos diante do processo educativo e buscar a participação e o desenvolvimento de todos os envolvidos, adotando práticas pedagógicas efetivas.

     Entretanto, a inclusão não se limita simplesmente a matricular alunos com deficiência nas escolas e considerar que é o suficiente para realizar essa prática. É preciso que se ofereçam condições para a operacionalização de um projeto político pedagógico inclusivo.

     Na atualidade, o que se observa com frequência no processo de inclusão é a confusão em relação aos termos integração e inclusão. A noção de integração está relacionada à alunos agrupados em escolas especiais para deficientes ou em salas especiais dentro da própria escola. Não existe a enturmação com os demais alunos que não fazem parte do público alvo da educação especial. Ficam dentro da escola, mas à parte.

     A meta primordial da inclusão é a de não deixar ninguém à margem do ensino regular, desde o começo. A inclusão causa uma mudança na perspectiva educacional, pois não se limita a ajudar somente os alunosque apresentam alunos na escola, mas apoiar a todos os envolvidos como professores, alunos, pessoal adminisatrativo, para que obtenham êxito no processo educativo.

     A inclusão para ocorrer de forma efetiva como, necessita de professores capacitados e de um aprimoramento pedagógico para poderem trabalhar de forma adequada com os alunos deficientes e ao mesmo tempo, com os demais estudantes. 

     Os professores questionam a falta de capacitação, de suporte especializado por parte da gestão pedagógica, de menos alunos em sala de aula, afim de poder dar mais atenção para todos.

     Portanto, para fazer a inclusão social e escolar de verdade, garantindo a aprendizagem de todos os alunos na escola regular, é preciso fortalecer a formação dos professores e criar uma boa rede de apoio entre alunos, docentes, gestores escolares, famílias e profissionais de saúde que atendem as crianças com necessidades educacionais especiais.

    Há ainda, a necessidade de parcerias com os serviços da área da saúde e dos segmentos sociais, pois o trabalho de inclusão necessita desse vínculo extraescolar, afinal, só a escola não é capaz de lidar  com todas as necessidades que os alunos apresentando essa parceria, esses atendimentos ficariam prejudicados.

     Outro ponto importante é o papel da família diante da criança e do jovem incluído: a escola tem seus deveres para com estes alunos, mas a família não pode deixar de ser participativa na vida dessa criança e desse adolescente. Quando há cooperação familiar nos casos de inclusão, o progresso que a criança e o adolescente apresentam são vitais para essa prática.

     Portanto, estabelecer a educação inclusiva na rede regular de ensino significa educar todas as crianças em um mesmo contexto escolar, onde as diferenças não são vistas como problemas, mas como diversidade.

     Preservar a diversidade apresentada na escola, representa a oportunidade para o atendimento das necessidades educacionais com ênfase nas competências, capacidades e potencialidades do educando.

    No próximo post daremos continuidade a este estudo, refletindo sobre a parceria da escola/professor com a família mediando a inserção dos alunos com deficiência intelectual.  Até lá!😏

 

sábado, 4 de maio de 2024

Abordagem psicanalítica e a epistemologia genética da deficiência intelectual: Vygotsky

 Abordagem psicanalítica e a epistemologia genética da deficiência intelectual: Vygotsky


     Olá! Seja bem-vindo(a)! Hoje daremos continuidade ao estudo do Livro: Deficiência intelectual, física e psicomotora, das autoras Márcia Siécola e Cleussi Shneider. Neste estudo refletiremos sobre a abordagem psicanalística e a epistemologia genética da deficiência intelectual do ponto de vista da abordagem sociointeracionista, de Vygotsky.

     Para Vygotsky, as reis que regulam o desenvolvimento infantil são as mesmas crianças com ou sem deficiência. Propõe que a criança com deficiência seja estudada  numa perspectativa qualitativa e não como uma diferenciação quantitativa da criança dita como "normal". A pessoa com deficiência apresenta um desenvolvimento qualitativamente único, no entanto, não inferior aos seus pares.

    Na concepção de Vygotsky, o meio social, a diversidade e a heterogeneidade são considerados elementos enriquecedores na geração do conhecimento. Logo, as crianças com deficiência mental, oportunizadas às situações de aprendizagem diferenciadas com crianças sem deficiência, auxiliavam umas as outras no seu desenvolvimento, permitindo assim, o desenvolvimento de novas áreas de aprendizagem.

     Nessa perspectiva, a aprendizagem depende da interação social, ou seja, do intercâmbio, da troca de significados que a criança mantém com a sua realidade social, mais especificadamente com a cultura e com a história do seu grupo social. As experiências socialmente elaboradas por meio da contradição e do conflito permitem a construção das funções psicológicas superiores.

     As funções psicológicas superiores são sempre mediadas por instrumentos: o social e o psicológico. O primeiro nasce da interação com outras pessoas, das trocas culturais e o segundo acontece no plano psicológico, no interior do próprio indivíduo.

     Apesar do organismo humano possuir um potencial, essa capacidade de superação só se realiza a partir da interação com fatores ambientais, pois o desenvolvimento se dá no entrelaçamento de fatores externos e internos.

     Nessa perspectiva - no caso dos cegos, indivíduos privados de visão - todo o organismo se reorganiza para que as funções restantes trabalhem juntas para superar o impedimento, processando estímulos do mundo exterior com a ajuda de meios especiais, tais como o braille.

     O mesmo acontece com os surdos, indivíduos privados da audição, que desenvolverão capacidades visuais e espaço-temporais na interação com instrumentos diversos, tendo a língua de sinais um papel prepoderante nesse processo. E nessa perspectiva também que, para sujeitos com sérios problemas motores e que tenham grande dificuldade no ato da escrita, o uso de instrumentos como o computador atua como estímulo e como suporte para a superação de dificuldades.

    Enfim, toda a obra de Vygotsky aponta para uma mudança radical em relação aos alunos com necessidades educativas especiais. Nesse sentido, a "deficiência" ou os "limites", caso existam, não podem mais ser usados como justificativa da estagnação, da educação empobrecida, da discriminação ou exclusão.

    Nessa perspectiva, é possível observarmos que as bases epistemológicas que fundamentam a proposta da educação inclusiva estão afinadas com a concepção interacionista de inteligência, onde o fator determinante do desenvolvimento e da aprendizagem dependem não só do sujeito (orgânico) ou da influência do meio ambiente, mas da interação entre ambos. Essa é considerada a forma mais apropriada de construção do conhecimento, na medida em que respeita e valoriza as diferenças do ser humano.

     No próximo post daremos continuidade a este estudo, refletindo sobre a deficiência intelectual no contexto escolar: percepção de pais, escola e o papel dos educadores no processo de inclusão. Até lá!😏



     



Disciplina Positiva: Amor E Alegria Em Casa E Em Sala De Aula

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