Olá! Seja muito bem vindo(a)! No post de hoje refletiremos sobre as alterações de comportamento nos alunos com autismo.
As alterações do comportamento adaptativo compreendem as manifestações do aluno que prejudicam o aprendizado da criança autista e seu relacionamento social.
Geralmente, a principal queixa, tanto de professores quanto de pais de alunos com necessidades educacionais especiais, refere-se aos problemas de comportamento e como apreder a lidar com eles de maneira adequada.
As alterações do comportamento adaptativo mais comuns podem ser:
- gritos constantes ou frequentes;
- choros sem causa aparente;
- risos ou gargalhadas repentinos sem causa aparente;
- agressões dirigidas ao professor, a outro aluno ou a si mesmo;
- obsessão por determinados assuntos ou objetos;
- hábitos alimentares estranhos, falta de apetite ou compulsão por comida;
- recusar-se a ir à escola ou entrar na sala de aula;
- recusar-se a realizar as tarefas;
- impulsos destrutivos de arremessar ou quebrar objetos.
A primeira regra, de caráter geral, para enfrentar as alterações de comportamento adaptativo é:
- reforçar sempre o comportamento adequado e nunca reforçar o comportamento inadequado;
- não reforçar o comportamento inadequado representa ignorá-lo, mas existem várias maneiras de fazê-lo e existem também exceções:
- se o aluno começar a gritar é preciso observar se existem condições para ignorá-lo ou se ele deve ser conduzido a algum lugar onde não atrapalhe os outros alunos;
- se o aluno tem hábitos destrutivos, não pode ser apenas ignorado. O professor deverá redirecioná-lo para o trabalho sem dizer uma única palavra. Não deve tentar explicar nada ao aluno, porque mesmo inteligente, não compreenderá toda a explicação, até por estar contrariado por ter sido interrompido e muito provavelmente a explicação será um reforço para este ou outros comportamentos indesejáveis;
- se o aluno arremessou objetos ou materiais, a primeira ideia do professor é fazer com que o próprio aluno recolha o que jogou.. Nem sempre isso funciona, pois é possível que o aluno recolha tudo e ao terminar esteja mais alterado que no início, jogando tudo novamente para o alto. Na dúvida, o professor pode redirecionar a atenção do aluno para o trabalho e pedir a alguém que recolha os materiais;
- se o aluno está alterado ao ponto de não conseguir sua atenção, o professor deve acalmá-lo, sentando-se junto dele, colocando as mãos suavemente sobre ele e apenas esperar. O professor deve manter-se em silêncio, ou apenas sussurrar poucas palavras como "calma, estou aqui", uma única vez. Aos poucos, ao sentir o aluno mais calmo, o professor pode fazer uma nova tentativa e conduzi-lo ao trabalho.
Sugestões para evitar alterações do comportamento adaptativo:
- tente manter seu aluno sempre ocupado;
- organize uma rotina diária previsível;
- comece sempre com tarefas curtas e pouco material, aumentando-os sempre com muita segurança;
- tenha sempre muito cuidado na organização das tarefas para que seu aluno consiga compreender totalmente a proposta;
- fale pouco, principalmente no começo;
- observe cuidadosamente seu aluno para ver se existe algum fator desencadeante dos problemas de comportamento;
- observe se tem rituais de comportamentos que acabam desencadeando o descontrole;
- incentive a comunicação de seu aluno colocando a sua disposição mecanismos para pedir ajuda, pedir para ir ao banheiro, pedir para parar etc.
Sugestões para resolver os problemas de comportamento:
- pense que não é possível aceitar que seu aluno se recuse a trabalhar. Caso isso ocorra, vá mudando a rotina, colocando quantidades mínimas de trabalho por vez, intercaladas com intervalos nos quais o aluno faça alguma coisa de que ele gosta muito. Aos poucos vá aumentando os períodos de trabalho;
- se você identificou algum fator desencadeante do problema, evite-o nos momentos de trabalho, mas crie situações especiais nas quais eles apareçam por um tempo mínimo e, sempre em situações especiais, vá aumentando o tempo de exposição do aluno;
- descubra e registre em suas anotações as atividades de que seu aluno gosta e as atividades de que não gosta;
- faça tentativas, com intervalos de tempo entre elas, de oferecer vagarosamente a seu aluno atividades de que ele não gosta;
- reforce todos os comportamentos adequados de seu aluno, mas sem exageros. O elogio efusivo pode também descontrolá-lo;
- caso você tenha observado algum ritual (ações em sequência) que culminam em descontrole, interrompa a sequência ao primeiro indício;
- quando tiver estabelecido um sistema de comunicação eficiente com seu aluno, comece a introduzir, aos poucos, descontinuidades na rotina diária;
- é importante que o aluno o identifique como alguém que lhe dê segurança, isto é, que o reconforta, mas que também estabeleça limites;
- mantenha um registro das ocorrências o mais preciso possível;
- é muito importante que o professor mantenha o controle emocional;
- depois de constatar que seu aluno já está familiarizado com seu sistema de trabalho, introduza o NÃO ao seu sistema de comunicação e comece a responder com um NÃO a alguns pedidos dele;
- se o seu aluno ainda não sabe ir sozinho ao banheiro, acompanhe-o em intervalos curtos e regulares de tempo e vá aumentando um registro para determinar o horário mais adequado. Caso ocorra algum acidente, a atitude que costuma dar melhor resultado é ignorar o ocorrido e diminuir temporariamente os intervalos de banheiro. Peça que a família colabore agindo com a criança de forma conjunta à escola.
No próximo post, veremos sobre o sistema de comunicação para alunos com autismo. Abraços e até lá!😏
Fonte: Saberes e práticas da inclusão - MEC.